Lavínia Ele dirigia com calma, e eu observava a paisagem pela janela. A noite agora estava agradável, com o vento fresco entrando suavemente no carro. O dia havia sido longo, mas não cansativo. Pelo contrário, havia sido leve, cheio de momentos que me fizeram sentir parte de algo maior. — Mora na igreja? — perguntei, quebrando o silêncio. Ele assentiu. — Moro, sim. Mas também tenho uma casa e moramos por lá quando casarmos, porque é maior. Virei o rosto para ele, surpresa. — Tem uma casa? — Comprei há um ano, com recursos próprios. — Com o salário de padre? Ele sorriu de canto, como se já esperasse essa pergunta. — Não. Eu corrijo textos para um professor de latim e faço revisão ortográfica para algumas editoras escolares. Isso me dá um dinheiro bom. Os padres tinham bons salár

