Sol narrando A noite não passou; ela simplesmente girou em círculos na minha cabeça. Eu virava, revirava, deitava de lado, me cobria, descobria. Escutava cada passo lá fora como se a qualquer momento fosse alguém vindo buscar meu pai para morrer. Mas o pior não era isso. O pior era aquele nome entalado na minha garganta: Brasa. Só de lembrar o olhar dele quando contou o dinheiro, aquela risada debochada, o cheiro do cigarro, a ameaça disfarçada de voto de confiança… era o tipo de homem que bagunçava o juízo de qualquer um. Mas o meu, não. O meu estava firme. Ou pelo menos era nisso que eu me agarrava para não surtar de vez. Vi a Ingrid sair de fininho. Nem fez barulho, só vi o vulto dela se enfiandopara a rua. Eu até ia chamar, mas fiquei na minha. Cada um com sua vida. E eu com o meu in

