SKYLAR
Puta MERDA! Minha respiração ficou presa na garganta.
“C... Como você conseguiu esse número?”
“É parte do seu perfil.”
Minhas sobrancelhas se uniram. Essa parte não fazia sentido.
“Se esse fosse o caso, eu estaria lidando com centenas de ligações durante toda a semana.”
“Centenas, hein?” disse a voz, levemente divertida. “Só que a segunda parte do seu perfil não é revelada até você enviar uma mensagem para alguém de volta.”
Segunda parte do meu...
Revirei meus olhos. Eu podia apenas imaginar o que as meninas haviam postado na segunda parte do meu perfil.
“Uau,” eu disse. “Acho que isso faz sentido, então. No entanto, você poderia apenas ter me mandado uma mensagem de volta.
“Sim, bem...” a voz ronronou profundamente. “Nós não somos exatamente o tipo que manda mensagem.” Nós não somos. Tipo ‘nós’.
A pluralidade me trouxe de volta à realidade da situação.
“Então, eu acho que você está querendo sair com a gente amanhã à noite?” o homem perguntou.
“Um de vocês, talvez,” eu dei de ombros.
“Como eu disse, não funciona assim. Nós somos um pacote completo.”
“Vocês são fuzileiros,” provoquei. “Disputem entre vocês.”
Levantei-me e servi rapidamente uma taça de vinho. Então me acomodei na cadeira do computador, deixando-a girar para a esquerda e para a direita enquanto olhava para as fotos.
“Além disso, como eu sei que essas fotos são legítimas? Vocês nem mostraram seus rostos.” BZZZZT!
A tela do meu telefone mudou para uma imagem minha. Em letras grandes e em negrito, a palavra FACETIME... apareceu.
“Uau.”
Havia um botão vermelho para recusar e um botão verde para aceitar. De repente, eu fiquei dividida.
Você é quem jogou a isca, me lembrei bruscamente. Agora não vai deixar que ele a fisgue?
Olhei de volta para a minha imagem, descansando casualmente na minha cadeira. Eu parecia apresentável o suficiente. Voltando a afofar meu r**o de cavalo sem nenhum motivo específico, pressionei ACEITAR.
A tela se encheu imediatamente com um lindo rosto barbudo.
“Ficou um pouco melhor para você?” o homem sorriu.
“Sim”, respondi, tomando meu vinho despreocupadamente. “Acho que sim.”
O homem na minha tela tinha cabelo loiro escuro, corte relativamente curto e um maxilar suave e masculino. Mesmo pelo telefone, eu podia dizer que seus olhos eram de um tom incrível de azul claro.
“Bom. Eu sou o Troy.”
Inclinei meu copo em sua direção. “Skylar.”
“Prazer em conhecê-la, Skylar.”
Eu ri. “Isso é um pouco estranho, não é?”
“Apenas se quisermos que seja.”
Troy estava sentado em uma mesa em uma sala iluminada, com o que parecia ser uma cozinha atrás dele. Usava uma camiseta branca simples e um boné camuflado. Embora eu só pudesse vê-lo da cintura para cima, ele definitivamente parecia um fuzileiro. No que me dizia respeito, isso era uma coisa boa.
“Então as fotos eram todas verdadeiras, hein?” perguntei.
“Claro.”
“Prove. Tire sua camisa.”
Eu disse as palavras apenas meio esperando que ele concordasse. Depois de um sorriso rápido, o homem se abaixou e enrolou sua camiseta sobre seu corpo em forma de V. Centímetro por centímetro glorioso, ele revelou seu lindo peito, braços, ombros. Rapidamente eu os comparei com as fotos ainda espalhadas na tela do meu computador.
“Ah, então você é o tatuado.” Bati no mesmo ponto do meu próprio peito. “O que é isso?”
“0331.”
Apertei meus lábios. “É uma data ou algo assim? 31 de março?”
“Não.”
“Então o que significa?”
Troy coçou divertidamente um pedaço da sua barba loira sexy. “Talvez eu diga a você no nosso encontro.”
Ele se inclinou para a câmera, olhando para mim com aqueles olhos azuis cristalinos. Senti uma onda de excitação. Quase como se ele pudesse passar pela tela e me inspecionar pessoalmente.
