SOL NARRANDO — Ingrid, pega o gel aí pra mim, pelo amor de Deus, que minha trança tá com frizz aqui na frente, ó! — falei ajeitando os cachos das pontas no espelho. — Calma, garota, tu vai descer igual uma boneca do Babado Novo, tá achando que eu vou deixar tu sair com um cacho torto? Nunca! A gente tava no quarto mequetrefe, mas o clima era de camarim de Beyoncé. Ingrid já tava com a base toda selada, contorno na régua, olho marcado e a língua afiada igual navalha. E eu ali, sentada na beirada da cama, ajeitando meu vestido mais colado, aquele vermelho que eu comprei em Floripa e nunca tive coragem de usar. Mas hoje? hoje eu ia usar. Porque era meu primeiro pagode no Mandela. Porque eu queria. Porque eu merecia. E também, porque eu sabia que alguém ia ver. — Ô Ingrid… tu acha que tá

