Capítulo 2

2310 Words
Já passava do meio dia quando Marcela me avisou da ligação da assistente de Nathan. O voo estava marcado para as sete da noite, precisava organizar tudo para esses dias fora, claro que Richard daria conta ele era ótimo, talvez fosse medo de ficar sozinha com Nathan. Richard e saímos para almoçar em um restaurante perto do escritório, estávamos morrendo de fome. - O que posso servir á vocês hoje? – o garçom perguntou depois de estarmos acomodados. - Acho que vou querer um macarrão alho e óleo, por favor – disse decidida. - O mesmo para mim – Richard pediu o mesmo. - Certo, e para beber? – insistiu o garçom olhando de mim para Richard. - Um Sauvignon Blanc, por favor – disse. O garçom anotou nossos pedidos e saiu. - Eu adoro almoçar com você sempre aprendo o nome de um vinho novo – comentei sorrindo, Richard piscou para mim. - Então... Esta preparada para passar três dias com seu marido? – perguntou. - Sinceramente? Não – confessei – Tudo seria mais fácil se ele simplesmente me deixasse em um quarto sozinha, já estou acostumada com isso – murmurei. - E se ele estiver tentando fazer o casamento dar certo finalmente – ponderou. - Acho difícil, mas enfim, ele pode dormir no sofá. - Vocês nunca transaram? – quis saber, senti um rubor subir por minhas bochechas. - Sim – pigarreei me remexendo na cadeira – Mas ele não se lembra – confessei. - O que? Como assim? – indagou curioso e surpreso. - Ele estava bêbado e achou que fosse outra pessoa – contei. - Minha nossa Amy – Richard murmurou com os olhos arregalados. Assenti sem graça e para a minha sorte o garçom voltou com nossos pedidos. Eu não costumava falar sobre aquilo nem mesmo com a minha mãe, mas Richard era alguém em quem podia confiar. Conversamos sobre outros assuntos, e percebi o quanto ele estava feliz por que finalmente, Louis iria contar a família sobre o relacionamento deles. Richard estava radiante m*l podia conter a felicidade, e como ele mesmo disse finalmente Julianne poderia viver o amor dela em paz. Quando voltei para casa no fim do dia, tomei um longo banho de banheira, depois aprontei uma mala pequena. Jantei sozinha como de costume, Nathan chegou horas depois, eu já estava indo me deitar quando ele bateu a minha porta, com o terno nas mãos. - Eu já estava indo me deitar Nathan – avisei vendo-o entrar no quarto. - Você dorme assim? – indagou me olhando de cima á baixo, eu estava usando uma camisola de seda vermelha que só chegava até a metade da coxa. - Toda a noite, ás vezes durmo nua – provoquei, vendo-o engolir em seco – Mais alguma coisa Nathan? – o encarei. - Amanhã, Roger levará você até o aeroporto – disse. - Tudo bem – assenti, esperei que ele falasse alguma coisa, mas tudo o que ele fez foi ficar parado me olhando como se nunca tivesse me visto na vida – Mais alguma coisa Nathan? – insisti vendo-o sair do transe. - Não eu só... Boa noite – gaguejou e então saiu me deixando sozinha. Soltei o ar preso olhando para a porta fechada até me dar por vencida e ir dormir, de nada adiantaria ficar tentando entender aquele homem. Quando sai pela manhã para ir trabalhar, Paulina tinha ficado responsável por encarregar Roger de colocar minha mala no carro. Nathan já havia saído, e nem ao menos tomou café. O dia cheio foi o que distraiu minha cabeça e meus pensamentos para longe da tortura que seria passar três dias ao lado de Nathan dormir no mesmo quarto e saber que a amante dele estaria bem perto. Apesar de saber que nosso casamento era somente de aparência e vingança, eu o amava e odiava saber que ele nunca me amaria e que mesmo após anos ele ainda não tinha esquecido Erin. - Richard se precisar de mim, é só me ligar – avisei, enquanto recolhia minha bolsa, meu celular e agenda. - Pode deixar, aproveite a viagem está bem? – pediu diante da minha mesa. Suspirei fazendo uma careta que o fez rir. - Vou tentar – prometi – E não se esqueça de que quero saber de tudo sobre esse jantar com a família do Louis – lembrei. Rich tinha chegado àquela manhã radiante, por que finalmente Louis iria contar a família que eles eram um casal. Fiquei muito feliz em saber disso e triste por não estar por perto nesse momento especial para o meu amigo. - Não se