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BRASA NARRANDO Mano, eu nem sei que p***a foi aquilo. A boca dela na minha, calma e quente. Cheia de coisa que eu nunca soube receber. Era beijo de mulher que ama. Não era beijo de qualquer uma. Não era beijo de safadeza de esquina. Era beijo de presença. Beijo de quem quer ficar. Beijo de quem te enxerga, mesmo quando tu tá coberto de lama. E eu deixei. Não empurrei. Não desviei. Só fiquei ali. Sentindo. O coração ainda tava meio bagunçado, ainda tinha nó na garganta, mas… tinha alguma coisa diferente. Como se… sei lá. Como se alguém tivesse aberto uma fresta num quarto que ficou trancado por trinta anos. Ela encostou a testa na minha depois do beijo. E sorriu. Eu senti pô, Vi o sorriso dela mesmo com o olho fechado. E naquele momento eu fiquei calado. Não porque eu não queria falar.

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