O Preço da Virgindade

Capítulo 04 - …Algo valioso.

Tigre

Meu irmão, o maldito delegado Hugo, quer acabar comigo mesmo, depois de quase quebrar meus ossos com aquela agua gelada do c@ralho, ele mandou me jogar na cela e só passei umas quatro horinhas descansando e ele já veio de novo pra cima de mim, querendo que eu falasse o que eu sei do movimento, da facção… Meu irmão, o filho da put@ quer que eu traia o movimento? É muito i****a mesmo. Sou cobra criada dentro do trampo desde que nasci véi, meu pai, o velho Tigre, foi um dos homens mais leais que conheci e a primeira coisa que nós aprende no movimento é que se for morrer, melhor que seja na mão dos inimigos do que dos aliados. Se eu traí o Dom, a facção, o tal capo da máfia vem pessoalmente arrancar meus ovos para servir de exemplo… Dizem que o homem tem cara de anjo, mas com os inimigos é o próprio capeta. E eu prefiro encontrar com o capeta depois de morto mesmo.

O maldito delegado, perguntou se eu ia coloborar e eu mandei ele tomar no ** e ele veio com tudo pra cima de mim… E quando ele ia acabar com minha cara bonita, que eu passo até creme pra hidratar, com um soco inglês, eu me encolhi todo e até pedi pro capeta, me levar logo. porr@, isso vai doer, véi. Mas de repente a porta abriu e eu só ouvi…

— Que porr@ é essa que tá acontecendo aqui? — O maldito do Hugo ficou branco na hora, véi…

— Oh secretário, estamos tentando fazer o preso contar o que sabe… — Levantei a cabeça e o secretário de segurança da cidade estava lá de carne e osso, put@ que pariu! Eu tô importante…

Acabe com essa palhaçada agora e mande o preso pra enfermaria. Se ele morrer eu mesmo acabo com você, delegado. — O Secretário fala trocando so dentes e sai batendo a porta com força e Hugo bufa…

Véi, eu não sabia se ria da cara do maldito, se agradecia o capeta por num me aceitar agora, ou se rezava pra Deus agradecendo… Porque podia ter sido ele que resolveu me dar moral.

O ** azul, filho da put@ que tá com ele vem me pegar e me levam bem mansinhos rapa, pra enfermaria, eu tava fudido, mas num ia morrer não.

Secretário de Segurança

Cheguei na delegacia do delegado Hugo Portela, torando um aço, de medo que o maldito tivesse matado o tal traficante Tigre. Recebi ordens de cima que ele é protegido de Enzo Fontana. O filho da put@ é manda chuva da máfia italiana e tem muita gente de poder na mão. Se o filho da put@ do Tigre morrer, eu tô fudido e esse delegado é louco, não mede as consequências do que faz, tenho que chegar a tempo de evitar que ele f**a com tudo e me leve junto.

Vou pessoalmente até a delegacia junto com o superintendente que não está conseguindo segurar o protegido dele. Entro na delegacia e vou direto para a sala de interrogatório e quando entro vejo o filho da put@ do delegado pronto pra acabar com a cara do tal Tigre com um soco inglês… Olho bufando de ódio pra ele, que vejo que fica branco e começa logo a falar:

— Secretário eu queria explicar… Esse preso é perigoso e faz parte da maior facção criminosa já existente. Sei que ele pode falar e com o que ele sabe, e nos ajudar a pegar tubarão.

Eu fico sem dizer uma palavra, apenas observando o i****a e depois falo:

— Eu pensei que você só tivesse a cara de i****a delegado, mas estou vendo que você é mesmo um i*****l — Falo com voz mansa, mas com muita firmeza — Eu não vou acabar com tua merda de carreira agora, por que o Superintendente que é meu amigo, intercedeu por você, como um favor pessoal. Mas se você continuar mexendo dessa forma, com os tubarões e eu precisar vir aqui pessoalmente de novo, é melhor você fugir e eu não te encontrar. Espero que eu tenha sido bem claro. Estamos entendidos, delegado Portela?

— Sim senhor. — Olho para o superintendente e digo:

— Cuide dessa palhaçada e siga o que eu mandei se não o primeiro que vai se fuder é você. — Ele fala e se retira sem olhar pra mim e eu pensei na hora: porr@. peguei pesado.

***

Superintendente

— Que merda você fez seu i****a? Mexeu com gente lá de cima, tá doido, Hugo? —

— Como assim, você sabia que a gente ia prender ele?

