Episódio 01

1762 Words
MINEY NARRANDO Morar no morro do Alemão é tão maravilhoso, tudo aqui tem outros ares, é como se tudo aqui fosse perfeito, em várias ocasiões eu quis ir embora e não voltar mais, porém eu fui criada com uma loira dos olhos verdes na qual eu sou louca e apaixonada, ela me ensinou que a verdadeira amizade é aquela que se luta por ela, então conheci a prima dela, e juntas somos um trio, o nosso trio da amizade, é imbatível para muitas pessoas, a gente até juntas estudamos, ela foi a melhor coisa que me aconteceu, sabe quem é essa loira? Pois é, ela é irmã do dono do morro, ela se chama Nadie, a única patroa que comanda esse lugar com o irmão, ela nem sempre comanda, ela é mais de ta estudando, ou até mesmo organizando as festas dos bailes e pagodes, e claro, sempre que dar eu e a Sam ajudamos ela, o Terror dono do morro, ele tem um ciúme mortal da irmã então ninguém nunca chegou para pedir para ela namorar, porque tenho certeza que ele mataria o primeiro que tentasse a sorte. Meu irmão também está nessa lista, ele tem uma quedinha pela Nadie, e sempre que ela vem aqui, que ele esta em casa, ele tenta investir nela, mais ela sempre cortou ele, até porque nem ela queria namorar, ela é uma menina que sabe de tudo, e muitas coisas ela finge e egípcia. Mas enfim eu sempre me mantenho com minhas amigas, porque sinceramente ficar em casa e aguentar as humilhações da minha mãe não da muito certo. Meu irmão mesmo preferiu ser um dos vapor, do morro do que ficar e ouvir ela falar o quanto somos uma decepção para ela, agora sabe por qual motivo ela faz isso conosco? Porque nosso pai deixou ela, largou ela por uma mulher mais nova que ela, e cheia do dinheiro, ele nos largou a própria sorte aqui no morro, e eu sinceramente não o quero em minha vida, um dia caso ele volte, eu não vou querer ele comigo, eu prefiro manter distância até porque quando eu mais precisei, foi a família da Nadie que nos ajudou e tirou a gente da fome. Sou tirada dos meus pensamentos quando meu irmão chamaminha atenção. LC: Miney, está no mundo da lua p***a? - ele pergunta me olhando sério. Miney: Foi m*l Lucas, eu estava pensando nas coisas que já passamos nessa vida, e o quanto somos humilhados por nossa mãe. - digo com lágrimas nos olhos. LC: Não fica assim, você sabe que um dia vamos vencer e sair dessa. - diz e me abraça. Miney: Você sabe o quanto é difícil ficar aqui, e que só fico bem quando estou na escola ou com as meninas. - digo e ele me aperta mais um pouco em seus braços. LC: Eu também sinto toda essa tristeza, mas lembre-se que jamais deixarei você na pior. - fala beijando o topo da minha cabeça. Miney: Eu sei, e agradeço por isso, obrigada por tudo. - digo e ele me solta. LC: Preciso ir, está na hora da minha ronda. - diz e vai se afastando para sair, quando a Nadie chega ele para e fica todo sorridente. - Oi gatinha. - ele diz e ela revira os olhos. Nadie: Você não cansa de levar meus foras não? - ela fala e dou risada. LC: Eu fico ainda mais louco por você, quando sou rejeitado, eu adoro o desafio. - diz sorridente, então ele se aproxima dela e lhe da um beijo na bochecha e sai correndo rindo. Miney: Ele é louco por você amiga. - digo olhando ela. Nadie: Sabe que seu irmão tem zero por cento de chances comigo né? - ela diz rindo. Miney: Claro que sei, você é a pessoa mais difícil desse morro. - digo rindo. - Mas o que devo a visita? - pergunto olhando ela. Nadie: Quero te chamar para irmos na praça para tomamos açaí meu bem. - diz sorrindo. Miney: Amiga eu não tenho dinheiro, você sabe como anda a situação aqui em casa. - digo e ela me olha brava. Nadie: Acho que eu disse bem explicado, vim te convidar para tomamos açaí. - diz séria. Miney: Ai amiga, tudo bem vamos. Você sabe que não gosto de abusar da generosidade de sua família. - digo abaixando a cabeça. Nadie: Vamos passar lá na Sam, e descemos. E não precisa ficar assim sabe que eu sempre farei tudo por você, nós somos melhores amigas até o fim de nossas vidas. - diz e me abraça. Então coloquei minha rasteirinha e saímos de casa, fomos andando morro abaixo, até chegamos na casa da Sam. Assim que chegamos, a Nadie foi quebrar a porta dela, que saiu gritando e quando viu que era nós, ela nos olhou aliviada. Então a gente caiu na gargalhada e ela nos olhou brava. Sam: Sabem bater direito não? - diz colocando a mão na cintura. Nadie: Quietinha, eu quebro já essa porta. - diz dando risada e ela também rir. - Vamos tomar açaí. - diz e ela tira a chave da porta, ela tranca a casa e vamos descendo o morro até a praça. Quando chegamos, lá estava ele, o cara no qual eu sou louca e apaixonada, ele