Gabriel
— Por isso que quero você no escritório do crime, trabalhando pra mim.
Fiquei olhando pra ele. Cada palavra dele era uma peça colocada sobre a mesa: acusação, explicação, proposta.
— E se eu não aceitar? — Ele riu.
— Não sei se você tem alguma escolha. O que você vai fazer? Ir embora com Matheus e fingir que sua vida não foi destruída? É uma possibilidade. Mas e o dinheiro? Isso custa caro? E você não pode tocar em suas “economias”, mesmo sendo pouco, tudo seu está bloqueado. E pelo que sei você não tem caixa 2, porque até agora você foi um policial honesto, nunca aceitou ganhar propina. Certo?
Eu não respondi, mas ele sabia a resposta. E estava certo.
Eu nunca aceitei propina e sempre tive orgulho de ser honesto.
— E pra que tanta honestidade? — Perguntei pra mim mesmo em v
