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Vicente Narrando A vida tem dessas ironias que parecem piada de mau gosto. Justo eu. Logo eu. Fui parar no hospital com a cara aberta e o corpo dolorido, feito um moleque de vinte e poucos anos que se meteu em confusão na madrugada. Mas não. Eu sou um homem feito. Um empresário. Um nome respeitado em tudo quanto é roda social. E mesmo assim… apanhei na praia. No meio do dia. Na frente de todo mundo. E pior: de um marginal. De um animal travestido de homem. De Dante. Mas o que ninguém sabe — o que ninguém se deu ao trabalho de escutar — é que tudo aquilo foi uma coincidência. Uma maldita, absurda, inesperada coincidência. Eu não saí de casa naquela manhã com intenção de provocar, de me vingar, de me meter em nada. Não mesmo. Eu acordei cansado, com a cabeça cheia, e pensei: “vou até a p

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