55. Bianca

1072 Words

Desci as escadas sentindo um novo peso no corpo: não era mais o terror do cativeiro, mas a estranheza de, enfim, poder respirar. O banho quente e as mãos do Salvatore ainda faziam minha pele formigar, e, pela primeira vez em tanto tempo, caminhei até o salão de refeições sem medo de ser arrancada dali a qualquer momento. O aroma de pão recém-assado e molho de tomate pairava no ar, misturando-se ao café forte e ao perfume amadeirado da casa. Ouvi vozes abafadas antes mesmo de atravessar o corredor. Quando empurrei a porta dupla, encontrei uma cena que parecia vinda de outro mundo. Lorenzo estava sentado à cabeceira, lendo um jornal, óculos escorregando no nariz, o prato já meio vazio à frente. Dante fazia piada com um dos seguranças, rindo alto, enchendo a taça de vinho antes do meio-dia.

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