Ponto de Ignição

3304 Words
O paradoxo engraçado é que quando eu me aceito como sou, então eu mudo" Carl Rogers Não me lembro de um momento em que eu estivesse tão extasiado, ansioso e apaixonado como aquele. Uma brisa acolhedora percorreu meu corpo, soltei um suspiro gélido ao perceber que o tempo de despedir dos meus amigos estava prestes a acabar. Natalie se aproximou graciosamente, estava com um vestido azul repleto de luas e estrelas. Sim era o mesmo que usou em nosso primeiro encontro. Ela me abraçou e sussurrou: -Volte em segurança Mas o que eu entendi foi: "Poderíamos ter dado certo, mas você estragou tudo como sempre". Não obstante percebi o olhar de Zaqueo carregado de injúrias me perpassando ou talvez minha mente sempre paranóica estivesse surtando novamente. Optei por ignorar. Os garotos estavam casualmente vestindo o uniforme do nosso antigo time sorriam e acenavam despedindo sem saber ao certo a data que retornaríamos e se realmente voltaríamos. Após a rápida e singela despedida, seguimos nosso caminho que era longo e cansativo. Em um determinado momento claramente percebi que não estávamos apenas jogando conversa fora para se distrair, afinal havia um objetivo daquela nostálgica conversa e realmente preferi que fosse apenas assuntos aleatórios. -É engraçado pensar que algumas decisões se fossem diferentes mudaria tudo praticamente... - Sim imagine poder tomar outras escolhas- -Pessoas importantes não seriam prejudicadas Foram necessários alguns minutos de silêncio - Se você refere a sua irmã e eu, ela têm seus motivos e está seguindo seu caminho, desejo sua felicidade e gostaria que minha presença não fosse um incomodo para você como não é para ela. Espero que ela não se arrependa- Nada foi dito, porém era possível ouvir um eco de pensamento talvez, dizendo que quem se arrependeria seria eu mesmo. Ultimamente tudo era assim, quem afirmaria que anos atrás éramos inseparáveis para hoje ser irrelevante estar perto do outro. Ele lançou um esboço de um sorriso e disse que era melhor enterrar o passado. Eu sei que ele não vai me perdoar, porque no final ele se lembra de tudo. O caminho se prolongou ainda mais no silêncio despretensioso, sabíamos o quanto tudo aquilo seria decisivo. ------++-------. -------+++---------. -- A fumaça do charuto trazia uma sensação de imenso conforto, me esforçei para colocar os pés cansados sobre aquela antiga mesa. Minhas costas estalaram um pouco com o esforço, finalmente os anos estavam cobrando tudo que aquela vida havia proporcionado. Inspirei novamente a fumaça e a prendi por mais tempo. Como aquele dia fora cansativo. Não se lembrava de dias como aquele, mas também não se lembrava de muita coisa. Sorriu com a ideia de que se sua esposa estivesse ali o chamaria de louco, ela fazia isso muitas vezes. Um último sorriso foi dado, porém foi abruptamente cortado pelo toque do celular, ele atendeu já sabendo do que se tratava. Nos últimos dias havia essa repetição enfadonha, alguns desesperados descreviam como um cavaleiro Shogun nesses momentos ele precisava se esforçar para não rir. Havia também quem optava por descrever que fora atacado por um demônio enfurecido e o que mais agradava em ouvir eram os relatos de um simples homem disfarçado. Enfim ele atendeu... -Meu caro Eliot, onde a insanidade dessa cidade vai parar? Não gosto de justiceiros eles são apoiados pelo proletariado não que eu me importe muito - Quem é você? - -Você me conhece como todos, resolva essa situação brevemente. Nossa bela cidade está sendo atormentada por uma praga, sim me refiro ao tal demônio justiceiro, não acredito nessas coisas, então seja o que for, elimine. Aquele sotaque familiar e a presunção clássica me levaram a uma conclusão não muito boa, estava prestes a se manifestar, demônios ou loucos fantasiados não era bem meu departamento, no