Quando chegamos ao local onde seria o evento, fomos levados até um espaço para tirarmos algumas fotos, os flashes me atingiram em cheio, foi nesse momento e que senti Nathan passar um dos braços por minha cintura me mantendo ao seu lado e em pé.
Senti um frio na barriga com o calor dele contra a minha pele, eu não sabia o que estava acontecendo comigo e com meu corpo toda vez que ele se aproximava, depois daquele maldito beijo tudo dentro de mim tinha ficado diferente, por três anos eu consegui fingir que nada me afetava e que o odiava também.
Depois nós fomos guiados para o salão por uma loira usando um terninho preto muito elegante, precisei me concentrar para não tremer enquanto a mão dele estiva apoiada em minhas costas.
Encontramos primeiro o senhor e senhora Pearl, eles estavam lindos e combinando os trajes, Nathan sentou-se ao meu lado, o perfume dele estava me deixando inebriada.
Foco Amélia. Não caia na ilusão, ele odeia você, e isso nunca vai mudar.
- Amy você está linda, esse vestido ficou maravilhoso em você – comentou Victoria carinhosa.
- Obrigada Vicky. Você também esta linda, vocês dois estão – murmurei olhando de um para o outro, o senhor Pearl estufou o peito todo pomposo radiante, Victoria revirou os olhos e riu.
- Não aumente o ego desse velho – brincou – Nathan também esta muito elegante – elogiou levantando o olhar para o meu marido me fazendo olhá-lo também.
Nathan estava realmente muito bonito, o ar misterioso em seus olhos era impactante, ele era o tipo de homem que levava qualquer mulher a loucura, os ombros largos e a pele morena o deixavam muito atraente.
- Fico lisonjeado senhora Pearl – disse fazendo um leve aceno com a cabeça.
- Poderíamos marcar um jantar quando voltarmos a nova York – Victoria sugeriu, assenti.
O senhor Trevor e Susan juntaram-se á nós e logo em seguida o jantar foi servido, e apesar de estar sendo entretida por Susan e Vicky, eu não podia deixar de sentir a presença marcante do meu marido ao meu lado, mesmo depois de ser levado pelo senhor Pearl e Trevor para conversar com alguns conhecidos.
Tinha me distraído enquanto conversava com as duas mulheres com as duas mulheres, na pista de dança casais dançavam ao som de Celine Dion.
Quando voltei minha atenção para onde nossos maridos estavam avistei Meryl a assistente de Nathan falando algo ao seu ouvido, segurando em seu braço para manter o contato, vi quando ele assentir e ela se afastar e logo em seguida ele seguir pelo mesmo caminho que ela tinha feito.
Nunca na vida odiei tanto alguém como naquele momento, era humilhação demais, Nathan me magoava a todo instante e fazia questão de que eu visse e sentisse tudo. Engolindo mais uma vez o nó que se formou em minha garganta, me endireitei na cadeira e tomei metade da taça de champanhe sem hesitar esperando que aquilo aliviasse a raiva que eu estava sentindo.
- Senhoras - uma voz conhecida soou diante de nós e ao levantar meus olhos encontrei John Silver, usando um smoking preto e elegante e um sorriso encantador.
- John meu querido - Susan sorriu encantada pelo moreno - Pensei que tivesse mudado de ideia já que não o vi no jantar - acrescentou.
- Desculpe, infelizmente não consegui chegar a tempo para o jantar - disse sorrindo para a senhora Trevor.
- Senhora Pearl - ele a cumprimentou - Amélia como vai? - murmurou me olhando.
- Olá senhor Silver - cumprimentei educada.
- Senhoras se importam se convidar a senhora Woods para uma dança? - indagou, arregalei os olhos surpresa, e demorando alguns segundos para entender e aceitar sua mão estendida em minha direção.
Me senti estranha ao ter as mãos daquele homem em mim, talvez eu estivesse exagerando, mas eu não me sentia confortável perto dele.
- Você está linda Amélia - elogiou com os olhos fixos em mim.
- Obrigada senhor Silver. O senhor também está muito bem - murmurei baixo.
- Que bom que a agrado - sorriu - Estou satisfeito por ter decidido vir a esse jantar - comentou enquanto me guiava no ritmo calmo da canção - E agora estar aqui dançando com você - completou.
- Senhor Silver, não estou entendendo aonde o senhor quer chegar com isso - dei de ombros - O que está fazendo? - indaguei.
- E por que acha que estou fazendo algo? - rebateu mantendo o tom de voz calmo e divertido.
- Essas suas insinuações não vão chegar em lugar nenhum, eu sou uma mulher casada - deixei claro, fazendo abaixar a cabeça rindo baixo.
