SOL NARRANDO Deitei no quarto, luz apagada, ar condicionado fazendo aquele barulhinho de ônibus parado. Virei pro lado, pro outro. Nada de sono. O celular piscava na cômoda igual farol de barco. Roberto ligando de novo. Recusei. De novo. Recusei. No terceiro, botei no silencioso e bufei alto, soprando a raiva pra fora. “Vai dormir, Sol.” — eu disse pra mim mesma. Mentira. A cabeça rodando que nem pipa na ventania. Aí vibrou de novo. Ingrid. “amiga chegueiii agoraaaa em casa, tô te mandando as gotos do pagode eu e tu ficaram perfeitaaasss kkkkk olha o chatinho no fundo 😂🔥” Abri na hora. Vieram várias miniaturas, aquela fileira de foto engolindo a tela. Toquei na primeira. Era a gente duas, colada, sorriso grande, suor de pista, luz colorida batendo no rosto. No fundo, ele. Encostado n

