48

1365 Words

BRASA NARRANDO A casa tava num silêncio do c*****o. Só o barulho do ventilador batendo na parede e aquele chiado leve do fone de ouvido colado no meu ouvido esquerdo. A tela do notebook acesa, o app de escuta aberto e eu ali, igual um i*****l, esperando qualquer som da voz dela. Aí tocou. A ligação entrou. O número era de fora. Floripa. Na hora eu já endireitei na cadeira, larguei o copo vazio, botei o volume no talo. A voz dele apareceu primeiro. Voz de boy. Manso. Rico. Todo aquele jeitinho que a favela odeia. Amor? Amor, ele chamou ela de amor. Trinquei o maxilar. Respiração travada. Meus dedos fechando devagar em cima da mesa. A voz dela veio em seguida, meio molhada, rindo. Rindo, p***a. RINDO! Como é que pode? Comigo ela é só resposta curta, grosseria, olho revirado. Com ele el

Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD