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MAYA NARRANDO O vapor já tomava conta do banheiro, embaçando o espelho, apagando o mundo. A água quente escorria pelo meu corpo, mas o calor que queimava por dentro era outro. Tava nele. Só nele. Dante tava ali, parado, colado no azulejo, com a respiração presa no peito e os olhos cravados em mim como se eu fosse algum tipo de pecado antigo que ele jurou que nunca ia cometer… mas tava ali, quase se ajoelhando. O olhar dele passava pelo meu corpo molhado com uma lentidão que me deixava arrepiada. Me olhava como homem. Não mais como o protetor. Nem como o “pai”. Nem como o dono da casa. Era homem ali. Homem que tremia só de ver a água escorrendo pelas minhas coxas. — Tu tá me olhando assim por quê? — perguntei, num sussurro debochado, como quem desafia e implora ao mesmo tempo. Ele não

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