entanto a chamada já havia sido finalizada. Um pesado suspiro escapou e com isso fui a procura de informações sobre a criatura que atormentava o sono dos criminosos, ou seja, a grande maioria da nossa população. O dia se prolongou mais do que eu esperava, e não tinha progredido a respeito do justiceiro fantasiado. Mesmo pouco antes de meu turno acabar no departamento de policia estava tudo fora do lugar, havia uma correria e tanto a ser feito. Foi um dia exaustivo, mas eu estava ansioso para encontrar minha filha, eu só quero ver os desenhos que sei que ela terá feito, só quero dar um beijo e sei que nesse horário ela já estará dormindo. Ele andou naquela rota costumeira, porém algo o forçou a parar, como se alguém houvesse chamado pelo seu nome. Aquela sensação novamente, no mesmo lugar, a apreensão antes de virar a rua que levaria a sua casa. Sentia que no momento em que virasse ele veria, veria uma sombra grotesca que se transformaria em uma aberração ainda mais grotesca. Ele forçou suas pernas a acelerarem o passo, odiava aquela sensação, mas não queria correr como um louco. Ele virou e não havia ninguém ali, amaldiçoou sua mente sempre fértil e prosseguiu seu caminho, ainda acompanhado daquela sensação, como um suspiro gélido em sua nuca, ele se virou com o corpo paralisado pela esmagadora sensação de ameaça constante. A imensidão da escuridão e o constante farfalhar de folhas secas de um outono fracassado surgiram, junto delas uma figura imponente deu seu salto das trevas para bem diante da face do nosso corajoso viajante. Ele não conseguia acreditar no que seus olhos viam, agora todas aquelas chamadas se encaixavam perfeitamente, sim ele podia ver a estatura e força sobrenatural de um demônio. Podia ver a armadura e a espada que carregava. Conseguiu ver através da máscara um olhar humano, sim ele via o homem por trás da monstruosa criatura. -Eu tenho te observado muito, tenho acompanhado suas ações de perto Sua voz era intrépida e impetuosa -Você é o tenente Eliot, certo? Houve um breve aceno de cabeça -Está cidade está clamando por socorro, eu sei que não sou o único a ouvir. Porque sei que você é como eu, pode agora mesmo puxar seu 38 e me balear, pode chamar reforço, ou usar as algemas que sei que as tem aí porém eu sei porque não fez isso até agora. Isso só prova o meu ponto, você não concorda com essa injustiça que vem acontecendo. Mais um alguém deveras presunçoso estava falando. Após lançar o seu mais suntouso sorriso juntou coragem para dizer -Se eu ainda não fiz nenhum desses procedimentos e por pura curiosidade, saber o que é você, conhecer meu oponente e não diga que somos iguais. Você definitivamente não irá me ver saindo espancando as pessoas só por não concordar com seus atos- -Sejamos sinceros, essa cidade está caótica, as pessoas que nela vivem não têm mais esperança. Sei que você pode enxergar além da vasta imundice, além dessa cortina de ferro e ver quem sabe uma pequena luz? E se não a vê, sei que forçará a sua existência, para não só haver esperança, mas verdadeira mudança Levis olhou para o chão e percebeu a aproximação da figura, ele não recuou e sabia que a figura também não ia retroceder. Levantou seus olhos com ousadia e por um momento aqueles olhos encontram os seus e ele finalizou -Você pode seguir as ordens daquele mafioso que te ligou hoje mais cedo e ir contra mim, eu não irei ceder. Pode também lutar pela justiça, nos dar esperança. A figura se distanciou nas trevas e agora Levis sabia que não era um demônio, carregava seu crucifixo por precaução, era alguém como ele, cansado de apenas ser um expectador de toda injúria do mundo. -------++--------. -------++--------. ----- Zaqueo disparou mais um tiro certeiro, suas mãos tremiam um pouco. Ele carregava um olhar inseguro e percebi que não queria estar ali, só estava talvez