Alemão Apaguei o isqueiro, me levantei devagar e olhei para Jorge, que parecia tão apavorado quanto Júnior. Ainda tinha muito para descobrir. E eles iam me contar tudo, nem que fosse a última coisa que fizessem. Peguei uma barra de ferro que estava encostada em um canto do galpão. O metal frio na minha mão era quase uma extensão da minha raiva, pulsando junto com cada batida do meu coração, eu queria enfiar aquilo os dois, até que não restasse mais nada, mais nada. — Esqueci o lubrificante — falei, a voz cheia de veneno. — Mas vou buscar. Você aguenta esperar? Júnior começou a murmurar algo, mas foi Jorge quem quebrou o silêncio, sua voz trêmula e apressada, como se palavras fossem o único escudo entre ele e o inevitável. — Tá bom! Tá bom, cara! Eu conto! Eu falo tudo! Parei onde est