— Claro que sabia, que você ia prender, mas torturar ele não. Era só pra pegar o dono do morro e você chamou a atenção de todo mundo, só faz uma merda atrás da outra. O pior é que esse cara tem proteção graúda.

— Tá, eu entendi, mas e agora vamos soltar ele?

— Não. Ele precisa provar que não tem envolvimento com o tráfico, o que vai ser difícil pra ele. Mas não toca nele. Essa porr@ de vingança tua, Hugo, só tá causando confusão. Pegar os tubarões não dá.

— A ideia de usar ele pra pegar os tubarão foi sua… — O filho da put@ joga pra cima de mim com a cara mais cínica do mundo.

— Eu sei… Agora, vamos deixar quieto por enquanto que a máfia italiana é muito mais forte aqui dentro do que eu imaginava.

— O que vai acontecer com o Tigre agora?

— Ele vai ser transferido pra um presídio e esperar. Você vê se esquece o Tigre e se segura pra não fazer mais merda.

— Eu vou focar no meu objetivo principal, acabar com Dom.

— Essa vingança ainda vai te matar.

***

Tigre

Depois que o secretário de segurança chegou aqui como meu salvador, eu fui colocado na enfermaria, e dois dias depois que me deram alta, fui transferido pro presídio. Eu ainda tava inchado ainda, mas bem… O tenente que tava com o delegado, foi que me levou pra lá e foi dizendo pra me fazer medo, o filho da put@:

— Vamos dar um passeio, vei… Que tu parece que é cliente vip mesmo. — Pensei logo, tô fudido… Agora vou morrer…

Um tempo depois, chegamos na porta do presídio e quando entrei que me levaram pra cela, tive uma surpresa, porque me colocaram em uma cela individual e até que era limpinha… As coisas até que num era rüim não.

Quando entrei na cela, o cuzão do carcereiro foi logo dizendo:

— Tem as costas bem largas né, Tigre?

— Sou celebridade rapaz, sabia não? — Falo cínico para o filho da put@.

— Já vi que é… Cheio das mordomias…

— Quando posso falar com meu advogado?

— Quando aparecer algum, venho te pegar.

Mas num demorou não e logo o cara voltou na cela e me levou pra uma sala onde um advogado importante, véi, tava me esperando e foi logo abrindo o jogo pra mim.

— Tigre, meu escritório está te representando e pode confiar que vamos te defender e tudo que for necessário pra você sair daqui o mais rápido possível, vai ser feito.

— Beleza, doutor, eu tô entendendo.

— Mas agora, é melhor pra todos, que você fique aqui uns três ou quatro meses.

— Tudo isso, véi? Eu num vou aguentar não.

— Confie, que essa é a melhor estratégia para seu caso, e uma maneira de lhe proteger também, mas não se preocupe que você terá algumas regalias. Gostou da cela?

— Sim, pra presidio, até que a cela é limpinha.

— Ótimo. Aqui tem umas coisas de higiene pessoal, lanche e revistas de carro, de luta, que parece que você gosta… Tem também um celular pra você ligar só pra mim e seu braço direito. Mas apenas quando for necessário, pra não chamar a atenção.

— porr@! Beleza.

— Sempre que eu vir aqui, trago algo pra você, Tigre. Se precisar é só pedir, mas não exagere nos pedidos, isso não é um SPA. As coisas vão melhorar com o tempo.

— Beleza, eu entendi.

— Mais alguma coisa? Eu tenho que ir.

— Sabe se eu posso ter visita íntima? Isso é exagerar no pedido? — Pergunto rindo e ele não controla a risada e diz:

— Não é exagerar não, eu vou conseguir isso pra você.

— Fechou, doutor… — Ele foi se despedindo e quando ia saindo, eu falei:

— Doutor… Quem está fazendo isso, é o Dom? Agradeça a ele por mim. — Ele abaixa a cabeça, rir e depois fala:

— Meu caro, o seu tubarão é maior… A propósito, eu ia até me esquecendo.

Ele abre a pasta e tira um envelope e me entrega.

— Depois que ler, destrói que é mais seguro…

— O que é isso?

— Você vai ver. E o Dom mandou um recado.

— Qual?

— Não te mete em confusão parceiro! E controla esse gênio.

— Eu nem sei porque ele disse isso. — Dou um sorrisinho e volto pra minha cela e quando abro o envelope tem um bilhete:

“Tigre

Fidelidade é algo valioso e eu sei dar valor…

Não se meta em confusão…

Você aprendeu a lição com seu pai de estar do lado certo e por isso não está sozinho.

Enzo Fontana.”