por uma consciência pesada que o atormentava. Na noite passada ele murmurou que iria pagar por tudo que fez. Zac era tão espiritualista, já me disse várias vezes que não merecia o filho que tinha, ele temia que seus erros fossem cobrados em cima de sua doce criança. Então naquela noite ele murmurava suas preocupações, tentava redimir seus erros, através daquele sacrifício. Então sim, ele estava fazendo isso por sua consciência, pelo seu garoto. Agora com mãos trêmulas ele atirava, aprimorando suas habilidades que eu pedia para não serem necessárias naquela noite. E assim nós adentramos junto a um singelo grupo através de cidades carentes assoladas pela guerra, pela ameaça atômica. O grupo foi dissolvido naquela cidade decadente, mas eu não consegui me separar de Tommy, ele precisava de mim e apesar de nunca admitir eu precisava dele. Entramos nas casas, deixamos suprimentos e os machucados que eram mais simples foram tratados por nós. Assim indo de casa em casa, o passo ficando mais lento devido ao cansaço, percebi que não era apenas isso que afetava ele. -Você o trouxe né?- -Eu não preciso mais disso -d***a Zaqueo, não pode ficar sem seu remédio, que inferno! Como quer ajudar as pessoas se nem ao menos consegue se ajudar?- Procurei em minha mochila, desde que passamos a morar juntos eu meio que me tornei o responsável por não o deixar sem seus remédios. Rezo para que não tenha me esquecido apesar de toda essa loucura. Finalmente no fundo consigo encontrar uma última cartela. -Você vai ter que tomar- Relutante ele engoliu a pequena massa clara, olhou com desprezo e pôs a mão pesadamente sobre a própria têmpora -Vamos Após o término da nossa área eu já estava recolhendo minhas coisas, mas Zac insistia que aquela seria a última casa. Quando entramos fomos surpreendidos por dois garotos que aparentavam ter entre 7 e 10 anos e uma jovem adolescente. Eles diziam que não podiam sair dali porque não havia para onde irem, não havia lugar seguro. Eu estava conversando com a adolescente passando tudo que ela poderia vir a precisar e Zac estava fascinado com os garotos, tão tímidos fugiam da aproximação daquele estranho. Ele deixou suas armas para trás, o que não era uma atitude aconselhável. Haviam espiões, nunca se sabia com total certeza se estávamos ajudando uma vítima ou dando informações ao inimigo infiltrado, mesmo assim aproximou sem defesa. A criança naturalmente recuou, porém ele era bem insistente. Uma nova tentativa, agora com um sorriso em seu rosto, o garoto ficou em dúvida, no entanto nos surpreendeu dando um abraço em Tommy. Ainda estupefato por tal ato, saímos rumo ao ponto de encontro. Sabe por que ele me abraçou? -Vai ver é seu jeito com as crianças- -Não, acho que o fez porque associava aquele uniforme à algo r**m, mas não tinha certeza do porque era r**m. Então acho que dei um outro significado ao que vestimos e carregamos. -Estamos fazendo algo bom, talvez ache que é insuficiente, mas deu muito mais do que aqueles garotos imaginavam receber- --------++----------. --------++--------. ---+ O relógio bradava insistentemente que era momento de se levantar. O meu olhar porém estava preso em meu braço ferido, Ethan logo o veria e perguntaria sem dúvidas o que havia acontecido na noite passada. Eu ainda não estava pronto para dizer tudo aquilo. Então eu estava fingindo dormir, e até daria certo se a televisão não me tivesse interrompido, queria ignorar, mas umas palavras chamaram minha atenção. "..... maldito fantasiado, como posso sair de casa tranquila sabendo que posso ser atacada por aquele monstro" "Ele só vai atrás dos criminosos, se não fez nada de errado não tem o que temer" "Como pode ser tão ingênuo? Ele não obedece a ninguém, não segue regras, ele age acima da lei. Confia em alguém assim?" Abri meus olhos e segui aquela discussão até a televisão