Renata Sentei no chão de casa, meu lugarzinho pequeno, simples, mas confortável. Era tudo que eu tinha. Cruzei os braços, pensando na vida, mas a voz de Renato me trouxe de volta. — Tá triste? — ele perguntou, todo curioso, com aquele jeitinho que só criança tem. — Não, só pensando. — Respondi, tentando disfarçar o nó que tava no peito. — Posso jogar bola lá fora? — Ele me olhou esperançoso. — Só na porta de casa, não vai muito longe. Fica aqui na rua mesmo. — Tá bem. — Ele sorriu e saiu correndo com a bola debaixo do braço. Fiquei na porta, vendo ele brincar. Ali no morro, por incrível que pareça, era mais seguro que no asfalto. Aqui todo mundo sabia das regras. E se alguém tivesse coragem de encostar numa criança, o Capitão fazia questão de resolver do jeito dele. Ninguém mexia co

