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MARIA JÚLIA NARRANDO Acordei antes do despertador tocar. Já tava claro, o sol entrando cortado pela fresta da cortina, mas o quarto ainda carregava aquele silêncio de madrugada. O noticiário continuava rolando baixo na TV, repetindo as mesmas imagens da noite anterior, manchete sobre o corpo encontrado no matagal, cabeça separada a metros de distância. Nem quis ouvir de novo. Levantei devagar, desliguei a televisão e deixei o Rodrigo dormir mais um pouco. Ele tava virado, acabado da operação, corpo largado na cama como se tivesse sido atropelado por um bonde. Fui pra cozinha com o passo leve, sem arrastar chinelo nem nada. Preparei o café no automático, coando no pano, cheiro bom invadindo tudo. Pus a mesa com calma: pão francês, ovo mexido, queijo branco, mamão, suco de laranja. Ele sem

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