pouco usada. Ethan olhava esperando por alguma reação, analisando se deveria dizer algo ou não. -Patrão Nyan, se o objetivo era passar despercebido tenho a sensação que o senhor falhou Na televisão aquela discussão se expandia a olhares e gestos ofensivos "Sim, é por não seguir as regras que ele faz o que o A.C.P.D inteiro ainda não fez, nos proteger de verdade, trazer um pouco de justiça" O apresentador tentou acalmar os ânimos dizendo que era um pouco cedo para concluir sobre o tal vampiro, mas no fundo estava adorando toda a audiência que não parava de crescer. "Nós não o escolhemos, ele decidiu por conta própria fazer o que faz. Já parou para pensar que em qualquer momento ele pode se virar contra nós? O que nos irá proteger de um monstro irracional e.." Ethan desligou a televisão. -Eu realmente queria saber aonde isso tudo ia dar- -Apenas bobagens senhor. Ele olhou para o meu braço e trouxe um kit para cuidar dos ferimentos -O que houve? -Não sei se podemos confiar nele, mas ele será útil a nós querendo ou não- -O tenente? -Tem pessoas que seguem ele, e bom quando nos encontrarmos pensei que realmente seríamos só nós, e digamos que não era, mas porque tanto interesse em um mero tenente?- -Acho que o senhor está indo rápido demais, essa cidade está um caos, e não será do dia para noite que irá se tornar uma utopia. -Essa não é a questão, eu só faço o que faço não para proteger eles, mas sim porque tenho uma mente inquieta que me perturba. Quer saber mais, a moça da televisão, ela tem razão, à qualquer hora eu posso tirar essa fantasia e ver que na verdade a fantasia era a de humano- Houve um pequeno silêncio -Eu gosto disso- -Um homem que se arrisca todas as noites para salvar vidas, eu não me importo as motivações que o levam a fazer isso, sabe porque? Você procura uma luz de esperança naquele tenente sendo que eu a vejo bem em você. -Ethan você e seus discursos motivacionais esqueceram de uma coisa, você no fundo sabe o motivo dessa vida dupla então não disfarce isso tornando uma causa nobre- Ele sabe, porque ele estava lá, ele viu a minha ganância e ignorância em ação. Viu quando meu pai se afastou e não tinha mais tantas perspectivas sobre a vida, viu que eu nunca procurei entender eu só queria ele perto de mim, para me dar atenção ilimitada, para suprir minha carência. Também estava ali quando eu tentei chamar sua atenção das piores formas possíveis, arrumando brigas na escola por motivos simplórios. No entanto nunca era meu pai que ia na escola quando solicitado, era sempre algum encarregado quando não era minha própria mãe. Talvez ele não se lembre que houve um dia em que o meu pai foi na escola. Ah naquele dia eu estava apavorado por ter conseguido uma fama de valente atraindo a atenção dos garotos mais velhos, eu estava tenso porque sabia que a qualquer momento bateria o sinal e eles viriam no meu encalço. Então liguei para me buscarem e fiquei em choque ao ouvir a voz do meu pai. Ele me buscou sim e não disse nada no caminho, ao chegar em casa não levou muito tempo para desmaiar. Minha mãe disse que ele não dormia direito e que era esse o motivo, porém ninguém me fazia mudar de idéia: a culpa era minha. Então eu chorei em sua cama sobre seu intenso sono jurei que ele nunca mais teria que se preocupar de novo comigo. Então todas as vezes eu simplesmente aceitei minha condenação, todo o bullying e agressões ficaram no silêncio da minha mente e das lágrimas quentes noturnas. Assim ele realmente se recuperou, conseguia dormir melhor e Ethan deve sim se lembrar de como eu fiquei empolgado com isso. Até sugeri um passeio em família, eu não precisava de brigas escolares para chamar a atenção, só precisava ser um filho paciente e por isso pedi para passarmos uma noite vendo um filme de herói que estava em cartaz. Assim naquela fatídica noite iriamos