Deixando os traumas para trás

1819 Words
São paulo - Capital Léa narrando São paulo - Capital Observando a imagem da minha nova morada, estava empolgada com minha nova jornada. Deixei para trás tudo que me entristecia, tudo que me tirava a paz. Na companhia dos meus companheiros e amigos de viagem Lucca e Ellen, viemos de Joinville a São paulo de carro, foi uma longa e animada viagem que esta prestes a acabar, me chamo Léa Marques, tenho 22 anos e estou de mudança para a grande são paulo, este que sempre foi meu sonho, mas a um tempo é minha meta de vida. Chegando à cidade de São Paulo, pude sentir a energia pulsante das ruas movimentadas e dos arranha-céus imponentes. Era como se a cidade estivesse viva, respirando seu próprio ritmo acelerado. Minha empolgação crescia a cada esquina que virávamos, enquanto explorávamos bairros e avenidas que eu apenas conhecia por meio de histórias e imagens. Encontramos meu novo lar em um aconchegante apartamento, que foi cedido a mim pela familia Hernandez, eles são um amor mesmo, se preocuparam comigo até nos menores detalhes, os Hernandez são familires da minha irmã que se casou com Andrew Hernandez a familia dele é magnifica e carinhosa, o pai, a mãe, só o irmão que não posso falar muito ja que não tive muito contato com Marcus. Mas vontando ao flat embora não fosse muito espaçoso, carregava a promessa de inúmeras memórias a serem construídas. A vista da janela revelava um pedaço da selva urbana que agora fazia parte do meu quotidiano. As buzinas, os passos apressados, os cheiros variados, tudo era novo e emocionante. Os primeiros dias foram de adaptação. A correria da cidade grande era um pouco avassaladora comparada à calmaria de Joinville. No entanto, a alegria de estar finalmente onde sempre desejei estava sempre presente, me impulsionando a enfrentar qualquer desafio que surgisse. Acompanhada dos meus amigos que compartilharam a jornada até aqui, me sentia fortalecida, eles ficaram dois dias, mais logo fizeram o caminho de volta. Conforme as semanas passavam, comecei a descobrir os encantos da cidade. Os parques ofereciam refúgios verdes em meio ao concreto, e os museus e centros culturais abriam as portas para um mundo de arte e conhecimento. A diversidade gastronômica era um deleite para o paladar, e eu estava determinada a explorar cada cantinho dessa metrópole tão vibrante. Minha nova jornada em São Paulo não era apenas sobre um lugar físico, mas também sobre crescimento pessoal. Cada desafio superado, cada conexão feita e cada experiência vivida contribuíam para minha transformação. Enquanto construía minha vida na grande cidade, também estava construindo a versão mais forte e confiante de mim mesma. Hoje, olhando para trás, sinto gratidão por ter seguido meu sonho e alcançado minha meta de vida. São Paulo se tornou mais do que um local geográfico, é o palco das minhas conquistas e aprendizados. Cada dia é uma página em branco esperando para ser preenchida com novas histórias, e estou ansiosa para continuar essa emocionante jornada na cidade que agora chamo de lar. Nada foi fácil em minha vida; com tantos momentos difíceis vividos, aprendi a valorizar com maior intensidade os momentos bons. E se não bastasse tudo o que passávamos em casa com meu avô e meu primo Bruno, eu também vivi um verdadeiro infer'no no meu último ano escolar. RELEMBRANDO: ANOS ATRÁS Trauma vivido por Léa Eu era uma jovem em busca de momentos agradáveis na escola, pois este era o meu refúgio, uma vez que estar em casa não era uma experiência positiva. Eu tinha algumas amizades e estava começando a me tornar mais reconhecida entre as meninas, mesmo sendo alguém mais reservada. As outras garotas gostavam de mim, talvez pela minha inteligência e animação. Além disso, eu nutria uma paixão por um rapaz popular, o que se tornaria o meu dilema. Praticamente todas as meninas pareciam estar encantadas por Miguel. Ele era bonito, divertido e, principalmente, conseguia conversar com todos de forma natural. Ele personificava o estereótipo do popular, além de ser um jogador excepcional, sendo o melhor de toda a turma. Começamos a trocar ideias, fazer trabalhos juntos, e quanto mais perto ele estava, mas eu me via apaixonada por ele, eu acreditava no amor, mas após ele me tocar eu nunca mais pude sentir desejo, por mais ninguém. Tudo aconteceu na festa da turma que foi na casa de um dos amigos do miguel. — Bebe, bebe, bebe! — ouvia as vozes de longe em minha cabeça enquanto virava a garrafa de vodka em minha boca, estava eu e Aline, competindo quem bebia mais rápido, eu parei para respirar enquanto ela continuou. — Vai Léa, bebe princesa, e vamos nos divertir muito depois. — Miguel falou me enchendo de emoção, já estava embebedando, isso porque matamos aula para estar nessa festinha. Aline desmaiou, e eu terminei de beber, fui aclamada por todos ali, eu era a popular, era isso que se passava em minha mente. Eu e Miguel nos beijamos loucamente, bebendo, até ele me chamar para o quarto, bebi uma última bebida lá dentro servida por ele, mas após ela comecei a apagar, não enxergava e reclamei com miguel sobre isso, antes de eu literalmente apagar avisei a ele que era virgem, enquanto ele me beijava e dizia que eu teria o que sempre quis, o que todas sempre quiseram. Não me recordo demais nada, só de acordar nua, no chão do quarto, com dois outros alunos comigo, pelados, meu deus, o terror começou ali. Com a cabeça dolorida, ergui-me; os rapazes estavam adormecidos. Enrolei-me em um cobertor e saí, ouvindo a música alta. A festa ainda estava em andamento. Avistei Miguel, que beijava outra garota da nossa sala. Meu coração se despedaçou, mas eu precisava de explicações. Aproximei-me, empurrei a garota e desferi um tapa em seu rosto. — O que fez comigo? — minha respiração estava ofegante, meu corpo doía e minha intimida'de ardia como se tivesse tido contato com pimenta. — Oi, princesa, por que isso? Calma — ele falou como se nada mais sério tivesse ocorrido. — O que fez? Por que eu estava caída no chão do quarto com dois amigos seus? — gritei, exaltada. Ele segurou meus braços com raiva, apertou-os e me sacudiu. — Te dei o que queria. Se você apagou e não se cuidou, permitindo que outros aproveitassem, não posso fazer nada. — Lágrimas inundaram meus olhos; eu m*l podia acreditar no que ele dizia. Eu era apaixonada por ele e m*l o conhecia. — PARE DE CHORAR, DIVIRTA-SE, NÃO FOI PARA ISSO QUE VOCÊ VEIO? — VOCÊ ABUSOU DE MIM! — Gritei. — Eu? — ele gargalhou. — Eu não, você quis. Você foi para o quarto comigo, e quis fazer se'xo, não reclame Léa. — Você poderia ao menos ter me acordado; você me deu algo para me deixar apagada! — falei estapeando seu peito, ele segurou meus braços. — Não seja ridícula. Você bebeu demais, e quem tem que cuidar de si mesma e do próprio corpo é você, e não eu. Se quiser ser bem fodi'da novamente estou aqui, tem um corpo lind… – soltei meus braços e meti novamente a mão em sua cara, mas dessa vez ele apelou, pegou em meu braço e me arrastou para o quarto. — Me soltaaa. — Ele jogou-me na cama, subiu em cima de mim, e segurou meu rosto rudemente. — Calma, não vou te fo'der novamente... Agora vista-se e suma daqui. — Seu LIXO, VOCÊ É UM LI'XO, MIGUEL. Eu não me importaria de ficar com você, não n**o que também queria, mas você foi um cre'tino em me deixar apagada por algo que você me deu para beber. — As palavras m*l saiam tamanho o ódio que sentia. — Vá à polícia, tenho testemunhas de que você quem quis, e pelo que sei, está aqui sem seu avô saber. — Ele saiu, e eu me vesti, destroçada por dentro. Saí pela janela do quarto, tamanho era o constrangimento que sentia por ter feito o que fiz, sentia vergonha dos olhares das pessoas, imaginava que todos que me olhavam sabiam do que eu tinha feito, do que passei naquela casa. Ao chegar em casa, tive a sorte de meu avô não estar. Minha avó não era de fazer perguntas, mas notou meu estado. Tranquei-me no quarto por dois dias e chorei como se estivesse condenada por toda a vida. Toda vez que me olhava no espelho, sentia nojo de mim, da imagem, do que fiz para tentar ser a popular da escola. Nada apagaria o que passei. E a culpa recaiu sobre mim. Em minha cabeça, eu era a única culpada por tudo o que me aconteceu. Eu me sentia envergonhada, fraca e suja. A voz de Miguel ecoava, dizendo que eu deveria ter cuidado de mim mesma, que eu era responsável por permitir que aquilo acontecesse. A ideia de buscar ajuda na polícia parecia distante e assustadora, já que ele havia plantado a dúvida sobre quem era o verdadeiro culpado. Minha confiança estava em pedaços. Eu, que costumava ser inteligente e animada, me via dominada pela autocrítica e pela vergonha. Cada olhar no espelho era um lembrete doloroso do que eu tinha feito e do que tinha sofrido. As marcas físicas poderiam desaparecer, mas as cicatrizes emocionais eram profundas demais. Os dias se arrastavam com um peso insuportável. Eu me afastei das amigas, da escola e do mundo lá fora. A solidão era minha companheira constante, e o medo me paralisava. Era difícil dormir, pois os pesadelos e os flashes daquela noite me assombravam. Cada momento de silêncio era preenchido com a voz c***l de Miguel, me acusando por minha própria dor. Tentar encontrar alguma forma de aceitação ou perdão parecia inalcançável. A culpa se tornou um fardo insuportável, pesando em cada respiração. Eu me sentia presa em um ciclo de autodestruição, onde não conseguia perdoar a mim mesma e, ao mesmo tempo, sentia raiva por ter me permitido cair naquela situação. Mas, no fundo da escuridão, uma pequena centelha de força começou a se acender. Era uma luta difícil, mas que eu estava disposta a lutar, me defender de tudo e todos seria o meu propósito, a solidão seria a minha única companheira para a vida toda, já que a ideia de ser tocada outra vez era uma perturbação em minha mente. Quando decidi me abrir com Lia anos após o ocorrido, ela se revoltou. Chegou ao ponto de dizer que sabia onde tinha uma arma do Andrew (seu marido), dizendo que acabaria com Miguel, mas não permiti. Nada naquele momento poderia trazer a paz que eu tanto ansiava. Lia é minha irmã mais nova, alguém em quem eu podia confiar. Ela estava indignada e zangada pelo que tinha acontecido. Suas palavras de apoio me encorajaram a buscar meu caminho. (ELA JÁ TEVE borboletas no estômago, mas hoje tem uma fênix no peito e águias na mente)
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