A Festa, parte III

791 Words
— Eu pensei que você tinha pedido para convidá-la... — Pausadamente, Jason me encarava ali embaixo da escada, quase caindo dela com Jéssica. — Não estou falando da minha amiga. — Apontei pra Becca. — Estou falando dessa calopsita oxigenada do c*****o. — Agora, apontei para Ashley. Todos desataram a rir e ela fechou a cara. — Que engraçado. — Ashley riu e cruzou os braços, todos, novamente se calaram. — Aqui paga de gostosa porque pegou as roupas da tia para vir a festinha, mas, na escolinha anda no corredor dos perdedores... — Fez biquinho de pena e arrancou mais risos da galera. — Perdedora é quem precisa subornar a tia da cantina para comer dois pudins e dois pedaços de carne como se não tivesse comida em casa. — Quem mandou essa, acreditem ou não, foi a Rebecca. Todo mundo encarou e eu fui uma das. Gargalhei alto a ponto de me curvar, quase cair do salto e até bater palmas. Sem perdoar, os convidados vaiaram! E vaiaram muito. Motivo disso? Muitos também sentiam falta da carne e do pudim que elas contrabandeavam clandestinamente. — É gatinha. — Eu ri. — Com essa, eu cuspia no chão e saía nadando. — E eu encarei Valentina, lá de cima, nem tão longe de mim e pisquei dando-lhe um sinal. — Deixa eu recolher os cacos da sua reputação que acabou de quebrar aqui embaixo do meu salto... Que eu vou jogar bem na sua cara! — E a música começou a tocar. Iria mostrar um pouco de Brasil para esse povo. A música da vez era: Major Lazer – Sua cara. Com Anitta e Pabllo Vittar. A batida começou, Valentina caprichou para c*****o e pude perceber todo mundo embalando ao som dos seus aparelhos e ignorei o fato de Ashley chamar Jéssica com o olhar e se afastar junto com as demais. Eu estava mais ocupada, pronta para TENTAR dar um salto com a minha reputação e da galera do teatro. Meu quadril não parava de mexer. Parecia uma mola! Flexionava bem os joelhos, movia os braços para cima e rebolava em ondas como uma verdadeira dançarina do ventre. Me equilibrava bem naqueles saltos, mas, confesso que toquei no ombro de Jason como se quisesse usá-lo como apoio para não cair, quando na verdade, eu queria mesmo era rebolar bem na cara dele! Bem... Ele segurou minha mão. Aquilo foi bom. Virei as costas e mexi o corpo, encarei ele por cima do ombro e comecei. — Você prepara, mas não dispara! Você repara, mas não me encara! Se acha o cara, mas não me para! — E continuei ao som. — Ta cheio de maldade, mas não me encara! Ele mordeu o lábio inferior. Esqueceu por um momento que namorava e segurou na minha cintura. Infelizmente, aquele "gringo" não tinha meu molejo e por causa disso, parecia um motorista vesgo nas corridas de fórmula um! Não tinha habilidade para aguentar a pressão daquela máquina e isso o desestabilizou. — Que eu vou jogar bem na sua cara! — Forcei meu quadril ao dele. Jason me deu uma encoxada firme e me segurou na virilha, passando os dedos entre minhas pernas e eu continuei o gingado de cima para baixo, de baixo para cima. — Eu vou rebolar bem na sua cara! — E quando senti sua mão boba avançar, virei de frente, cruzei uma coxa na sua cintura e uma mão no seu ombro, empinando e quebrando contra o meu primo. Ele ia a loucura! E quando a batida parou, eu o empurrei e olhei para a entrada da pensão. O verdadeiro show, ia começar agora. — CHEGUEEEEEEEEEEI.... — A porta se abriu com vontade e Kyle apareceu toda montada, os cabelos loiros e longos, saltos maiores que os meus e aquela roupa que deixava a minha no chinelo. Tinha gente que acreditava que de fato ele era uma garota. Eu gargalhava e Jason ficava com uma feição de: "Que p***a é essa"? — YUUUKEEE? — Vou deixar vocês completarem a frase. EQUANDO O GRAVE BATEU A GENTE QUICOU! E na cara de todos a gente jogou! E rebolou! Me juntei lá embaixo com Kyle e cantamos a música inteira. As pessoas da CA, com certeza não sabiam como era mexer bem o quadril como uma boa brasileira sabia fazer! Os garotos enlouqueceram! As garotas morreram de inveja, mas, certamente viriam me pedir para ensiná-las. Rebecca e Yumi que eram tímidas se mexiam conosco até que a música acabou e todo mundo gritou, aplaudiu e então, eu ergui a minha bandeira. — Aê, serve a catuaba para essa galera e toca VAI EMBRAZANDO! — Mandei para os serviçais figurantes. Pois, eu que não ia servir ninguém de salto.
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