- Pelo visto a única que se lembra disso é só você. Já o seu marido nem tanto - retrucou, apertando sua mão quente na minha.
Mordi o canto da boca desviando meu olhar para qualquer outro lugar, me sentindo i****a.
- Não estou entendendo senhor Silver - suspirei.
- Claro que não, mas vamos esquecer isso e vamos falar sobre a sua presença na inauguração da minha joalheria - mudou de assunto.
- Por que tanto interesse senhor Silver? - pedi curiosa, voltando a olha-lo.
John sorriu e me fez dar um leve giro, puxando-me logo em seguida para os seus braços.
- Só acho que você vai gostar - disse, mas eu sentia que tinha algo a mais ali.
- Atrapalho? - a voz irritada de Nathan me assustou, senti a mão de John em minhas costas me puxar mais para ele. Olhando para o lado encontrei meu marido.
- Pois é Woods, você sempre atrapalha - comentou John num tom debochado.
- Que bom, vou dançar com a minha mulher agora Silver - disse firme, me soltei de John que relutou para se afastar, mas o fez erguendo uma sobrancelha para Nathan como se o desafiasse e depois se afastou sem deixar de encarar Nathan.
- O que pensa que está fazendo Nathan? - ralhei brava quando ele sem nem ao me dar chance me puxou.
- Dançando com a minha esposa, por quê? – retrucou me observando – E você? Já avisei que não quero você perto daquele homem – disse sério.
- E eu já avisei que você não manda em mim – confrontei, fingindo que estar tão perto dele não causava nada em mim, fiz um esforço que pareceu nada perto da força dele para me soltar e larga-lo bem ali.
- Fique quieta Amélia, e dance comigo – mandou. Depois de tentar me soltar mais uma vez me dei por vencida e relaxei. Agora outra canção de Celine estava sendo tocada I love you embalava os casais ao nosso redor.
- Por que não vai dançar com a sua amante? – resmunguei desviando meu olhar para os casais na pista e não focando em nenhum deles.
- Mandei ela de volta para o hotel. E qual é o problema em dançar com a minha esposa?
- E por que isso agora Nathan? Não precisa agir como se importasse – falei. A letra daquela musica era linda e por um instante me fez querer dançar com Nathan para sempre, mas eu sabia que aquilo não aconteceria aquilo era por conta dos negócios.
- Quem disse que estou fingindo? – disse. Encarei seus olhos verdes, intrigada.
- O que esta dizendo?
Ele não me respondeu nem mudou sua expressão, eu não soube o que fazer naquele instante a não ser encará-lo e continuar dançando, sentindo suas mãos me abraçarem pela cintura. As mãos quentes, macias, másculas e fortes em contato com a minha pele nua me deixaram em chamas. Foi impossível não ir direto para a única noite em que compartilhamos a cama e nossos corpos.
Dançamos mais uma musica antes de voltarmos para a mesa, tomei três taças de champanhe e fiquei um pouco tonta e tanto alegre também. John passou por nossa mesa outra vez notando as provocações que ele fazia para Nathan que se manteve ao meu lado o resto da noite.
Não consegui segurar a risada ao tropeçar nos meus próprios pés ao entrar no quarto, eu tinha ficado realmente tonta com as taças de champanhe. Nathan me acompanhou e foi por causa dele que não cai no chão.
- Acho que sou fraca para o champanhe – comentei divertida me livrando de suas mãos que ainda estavam em mim.
- Com certeza você é – murmurou.
- Tudo bem, eu estou bem – disse afastando as mãos dele – Vou tomar um banho e me deitar – disse, mas ao dar as costas a ele tudo rodou e tropecei outra vez rindo de novo.
- É parece que não – Nathan sussurrou me fazendo virar de frente para ele, me puxando para o seu corpo. Apoiei minhas mãos em seus ombros e encontrei seus olhos verdes me fitando.
- É – arfei.
De repente eu estava ofegante ao senti-lo tocar meu rosto e fazer um carinho leve em minha bochecha, engoli em seco. A respiração também acelerada batendo contra minha boca a medida que ele se aproximava, meus olhos foram ficando pesados, minhas pernas assim como o resto do corpo já tinha cedido estavam moles e entregues.
- Nathan... – sussurrei quase podendo sentir o sabor dos seus lábios outra vez apertando as mãos em seus ombros.
- Não diga nada – pediu baixo – Eu só quero entender o que esta acontecendo – completou.
Reunindo a coragem e a força que ainda tinha e concordando, acabei com a distancia que ainda havia entre nós e o beijei.