acampar ao contrário do que minha mãe queria, ela preferia ficar em casa, antes eu tivesse a ouvido. Como eu poderia imaginar que essa seria nossa última noite juntos? Essa é a minha história e mesmo nela eu sou um mero espectador. Eu estava impotente, não fiz nada, não impedi aquele último grito abafado e nem os seus olhos frios de se encontrarem aos meus, pelo contrário eu os desejei. Aquela era apenas uma estúpida tentativa de escapar dos meus demônios internos, da mortífera culpa que me acompanha em cada piscar de olhos, em cada respiração. -Sim patrão Nyan eu sei porque faz isso, o que eu não consigo entender é porque os Worthword têm essa mania de achar que tudo de r**m é culpa deles? Porque vocês se acham tão insuficientes? Flashback On Eu estava procurando Zac por todos os lugares, ele estava louco se pretendia se atrasar ou pior não ir aos treinamentos de hoje. Como iríamos nos tornar soldados de combate se não terminassem as atividades de não combatentes? Então eu voltei ao dormitório e lá estava ele, sentado em cima da cama como se nada de importante estivesse acontecendo. Ao me aproximar vi um pedaço de papel retalhado e foi naquele momento que eu soube que a m***a ia explodir toda em meu rosto. -Cara eu sinto muito- -2 semanas é esse o tempo que você vem mentindo para mim, mas pelo o que sei pode ser mais tempo -Eu achei que fosse melhor se você não soubesse disso- -Você não tinha o direito de decidir isso, você não mentiu apenas quando escondeu de mim que aquelas crianças tinham morrido em um c***l ataque. Você mentiu quando disse que eu havia feito algo bom para eles, a verdade é que não foi nada, não valeu de nada. Agora eles estão mortos -Não foi sua culpa e do meu ponto de vista eles tiveram por um momento felicidade e esperança, não tiveram um fim amargo- Suas lágrimas começaram a cair, eu não sabia o que fazer, então apenas coloquei minha mão sobre o seu ombro. -Olha essa reportagem, escombros e um urso de pelúcia intacto, apelativo e emocional, mas esses idiotas não estavam lá. Não estavam porque nenhum daqueles garotos tinha sequer um brinquedo, e porque raios de motivo uma casa seria bombardeada e um urso de pelúcia resistiria a isso? -Zac, você tem razão. Nós não precisamos fazer isso, se foi algo inútil então porque continuar?- -Me perdoe Ethan por ser tão fraco Ele olhou ainda com o rosto manchado por lágrimas e me abraçou. Mais tarde comuniquei da nossa desistência ao nosso superior, disse ao Tommy que faria isso sozinho. -Soldado você tem certeza do que está prestes a fazer? Na verdade deixe me reformular minha pergunta. Sei que você queria isso esse era seu sonho e seu pai me implorou para te treinar, se fosse qualquer um eu recusaria, porém eu devia isso a ele. Então me perdoe se insisto em saber o que o fez mudar de idéia. -O motivo não sei dizer, até porque acho que não há um motivo ao certo. Por considerar tanto assim meu pai que te peço para manter o que foi dito aqui em sigilo- Então naquela noite mesmo nos despedimos e encerramos aquele treinamento. No mais tardar Tommy me chamou para ajudar nos cuidados de seu filho, já que suas crises de ansiedade voltaram com força extrema. Flashback Off -Porque Nyan, porque você se culpa tanto? -Ethan tenho algo a lhe contar, porque eu juro que tentei entender tudo o que você tem escondido de mim, só que fracassei em descobrir o porquê. Então eu peço que seja sincero, por toda a consideração que eu sei que você tinha ao meu pai, porque Ethan? Porque...- Fui interrompido pelo Departamento de Polícia de Aphyllum City que entrou bruscamente e encontrou em mim seu alvo primordial. Um último olhar foi trocado antes que o pesadelo se tornasse real. Totalmente imobilizado e sem reação fui levado como um criminoso para esperar seu castigo final.

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