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JÉSSICA NARRANDO Eu vivia com um fantasma. E o pior de tudo era que o fantasma usava terno, tinha conta em banco, e dormia do meu lado toda noite achando que eu ainda era dele. Vicente. Homem que me tirou da lama, me encheu de luxo, mas também me algemou numa vida de mentira. E agora, mais do que nunca, eu sabia: tava chegando a hora de fugir. Já fazia semanas que eu vinha montando meu plano em silêncio, com a frieza de uma mulher que não podia mais errar. Porque erro… erro foi deixar minha filha pra trás. Erro foi acreditar que dinheiro podia calar a dor da saudade. Agora, cada passo era calculado. Cada grama de ouro escondida no forro da bolsa. Cada transferência feita em silêncio, pingando de uma conta pra outra, disfarçada entre compras, doações, investimentos. Era tudo fachad

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