Capítulo 10

1056 Words
Klaus acordou de madrugada com um barulho vindo da cozinha. Rapidamente, pegou a sua pistola na mesinha de cabeceira e, na ponta dos pés, foi até o local. O que encontrou, no entanto, era bem diferente do que esperava: três homens estavam sentados à sua mesa, bebendo cerveja e comendo petiscos. — Até que enfim acordou, bela adormecida — disse Nico. — Posso saber o motivo da invasão? Por que vocês gostam de invadir a minha casa? — perguntou Klaus, abaixando a arma e colocando-a na mesa da sala. — Gostar não é bem a palavra — disse Charles, tomando um gole da cerveja. — Senta e pega uma — disse Xavier, apontando para uma cadeira e uma cerveja na mesa. Klaus sabia que não tinha saída. Apesar de saber se defender muito bem, não via ameaça nas pessoas à sua frente. Ele foi até a mesa, sentou-se e pegou uma cerveja. — Estamos aqui hoje por causa da nossa irmãzinha — disse Nico. — Eu a conheço? Klaus ainda não tinha prestado atenção ao ambiente. Caso contrário, teria entendido a dica: havia uma pistola na frente de cada pessoa à mesa. Apesar de parecerem calmos, o clima era tenso. — Filho da p*ta! Não se faça de desentendido — disse Nico, já bravo. — Você está na minha casa, então controle essa sua boca suja. E eu, por acaso, tenho cara de adivinho? Charles, vendo a cena, não pôde deixar de rir, chamando a atenção dos outros. — Qual é a graça? — perguntou Nico, zangado. — Ele tem peito, isso eu não posso negar. — Só queremos conversar com você, agente, nada demais. Ignore o Nico. Quando o assunto é a Síria, ele sempre age de forma exagerada — disse Xavier, que até o momento estava em silêncio. — Tudo bem. O que querem me dizer? Não é muito comum invadir a casa dos outros para um happy hour a essa hora. — Queremos apenas saber quais são suas intenções com a Síria — disse Charles. — Vocês são pais dela agora? — retrucou Klaus. — Nós nos importamos com ela. Pode achar estranho o nosso comportamento, mas ela é importante para nós. É da família, e cuidamos dos nossos. Se você realmente tem interesse nela, precisa provar que tem capacidade de cuidar dela, assim como nós fazemos. Klaus entendia o que eles queriam dizer. Pelo que estavam fazendo, dava para perceber que eram superprotetores em relação a ela. — Olha, eu m*l a conheço. Só a vi três vezes, e em duas ela me ameaçou de morte — disse Klaus. — Essa é minha maninha! — disse Nico, dando um tapa nas costas de Klaus, que o olhou de forma questionadora. — Sei que você não entende, mas ela tem passado por uma fase difícil. Agora que está melhor, não queremos que ela volte a piorar. — O que houve com ela? A curiosidade de Klaus era latente. Ele sabia que havia algo errado com ela e agora tinha a oportunidade de descobrir. — A história não é nossa para contar. Se quiser saber, terá que perguntar diretamente para ela — respondeu Xavier. — Só vamos lhe dar um aviso, agente: se pisar na bola, vão encontrar o seu corpo boiando em algum lugar — disse Charles, colocando alguns amendoins na boca. — Não precisam se preocupar. Não sei dizer se sinto algo por ela. Só tenho essa vontade de protegê-la, o que é bem esquisito. — Nós também não somos bárbaros. Vivemos fora da lei, mas não somos irracionais. Tenha cuidado com o que faz — disse Xavier. — Vamos estar de olho em você — completou Xavier. — Uma pisada na bola e finalmente vou poder usar o meu kit novo de tortura — disse Nico, sorrindo. Klaus o olhou com descrença. — Cara, você precisa se tratar — disse, sério. — Sou perfeitamente normal — respondeu Nico, emburrado. — Ha! Não é, não. — Bem, era apenas isso que viemos fazer. Agora que tudo está esclarecido, vamos embora — disse Xavier, levantando-se. — Só para você saber que falamos sério, tome cuidado. Você irritou recentemente uma pessoa. Quando chegamos, estavam cortando os freios do seu carro. Seu presente está no porta-malas — disse Charles, deixando Klaus chocado. — Amanhã, um amigo nosso vem melhorar o seu sistema de segurança. Considere um presente pela invasão de hoje — disse Xavier, já abrindo a porta e saindo. — Obrigado, eu acho — respondeu Klaus, ainda incerto. Ele viu os três homens enormes deixarem a sua casa. Curioso, pegou a chave do carro e abriu o porta-malas. Lá dentro, havia dois homens desacordados. Uma coisa ele não podia negar: eles eram eficientes. No caminho para casa, Nico, Charles e Xavier ficaram em silêncio, ainda absorvendo o que haviam conversado. — Vou chamar reforço — disse Nico, de repente. — Quem? — perguntou Xavier, enquanto dirigia. — Você sabe, aquela pessoa — respondeu com um sorriso. — Você está falando sério? — perguntou Charles, inclinando-se para olhá-lo no banco de trás. — Sim, as coisas vão ficar divertidas. — Pode apostar — respondeu Charles, sorrindo. — Vocês não têm medo de eles se matarem? — perguntou Xavier. — Isso não vai acontecer. Mas vamos ter um pouco mais de ação — disse Nico, selecionando um número de telefone na lista. Após algumas chamadas, uma voz forte atendeu. — Alô? — É o Nico. — Do que você precisa? — Preciso da sua ajuda em algo que envolve a Síria. — Minha garota está com problemas? — perguntou a voz do outro lado da linha. — Se você não me ajudar, ela não vai ser sua garota por muito tempo — respondeu Nico com um sorriso. Ele sabia como conseguir ajuda da pessoa do outro lado, assim como conhecia o seu ponto fraco. — Chego semana que vem. Preciso resolver algo aqui antes de me ausentar. — Vou ficar aguardando. — Certo. Do outro lado, a ligação foi encerrada. Nico estampava um sorriso orgulhoso no rosto. — Você tem certeza de que não está fazendo merda? — perguntou Xavier. — Não. Vocês vão ver: é a única forma de saber se podemos confiar mesmo no agente. Enquanto isso, em casa, Síria dormia, alheia a tudo o que os seus amigos estavam aprontando na sua ausência.
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