preocupe vou te contar tudo e com detalhes – disse feliz. - Certo. Bom, eu vou indo Roger já deve estar me esperando – falei me aproximando passando os braços por sua cintura abraçando-o apertado me despedindo. Quando sai Roger estava a minha espera ao lado de fora do carro, sorri gentil quando ele abriu a porta para mim. Me acomodei no banco puxando o cinto, deitei a cabeça no encosto do banco e fechei os olhos, desejando que esse fim de semana passasse rápido. Encontrei meu marido e a assistente fazendo o check-in, a ruiva sorriu para mim, um sorriso que dizia que ela tinha o que eu queria. Eu odiava aquela mulher com toda a força do meu ser, nada poderia ser mais humilhante do que aquilo. Nathan fazia questão de deixar claro que eu nunca seria nada na vida dele. O voo foi tranquilo, assim como o trajeto do aeroporto até o hotel. Eu só queria tomar um banho e comer alguma coisa, estava cansada demais para se quer pensar em descer para jantar no restaurante do hotel. - Não esta com fome? – Nathan perguntou ao me ver saindo de roupão e com o cabelo molhado do banheiro. - Vou pedir que entreguem aqui no quarto mesmo – respondi indo até a minha mala tirando meu pijama – Estou cansada. - Bom você é quem sabe – murmurou, assenti suspirando – Amanhã temos um almoço com alguns possíveis sócios, ao meio dia – continuou. - Claro, estarei pronta – garanti voltando meu olhar cansado para ele. Nathan tinha tirado a gravata e aberto dois botões da camisa, e conseguindo ficar ainda mais lindo. - Não precisa me esperar – falou. - Não pensei em fazer isso – confessei, odiando o fato de que ele iria para os braços da outra. Caminhei até o telefone ignorando a presença dele. Cai no sono assim que terminei de jantar na noite anterior, estava cansada de verdade. Sai do quarto pela manhã notando que Nathan não tinha dormido ali, desci até o restaurante para tomar café da manhã, poderia ter ficado e tomado café no quarto, mas isso significava ver Nathan voltando de sua noite com a ruiva. Me acomodei em uma das mesas, e esperei meu pedido chegar. Eu me sentia tão i****a por aceitar aquilo, por mais que ele não sentisse nada por mim, ainda assim me machucava, ás vezes eu tinha vontade de jogar tudo para o alto e acabar com aquele casamento, mas o medo por não saber o que aconteceria com meus pais se o fizesse era ainda maior. Por muito tempo tentei e lutei muito para não odiar Erin por isso, tentei entender as razões que a levou fazer aquilo, mas depois de três anos passando e sofrendo por coisas das quais eu não merecia, odiá-la foi tudo o que consegui sentir, não sabia se um dia poderia perdoa-la pelo o que causou a todos nós. Depois do café da manhã resolvi ir até a área da piscina, relaxar um pouco antes de subir para me arrumar para o almoço com Nathan. Me sentei em uma da espreguiçadeiras a beira da piscina e fiquei observando o movimento, mas foi um loiro alto e forte do outro lado da piscina que tentava de todo jeito ajudar um garotinho a tirar a blusa que parecia bem apertada demais. Tive vontade de rir da situação, estava bem engraçada na verdade, estava observando a cena quando o loiro olhou na minha direção, senti meu rosto esquentar de vergonha, mas o loiro não perecia estar chateado e sim pedindo por socorro. Decidida me levantei e andei até o outro lado da piscina. - Oi esta precisando de ajuda? – perguntei tentando não rir dos dois. - Sim, acho que sou um péssimo padrinho – choramingou, me fazendo rir. - Sim, você é – o garotinho concordou com a voz abafada, com os braços presos para cima na blusa. - Pode me ajudar, por favor – pediu me olhando derrotado. - Claro – assenti achando graça daqueles dois. Segurei a parte de trás da blusa e de uma vez só puxei a blusa que finalmente saiu – Prontinho – falei ajeitando os cabelos castanhos do garoto de lindos olhos verdes. - Viu só padrinho – o garotinho revirou os olhos para o loiro, e piscou para mim antes de correr para entrar na piscina. - Ele é uma graça – comentou o loiro. - Com certeza é – concordei estendendo a blusa para ele. - Muito obrigado, eu realmente não tenho muita pratica e Cooper também não colabora – continuou – Sou Spencer, muito prazer – estendeu uma das mãos para