A certa altura, escapei por entre grupos, fingi uma tontura, um m*l-estar. Caminhei em direção ao corredor lateral, pedi licença a um segurança dizendo que precisava de ar fresco, que não estava me sentindo bem. Ele hesitou, mas, diante do meu olhar suplicante e da ordem silenciosa de meu pai a distância, me deixou passar. Atravessei a porta lateral e o silêncio do jardim me atingiu como um alívio gelado. O céu estava escuro, apenas algumas estrelas filtradas pela iluminação discreta. As árvores e roseiras cercavam os caminhos de pedras, abafando o som da festa e me devolvendo um pouco do controle do próprio corpo. Respirei fundo, puxando o ar frio para os pulmões, tentando entender em que momento exatamente minha vida tinha deixado de me pertencer. Meus passos ecoaram sobre a grama, ins