“Certo,” eu disse, finalmente satisfeita. “Acho que você é mesmo
real.”
“Bom,” Troy sorriu. “Agora tire sua camisa.”
Eu ri. “Lamento. Não funciona assim.” Ele deu de ombros inocentemente.
“Pelo menos eu tentei”.
“Você tem alguma tatuagem?” ele perguntou.
Eu hesitei, observando enquanto ele colocava o boné de volta. Ele ainda estava distraidamente sem camisa, no entanto. Na verdade, acho que intencionalmente.
“Vamos lá, Skylar,” ele sorriu. “Seu perfil falava tudo sobre confiança.
Ou era só conversa fiada?”
Engoli em seco, meio querendo dizer a ele que o perfil não era meu, para começar. Ainda assim, o cara tinha um argumento.
Abaixando a mão, arregacei a manga do meu braço esquerdo. Minha tatuagem no antebraço apareceu: os nomes da minha mãe e do meu pai rabiscados em um lindo mostrador de relógio preto e cinza, junto com um par de datas muito significativas.
“Hummm. Você perdeu seus pais, não foi?”
Por um momento eu não disse nada. Finalmente assenti.
“Sinto muito,” disse Troy. Sua voz estava sombria enquanto ele olhava ainda mais para a tela do seu lado. “E o relógio é para lembrar de que todos temos os dias contados?”
“É um lembrete de que eu preciso mexer meu traseiro”, respondi. “Que não temos tanto tempo quanto pensamos que temos.”
“Amém a isso.”
Troy ergueu o antebraço. Havia uma tatuagem de adaga lá que eu não havia notado antes, junto com uma faixa esvoaçante que envolvia o punho. Havia um nome na faixa e uma data abaixo dela.
“Eu perdi Amos, meu irmão mais velho, há alguns anos,” ele disse. “O maior fodão que você possa imaginar. Três missões de combate no
Iraque, duas no Afeganistão.”
“Sinto muito.”
“Sim, todos sentimos. Mas quer saber? Ele viveu. Cada momento, cada dia, ele viveu a vida ao máximo.” Um sorriso passou pelo rosto de Troy, sua expressão pacífica, mesmo lembrando disso. “Todo mundo morre. Como você vive é o que importa.”
Nossos olhos se encontraram, e um clima rolou entre nós. Houve um entendimento silencioso; uma afinidade compartilhada na perda. Embora eu estivesse falando com ele por menos de cinco minutos, me senti inexplicavelmente atraída por esse homem.
“Então você vai me levar para sair amanhã?” pressionei.
Ele balançou a cabeça. “Não apenas eu. Forrest e Everett também.”
“Forrest,”, repeti, saboreando o nome. “Everett.”
“Sim. É tudo ou nada.”
Um encontro triplo. Meu estômago deu uma reviravolta.
“Então, onde eles estão?” perguntei. “Deixe-me falar com eles.”
“Exatamente agora eles estão fora.”
“Hummm...”, fiz uma pausa, tomando outro gole do meu vinho. “Parece que seria mais fácil se fôssemos apenas você e eu.”
“Não é o que dizia seu perfil.”
Não era meu perfil, eu quis dizer. Eu não pedi por nada disso.
“Skylar…”
Olhei para cima, e Troy estava vestindo sua camisa de volta. Seus bíceps se curvaram em duas pedras perfeitas quando ele a puxou para baixo sobre os ombros.
“Seu perfil diz que você mora perto do rio, junto aos pátios da ferrovia.”
Assenti mecanicamente. “Avenida Westover. Sim.”
“Me mande seu endereço, e nós vamos buscá-la amanhã. Digamos às sete.”
Minha mente procurou uma desculpa, uma razão para fugir. Qualquer motivo.
Não surgiu nada.
“C... Certo.”
“Bom,” Troy sorriu, seu rosto bonito se projetando para frente. Ele estava curvado agora, muito perto da câmera enquanto amarrava as botas. “Os caras vão ficar pilhados.”
Os caras. Não importa quantas vezes eu repetisse a frase, por algum motivo ainda não parecia estranho.
“Espero vocês então.”