O aroma forte do café recém-preparado se espalhava pelo ar da varanda, misturando-se ao perfume doce de Bianca, sentada à minha frente. Observá-la naquele cenário tão íntimo era surreal. Jamais imaginei que teria Bianca Romano em minha casa particular, tomando café comigo como se fôssemos um casal normal, longe da realidade violenta que nos cercava. Ela bebericou devagar da xícara, lançando-me um olhar pensativo. — Nunca pensei que os Valentini pudessem ser tão... domésticos — disse, com um sorriso de canto provocador. Dei uma risada baixa, aproveitando aquele breve instante de descontração entre nós. — Não somos, na maioria do tempo. Isso aqui é raro, Bianca. — Sorte minha, então? — brincou ela, arqueando uma sobrancelha. — Talvez. Ou azar. Depende do ponto de vista — respondi com su

