CAPÍTULO 45
Dois meses se passaram desde a última guerra.
O Turano seguia em silêncio, com os becos vigiados, os rádios sempre chiando e o cheiro de sangue ainda grudado nas paredes. Mas por dentro das casas, o clima era outro. Um certo alívio. Uma paz armada. Uma trégua cheia de olho aberto e dedo no gatilho.
Na casa de Marratimah, o barraco que virou palácio, Dandara já m*l conseguia andar. A barriga pesava como se carregasse dois mundos dentro. E carregava mesmo: os filhos de um chefe.
A gravidez avançava firme. Gêmeos. Dois meninos. Dois futuros do Turano. Mas naquela manhã, o destino decidiu cobrar a conta.
Era cedo quando ela acordou gritando, com a mão entre as pernas e a cara coberta de dor.
— MARRA! MARRA PELO AMOR DE DEUS!
O grito fez o morro tremer. Ele entrou no quarto
