Mina Rizzo
Chego em casa depois de mais um dia de treinamento, amanhã começo a trabalhar na polícia municipal italiana, preciso fazer carreira e chegar até o posto de delegada, quero ter uma boa base para fazer a prova para delegada e ter um padrinho é essencial.
Você deve estar se perguntando por que quero ser delegada, bom preciso ser delegada para colocar atrás das grades os culpados da morte do meu pai.
Venho de uma família que tradicionalmente tem como profissão pertencer há esse grupo que dá sua vida para cuidar dos outros, uma longa linhagem que tem como meta proteger.
As polícias são órgãos do Estado que têm a finalidade constitucional de preservar a ordem pública, de proteger pessoas e o patrimônio, e realizar a investigação e repressão dos crimes, além do controle da violência.
A Polícia do Estado (Polizia di Stato ou PdS) é uma força nacional de polícia italiana, de estatuto civil e disciplina militarizada, responsável pela prestação do serviço geral de polícia na Itália, nos ramos de polícia judiciária e policiamento ostensivo uniformizado, este, nas modalidades de patrulhamento rodoviário, ferroviário, aeroportuário, alfandegário (junto com a Guardia di Finanza), fluvial, bem como, de apoio às guardas municipais.
É um trabalho que exige tudo de mim, sou mulher e bom, não somos bem vistas nesse mundo machista e autoritário.
Hoje, por exemplo, estou destruída porque um i****a achou que podia tirar sarro da minha cara, que eu ficaria quieta ao ser chamada de " sexo frágil da polícia", Deus e os outros policiais que me tiram de cima daquele homem, como punição por ter mandado o verdadeiro "sexo frágil" para o hospital, bom, terei que ser guarda de trânsito durante uma semana, que ódio!
Quase um mês perdido em grandes casos e aprendendo mais um pouco sobre a profissão.
Ao abrir a porta sinto o cheiro suave dos doces que a minha mãe faz, por isso sofri na academia da polícia, digamos que não tenho um corpo de modelo, sou grande em certos lugares e não sou baixinha como as outras mulheres.
- Mama! - Digo deixando a mochila na cômoda e indo em direção a cozinha.
Minha mãe passou o dia fazendo doces para vender, foi assim que fui criada, estudei e agora realizo o meu sonho, na verdade não é um sonho e sim a forma que encontrei para fazer justiça.
- Minha pequena...- Uma piada interna, não tenho nada de pequena.
- Mama sou tudo menos pequena...- Ela ri e tossi ao mesmo tempo, a saúde da minha rainha não anda muito boa.
Minha mama foi diagnosticada com enfisema pulmonar que nada mais é que uma doença degenerativa, que geralmente se desenvolve depois de muitos anos de agressão aos tecidos do pulmão devido ao cigarro e outras toxinas no ar.
Após a morte do meu papa, Dona Clara se entregou ao cigarro para manter a mente e corpo ligados nas responsabilidades que agora eram exclusivamente dela.
Nem a pensa dada pelo governo ajudava com tudo, tínhamos acabado de nós mudar para a casa que dez anos depois estava aos pedaços por falta de grana para arrumar, todo o dinheiro era para os meus estudos e nossas necessidades.
A casa ainda está em pé porque eu arrumo como posso, nada profissional pois a mão de obra é cara aqui na Itália.
- Essa tosse está piorando...- Suspiro cansada, minha mãe é tudo para mim, não posso perder ela.
- Nada que um xarope caseiro não possa resolver...- Olha para a senhora que tirou forças do luto para cuidar de mim.
- Tenho que fazer essas entregas... - Vou até ela e pego todos os pedidos.
- Vá descansar, eu faço a entrega dos pedidos para a Senhora. - Digo pegando os diversos pacotes e endereços...
- Mama? Está fazendo pedidos para Aretha Salvatore? - Vejo que o maior pedido é para a casa dela.
-Sim, ela é a minha melhor cliente, ela sempre compra com os fabricantes artesanais e diversas vezes vem buscar pessoalmente, hoje parece que teve problemas por isso pediu pela entrega.
Minha mãe não sabe, mas a família Salvatore é importante na cidade, pior eles são donos do crime organizado da cidade.
Nada comprovado, mas os sussuros são que eles mandam e desmandam na cidade. Como nunca soube disso?
- Como uma mulher tão fina confia em você?
- Mina...- Minha mãe me olha como se fosse uma ofensa.
- Mãe quem sabe que trabalha para eles?
- Somente você pequena, ninguém mas, Aretha me fez jura que ninguém saberia, tanto que a senhorita só está sabendo agora...
- Porque sinto que me esconde algo? - Minha mama começa a tossir sem parar, logo fica sem ar e vejo que ela está bem abatida.
- Vamos para o hospital...-Digo pegando as coisas.
- Vá fazer a entrega, Aretha ja pagou além do que era por elas, não me peça para te falar nada, no momento certo saberá de toda a verdade...
O que será que Dona Clara esconde?
Porque sinto que tem haver com o crime organizado?
Deixo minha mãe descansar e vou fazer a entrega do pedido, preciso ajudar ainda mais a minha mãe que está com saúde debilitada.
Foco no plano principal, ser uma delegada e pegar os responsáveis pela morte do meu pai.
Quando minha mãe querer me contar o que sinto que ela deseja falar durante todos esses anos, aí sim vou ouvir e me preocupar.
Mina não sabia que tudo que sempre acreditou era mentira e que seu destino sempre foi traçado pela leis e regras do Dom...