estava conversando com uma das putas do morro, então tentei nem olhar em sua direção e fui junto com a Nadie e a Sam até a sorveteria, quando chegamos, colocamos nosso açaí, e fomos até uma mesa, nos sentamos e começamos a tomar o açaí bem despreocupada, até que o Menor, chegou perto para cumprimentamos. Menor: E aí meninas. - fala assim que se aproxima. Nadie: Oi irmão, como você ta? - pergunta e ele não tira os olhos da Sam. Sam: Oi Menor. - ela fala sorrindo. Menor: Oi Sam. - ele fala sorrindo. - Estou bem minha pequena, e você coo está? - diz sorridente. Miney: Olá amigo. - digo sorrindo. Nadie: Estou bem, onde esta meu irmão? - ela pergunta e ele vira o rosto e olha na direção do Grego, assim que ele ouve ele o chamar. Menor: Oi, amiga. - ele me cumprimenta. - Seu irmão está no asfalto, resolvendo umas cobranças. - diz olhando a Sam, mas logo ele vai saindo. - Tchau meninas, depois nos falamos. - então ele sai indo rumo ao Grego, fico olhando ele, até que seu olhar cruza com o meu e ele sorrir. Sam: Eu não sei como fazer para tirar o Menor dessa vida, eu queria tanto que ele olhasse apenas para mim. - ela fala chamando minha atenção. Nadie: Não sei porque isso, mas estarei aqui para ajudar você a se encaixarem com seus amores. - diz sorridente. Miney: Queria também poder fazer o Grego olhar apenas para mim. - digo e vou tomando meu açaí. A gente ficou tomando o açaí até que quando acabamos, nos levantamos e fomos andando pela praça, até um banco, nos sentamos e ficamos olhando os gatinhos que passavam, e a realidade é que meus pensamentos só iam no Grego, eu não sei o motivo de ama-lo tanto, mas eu tenho fé, que um dia esse homem possa ser meu. Então eu e as meninas ficamos conversando coisas aleatórias até lembramos do trabalho que temos que fazer para a escola, marcamos para fazermos no final de semana, afinal de contas hoje já era quinta-feira. Já estávamos em cima praticamente do fim de semana. Então assim que as horas se passou, a gente se levantou e fomos andando de volta para nossas casas, primeiro deixamos a Sam enfrente a casa dela, e depois subimos até a minha casa, quando chegamos enfrente, nos despedimos e entrei em casa, e assim que piso os pés dentro de casa minha mãe aparece, já falando um monte. Mãe: Você nunca vai mudar, você é igual todas essas outras do morro, marmita de bandido, vagabunda. - diz e sinto meus olhos marejarem. Miney: Eu não sou marmita de ninguém, eu nunca fiquei com nenhum bandido. - digo baixando a cabeça. -Você deveria me respeitar mais, porque eu nunca te fiz nada, o teu m*l minha mãe, foi você ter colocado eu e meu irmão para o mundo. - digo e nesse momento ela me bate no rosto. Mãe: Cala a boca vagabunda, marmita de bandido, eu sou sua mãe e você me deve respeito. - ela grita. - Você ainda só esta debaixo do meu teto até o dia que eu quiser, porque no dia que eu não te aceitar mais aqui, eu te jogo no meio da rua com a roupa do corpo. - diz e me da outro tapa no rosto, ela sai me deixando sozinha, corro para meu quarto, me jogo na cama, e sinto as lágrimas molharem meu rosto. O m*l que fiz a minha mãe foi ter nascido, ela sempre se demonstrou uma mãe c***l, desde de pequena eu já era rejeitada por ela, não só eu, como também o meu irmão. Sempre fomos humilhados por ela, ela sempre fez questão de demonstrar o ódio que tem por nós. Mas tenho fé que um dia minha vida mudará, e eu vencerei na minha vida, e eu garanto que jamais perdoarei ela, eu nunca fiz a m*l e ela sempre depositou seu ódio gratuito em mim. Estava jogada chorando na cama, quando meu celular toca, quando olhei no identificador, era meu irmão. •LIGAÇÃO ON• LC: O que aconteceu ai? Miney: A nossa mãe veio me bater, disse o que quis e estou no meu quarto. LC: Porque ela fez isso? Miney: Eu não sei, do nada quando cheguei da praça ela começou a falar tudo de r**m pra mim, me chamou de marmita de bandido eu nunca fiquei com bandido. LC: Nossa mãe não tem mais controle, ela tem algum problema. Miney: Eu não quero mais saber, qualquer dia eu sumo de casa. •LIGAÇÃO OFF• Desligo e volto a chorar, eu não tô suportando mais tanta humilhação, é tanta coisa que não consigo mas olhar para ela, eu vou começar a ignorar ela, e deixar ela falar sozinha, porque eu tô de saco cheio dela, e eu acabo pegando mais pecados em minhas costas, então fico com meus pensamentos a mil, eu só queria mudar daqui e sair daqui, mas vou me manter firme e vou aguentar tudo que tiver de aguentar, eu vou lutar contra tudo isso. São com esses sentimentos que eu fico embolando na cama, até pegar no sono.
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