Padre Alemão me olhou com uma expressão fechada, o maxilar travado como se estivesse segurando alguma coisa. — O que tinha mais no testamento? — Perguntei, sentindo que a resposta não seria fácil de ouvir, mas se tivesse algo que eu precisava saber, agora era a hora. Ele respirou fundo, passando as mãos pelo rosto, como se quisesse apagar da memória o que havia lido. — Que nojo, padre. Que nojo. Minha respiração falhou por um segundo. — Acho que nunca vi tanta sujeira em toda a minha vida. Alemão balançou a cabeça, ainda com aquele olhar de repulsa. — Taquei fogo naquilo, o testamento ficou inteiro com o advogado, porque o capitão não me deixou queimar, mas os relatos, eu queimei. O silêncio na sala ficou pesado, sufocante. Fechei os olhos, porque só de imaginar do que ele estava

