GADERNAL NARRANDO Ele não ia só dar um esporro no Breno não. Ele ia matar o moleque, de verdade. E ali, dentro da sala de aula. Com a professora parada igual uma estátua, branca, dura, os olhos arregalados, parecia que ia desmaiar. Eu entrei no meio no impulso, tá ligado? Nem pensei. Só vi a cena e agi. Segurei o braço do Cocão com força, porque ele já ia dar mais um soco. Breno já tava encolhido, as costas grudadas na parede, o peito arfando de dor, e a professora… p***a, a professora parecia que tinha travado. Uma mistura de choque com medo. Eu olhei pra ela. Não sei explicar. Os olhos dela tinham uma coisa diferente. Um medo que não era só do Cocão. Era do sistema, da rua, da impotência. Ela não falou nada. Só respirou fundo, virou as costas e saiu correndo da sala no exato momento e

