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ROBERTO NARRANDO Abri a mala pela terceira vez, mais por mania do que por necessidade. Duas mudas de roupa social, três camisas, um par de sapatos, o perfume que ela gostava e uma garrafa de vinho que eu nem sei por que tô levando. Não é como se eu achasse que a Sol vai me receber de braços abertos. Mas eu também não vou aparecer no Rio com a mão abanando, parecendo um derrotado. Nunca fui esse cara. Joguei o blazer dentro, fechei o zíper, sentei na beira da cama e fiquei olhando pro nada por uns minutos. A cabeça fervendo. Eu nem sei o que quero mais — se quero pedir desculpa, provar que ainda mando na situação, ou só ver se ela ainda me olha do mesmo jeito. Desde que a Sol sumiu, bloqueou tudo, cortou meu contato com a empresa, com os clientes, com os fornecedores… tudo parece ter perd

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