mim. - Amélia, não há de que – garanti apertando a mão quente dele. - Você tem filhos Amélia? – perguntou puxando assunto. - Não e você? – indaguei me sentando ao lado dele. - Em breve, minha noiva está gravida de cinco meses, estamos aqui para o casamento – contou. - Meus parabéns – sorri para o loiro que vez ou outra dava uma olhada no menino na piscina. Fiquei ali conversando com Spencer e m*l vi o tempo passar, e tive que sair correndo para me arrumar para o almoço. Encontrei Nathan terminando de se arrumar. - Onde estava? Esta quase na hora de sairmos – quis saber me olhando sério. - Estava na piscina e perdi a noção do tempo – expliquei. - Pelo visto estava bem interessante por lá não é? - Estava sim – concordei decidindo ignorá-lo, entrei no banheiro deixando-o sozinho. Tomei um banho rápido e me arrumei também na mesma velocidade.  Ele estava sentado na cama quando sai do banheiro, usando um vestido verde escuro solto. - Quem era o homem com quem você estava conversando? – perguntou. A voz rouca fez meu corpo se arrepiar. Como ele sabia que eu estava conversando com alguém? - Por que quer saber? – me virei para ele fitando seu rosto sério, os cabelos escuros bem penteados – Por acaso eu perguntei onde você passou a noite? - rebati. Nathan sorriu de lado e se levantou andando até parar diante de mim, me fazendo dar um passo para trás. - Você deve saber onde passei a noite – disse num tom natural. Senti meus olhos lacrimejarem e a minha garganta arder, mas eu não faria aquilo na frente dele. - Por que quis que eu viesse? Para me humilhar ainda mais? – indaguei magoada fitando seus olhos verdes que brilharam em diversão. - Por que você é minha esposa. Não posso ficar andando para cima e para baixo com a minha amante – disse num tom divertido com um sorriso que eu odiei. - Eu não mereço isso Nathan – murmurei com a voz tremula me segurando para não chorar. Seus olhos verdes fitaram os meus por longos e terríveis segundos. - Você tem cinco minutos para terminar de se arrumar – disse frio se afastando. Tive que me forçar a ficar em pé, respirei fundo algumas vezes para me recompor, voltei para o banheiro e encarei meu rosto no espelho, odiando ser tão fraca daquele jeito. - Respire Amélia. Respire – murmurei para mim mesma, eu precisava ser forte. Fui guiada por Nathan até a mesa onde estavam três homens e duas mulheres conversando. - Bom dia senhores, desculpem o atraso – Nathan pediu, quando ficamos diante deles. - Que isso Nathan sente-se ai – um dos homens, um senhor de cabelos curtos e grisalhos disse, Nathan puxou a cadeira para que eu me sentasse – E quem é essa dama encantadora? – quis saber me fazendo sorrir tímida. - Essa é Amélia Woods, minha esposa – respondeu sentando-se ao meu lado. - Então está explicado o motivo do pequeno atraso, eu também me atrasaria todos os dias se tivesse uma esposa tão bonita quanto a sua Woods – o comentário que me fez arregalar os olhos envergonhada veio de um moreno alto de lindos e brilhantes olhos castanhos, ele me olhava sem pudor algum, tão intensamente que parecia querer gravar cada detalhe do meu rosto. - Tenho certeza de que consegue encontrar uma tão bonita quanto a minha mulher John – Nathan rebateu – Amélia esses é o senhor Pearl e sua esposa – me indicou ao senhor de cabelos grisalhos e a senhora muito bonita de cabelos castanhos bem penteados – E esses são o senhor e senhora Trevor – disse indicando o outro casal ao qual cumprimentei gentilmente – E o cavalheiro inconveniente é John Silver – disse nos apresentando. - É um prazer conhece-la, senhora Wood – ele disse me olhando tão intensamente que me deixou incomodada, sorri envergonhada para o moreno – Como foi que conseguiu esconder uma mulher tão bonita assim por tanto tempo, Nathan? – Silver indagou, levantando seus olhos castanhos até o meu marido e foi então que senti o tom de provocação na voz dele e que a partir daquele momento eu seria usada para levar seu joguinho á diante, o que John não sabia era que se ele estava tentando provocar Nathan me usando de nada adiantaria, ele tinha errado a mulher, talvez se ele o provocasse usando a ruiva o seu plano desse certo.
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