Capítulo 5

1229 Words
Naquela noite não consegui dormi apesar de estar sozinha outra vez, já que Nathan não passou a noite ali, pelo menos não naquele quarto. Fiquei aliviada por ter ficado sozinha, minha mente estava a mil, não conseguia fechar os olhos e não me lembrar do beijo, ou do gosto daqueles lábios dele. Era difícil entender o que se passava na cabeça de Nathan, ele me odiava e de uma hora para outra me beijava daquele jeito, me deixando totalmente fora do rumo. Quando ele voltou já passava das sete da manhã, ele entrou e foi direto para o banheiro, ao sair com uma toalha enrolada na cintura e os cabelos molhados. Por um instante esqueci como se respirava, me ajeitei sentando na cama e cobrindo meu corpo com o edredom, Nathan percebeu que eu estava acordada. - Bom dia – ele disse com a voz forte, os arrepios tomaram meu corpo de imediato. - Bom dia – engoli em seco ao responder desviando meu olhar para qualquer outro lugar que não o corpo molhado do meu marido – Voltou cedo – comentei. - Sim, voltei – assentiu. Me levantei me vestindo com o robe ajeitando os cabelos bagunçados – Ao que parece as senhoras Trevor e Pearl gostaram de você, fomos convidados para tomar café da manhã com eles – disse. - Também gostei delas – murmurei procurando pelo meu celular, notando ao encontra-lo que havia algumas mensagens de Richard e ligações da minha mãe – Vou tomar um banho e me arrumo rapidinho e podemos ir – falei evitando Nathan e indo em direção ao banheiro. - Amélia – chamou. Parei a alguns passos da porta do banheiro e esperei que ele continuasse, não tive coragem para me virar e encará-lo, respirei fundo tentando me acalmar – Não demore muito – foi tudo o que ele disse depois de alguns segundos silenciosos. Não respondi nada, as palavras ficaram presas na garganta, então obriguei minhas pernas a andarem e entrei no banheiro. Eu não podia continuar com aquilo, as coisas estavam saindo do controle. O café da manhã seria servido no hotel mesmo em um espaço cheio de flores e ao ar livre, dizer que tinha ficado fascinada pelo lugar era pouco. Nathan me guiou com uma das mãos apoiada nas minhas costas, mesmo com o tecido do meu vestido o calor da mão dele estava causando reações conflitantes em meu corpo. Cumprimentamos os dois casais antes de nos acomodarmos em nossos lugares, a mesa estava farta, com pães, geleias, frutas, sucos e muitas outras coisas. - Você esta linda querida – Susan murmurou sorrindo. - Obrigada, você também esta, as duas estão – elogiei sorrindo de uma para outra. - Não se esqueça de que temos hora no cabelereiro – Victoria lembrou. Susan concordou, elas pareciam bem animadas, e por um minuto me permiti ficar animada mesmo com tudo o que tinha acontecido nas últimas horas. Pouco depois o marido de Victoria se retirou para atender a uma ligação que não demorou muito já que logo estava de volta contando a esposa sobre a ligação do filho mais velho deles. - Ah meu bebezinho – Victoria murmurou carinhosa, o brilho nos olhos dela foi lindo de ver. - Para Victoria, Marcel será sempre um bebê – disse o senhor Pearl fazendo-nos rir – Um homem de trinta e dois anos – balançou a cabeça olhando com carinho para a esposa. - Isso é normal, para nós mães eles serão sempre nossos bebês – comentou Susan. - Sim – Victoria concordou com a amiga – E falando em filhos, vocês pretendem ter algum dia? – indagou me olhando com curiosidade. Puxei o ar devagar e olhei para Nathan que retribuiu meu olhar, mas ao contrário de mim ele parecia bem com a pergunta da mulher diante de nós. - Nós nunca falamos sobre isso, mas confesso que gostaria de ser pai um dia – disse. Encarei surpresa com aquela resposta, franzi as sobrancelhas sem entender o que ele queria com aquilo. Nós nunca teríamos um filho. - E você Amy? – a voz de Susan me trouxe de volta a realidade. - Sim, quem sabe um dia – forcei um sorriso, me sentindo nervosa com o rumo daquela conversa. - Tenho certeza que serão ótimos pais – ela piscou para mim. Quando era mais jovem meu sonho sempre foi me casar com um homem com o qual pudesse construir uma família, ter filhos e viver feliz. Desde a primeira vez em que vi Nathan desejei que ele fosse esse homem, mas depois de tudo esse sonho morreu dentro de mim. Observei o vestido vermelho pendurado a minha frente, ele era lindo e simples nada muito chamativo a não é claro pela parte de trás que deixava um pouco de pele a mostra. Depois de passar algumas horas com Victoria e Susan no salão, estava me sentindo bem. Essa noite seria um pouco complicada já que eu teria que passar muito mais tempo ao lado de Nathan fingindo que éramos um casal apaixonado e ainda ter que suportar a amante/assistente dele. Decidida tirei o vestido do cabide e o vesti, me sentindo linda nele, dando alguns retoques finais na maquiagem e no cabelo, e estava pronta para sair, calcei os saltos e coloquei o celular e um batom na bolsa. A porta foi aberta no mesmo instante em que me sentei na poltrona para calçar os saltos. - Está pronta Amélia – a voz de Nathan chegou aos meus ouvidos. Me levantei e caminhei até ele, meu coração bateu acelerado ao vê-lo de smoking, estava lindo, tinha feito a barba e os cabelos estavam bem penteados – Você está... Você está linda Amélia – murmurou piscando algumas vezes me olhando, o vi engoli em seco. - Obrigada – pigarreei – Você está ótimo. Estou pronta – avisei ao alisar o vestido. - Claro – assentiu. Vi Nathan ir até o criado mudo ao lado da cama e tirar de lá uma caixa de veludo preto e voltou até mim, estendendo em minha direção. - O que é isso? – indaguei estranhando aquela atitude. - Pegue – insistiu, olhando-o com receio peguei a caixa e a abri encontrando um lindo colar de diamantes e um par de brincos, fiquei surpresa. - Nathan... – sussurrei. - Me deixe colocar em você – pediu, tirando o colar com cuidado da caixa. Prendi a respiração ao senti-lo atrás de mim, senti um arrepio quando ele colocou meu cabelo para o lado passando o colar e demorando mais do que o necessário para fechar o colar. - Obrigada – falei baixo me virando de frente para ele com a caixa nas mãos, levantei meus olhos até os dele, sentindo meu coração acelerar e a respiração falhar. - Ponha os brincos – pediu sem tirar os olhos de mim, ele tirou a caixa de mim esperando que eu pegasse os brincos e assim o fiz, sob seu olhar atento coloquei os brincos – Agora sim podemos ir. Concordando peguei a bolsa e ele me conduziu para fora do quarto. No carro fomos em um silencio total, não reclamei isso evitava qualquer constrangimento. O problema era a minha mente que não parava um segundo, a confusão que Nathan estava causando era enorme dentro de mim, e por alguma razão eu podia sentir que a noite seria longa.
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