BIG JOEL, O REI DA MULHERADA

949 Words
Capítulo 5 No Turano, quem não respeita o Marratimah, teme o Big Joel. E quem não teme nenhum dos dois… morre. Big Joel não nasceu no crime, foi forjado nele. Cresceu vendo o pai sendo preso e a mãe vendendo doces no portão, sem alma no olhar. Desde moleque ele já era desrespeitoso, desbocado, cheio de ódio. Foi expulso da escola com nove anos por bater num professor com uma cadeira. E não se arrependeu. Nunca se arrepende. Hoje, com seus trinta e poucos anos, corpo trincado, braço fechado de tatuagem e um olhar que mistura raiva com vontade de f***r, Big Joel é o sub do morro. Braço direito, executor, disciplinador. Marratimah confia nele como confia no fuzil que carrega. Porque sabe que Joel mata sem pensar duas vezes. E transa com a mesma intensidade que puxa o gatilho. — O baile vai pegar fogo hoje — ele disse, passando o dedo na boca da menor que tava sentada no colo dele. Era uma novinha qualquer, dessas que sonham em subir o morro pra dançar perto dos chefes. Tava de shortinho, top colado e olhar de c****a no cio. Ele gostava assim: fácil, entregue, pronta pra ser usada. Joel era viciado em mulher. Mas não em amor. Em corpo. Em b***a rebolando. Em gemido no ouvido. Ele não se apaixonava — ele comia, dominava, largava. — Vai trazer as vadias de onde hoje, Joel? — perguntou o Marreco, um dos soldados do morro, rindo enquanto limpava o cano do fuzil. — Hoje é sexta. Sexta é dia de rodízio. Eu como todas — ele respondeu, lambendo os beiços. Tinha gosto por p*****a. Gosto mesmo. trazia duas ou três pro barraco. Às vezes quatro. Acordava com uma fazendo boquete, dormia com outra na boca. Era o tipo de homem que as mulheres queriam por medo ou por desejo. Às vezes, os dois. Mas Joel também era leal. Com Marratimah, não tinha traição. Não olhava pras mulher do chefe. Não mexia com as novinha que ele pegava. Pra ele, lealdade vinha antes do prazer. Porque no morro, quem trai morre sem enterro. Quando o baile começou, Joel já tava no camarote improvisado, cercado por som alto, bebida cara e vadias de todas as cores e formas. Os olhos dele varriam a multidão como quem escolhe peça de carne em açougue. — A de cabelo roxo… aquela ali. Me serve — ele falou, apontando com o queixo pra uma mina cheia de atitude. A mina se aproximou sorrindo. Sabia quem ele era. Sabia o que ele queria. Subiu no camarote, sentou no colo dele e perguntou: — Cê é o Big Joel? — Eu sou o teu destino, princesa — respondeu, metendo a mão por baixo do vestido dela, sem pudor. Não era romantismo. Era dominação. Joel era bruto, sem filtro. Pegava mesmo. Gostava de ver a v***a gemendo, pedindo mais, suando. E no baile, ele era rei. As outras invejavam. Mas também se jogavam. Porque sabiam que, depois do Marratimah, era Joel quem mandava. — Esse baile tá fraquinho, hein — ele disse pro Marratimah, que chegou cercado de segurança e com fuzil do lado. — Hoje tô na vibe do sossego — Marratimah respondeu, com aquele ar de quem já tem o morro no bolso. Joel deu um gole na garrafa de whisky e olhou pra mina, rápido, sem intenção. Só observou. Ela era linda. Mas ele desviou. Respeito era regra de ouro. — E a segurança? Tá tudo no esquema? — Marratimah perguntou, acendendo um cigarro. — Tudo nosso. Olheiro em cada beco, sniper no alto da laje, blindado escondido lá embaixo. Se a caveira subir, vira fumaça. Marratimah assentiu. Ele confiava no Joel porque sabia: quando o couro come, é o Big quem segura a bronca. Lá pelas três da manhã, Joel desceu do camarote, com duas vadias puxando ele pelo cinto. Levaram ele pro barraco onde ele fazia a “seleção”. Era assim que ele chamava. Deitou no colchão sem lençol, tirou a camisa e abriu os braços. — Mostra o que vocês sabem fazer — disse, com um sorriso de predador. Aquela noite foi mais uma entre muitas. Sexo selvagem, gritaria, cheiro de perfume misturado com suor. Mas no meio do t***o, ele teve um estalo. Lembrou do dia em que foi pego pela polícia aos quinze anos. Levaram ele pra FEBEM, enfiaram porrada, rasparam o cabelo. Foi lá que ele jurou que ia ser grande. Que ia mandar. Que ninguém mais ia bater nele. E ali, com duas bocetas em cima dele, ele se sentia invencível. Mas Joel também tinha seus fantasmas. Às vezes, quando ficava sozinho, lembrava da irmãzinha que morreu de overdose. Do amigo que foi executado por um vacilo. Da ex que tentou fugir com dinheiro do morro e teve a mão cortada. A vida dele era cheia de sangue. Cheia de dor. Mas ele não se permitia sentir. Porque no crime, sentimento é fraqueza. E fraqueza é sentença de morte. De manhã, ele saía do barraco como se nada tivesse acontecido. Tomava café preto, sem açúcar, com uma arma na cintura e uma roleta russa na cabeça. Acordar era um privilégio. Sobreviver, um desafio. E ele tava pronto pra morrer a qualquer hora. — E aí, Big, vai no batidão da noite? — gritou um dos soldados. — Só se tiver v***a nova — ele respondeu, sem virar o rosto. Porque no fim, Joel era isso: sexo, sangue, respeito. E se algum dia caísse, ia cair atirando, com uma rindo no colo e a outra chorando no pé. No Turano, todos sabem: Marratimah é o cérebro. Mas Big Joel é o martelo. E martelo, quando desce, não perdoa.
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