Padre Fechei os olhos por um instante. Eu sempre soube que o crime não tinha rosto, que o pecado podia estar em qualquer um, até mesmo naqueles que diziam amar. Mas nunca pensei que ouviria essa história aqui, dentro do confessionário, saída da boca de uma mãe que, ao invés de chorar pela filha, chorava pelo homem que a havia destruído.Era um momento difícil do sacerdócio, o momento de ouvir e não julgar.Quando escutava confissões, eu ajudava quando possível. E quando os pecados eram grandes demais, eu os deixava para que Deus fizesse sua parte. Porque Ele sempre fazia, Cedo ou tarde, e agora, Marieta estava diante de mim. — Continue, filha. A voz de Marieta continuou, quebrada pelo choro, ela falava sobre o amor que sentia pelo marido. Sobre a dor de não tê-lo mais ao seu lado.Falava

