79

1501 Words

SOL NARRANDO Saí da casa do Brasa com o sol da manhã batendo torto, impossível esconder a cara amassada e o coque alto improvisado. Ele abriu o portão, o carro preto já esperando na calçada. Dois seguranças na frente — aqueles armários — deram um olhar pra mim e outro pro chão. O Brasa só lançou aquele olhar de patrão que não precisa falar nada. Os caras engoliram seco e começaram a “olhar pro nada” como se tivessem virado poste. Eu mordi o riso. Subi no carro, fechei a porta e deixei escapar um “pfff”. — Qual é a graça? — ele perguntou sem tirar os olhos da rua. — Você, né. — eu virei de lado, rindo baixo. — Tu é uma piada ambulante e nem percebeu ainda. — Uhum. — ele fez aquele barulho de quem não compra a piada, mas guarda. — Bota o cinto. Botei. O carro desceu a ladeira com o bar

Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD