Os dias depois do anúncio do noivado de Bianca se estenderam como um castigo, longos e sufocantes. Não havia mais fuga possível: nem na rotina precisa do cassino, nem no frio das reuniões com sócios, muito menos no uísque forte servido nos copos de cristal do meu escritório. Cada manhã era um recomeço de uma espera impossível, uma contagem regressiva para algo que eu não podia impedir. Tentei agir como sempre. Chegava cedo ao Valentini Palace, supervisionava os caixas, cumprimentava funcionários, sorria para clientes VIP. Meus irmãos observavam de longe, atentos a qualquer fraqueza, prontos para apontar a mínima oscilação do meu humor. Dante, principalmente, parecia divertir-se com meu desconforto. Vez ou outra, lançava comentários venenosos, insinuando que eu deveria "esquecer logo a pr

