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DONA VERA NARRANDO O silêncio dentro de casa era pesado, daqueles que carregam mais lembrança do que tranquilidade. Eu tô sentada no mesmo sofá de sempre, com o pano de gelo derretendo sobre o rosto, e o coração apertado não pela dor física, mas por tudo que voltou como uma tempestade. Dante saiu de casa espumando, e eu conheço meu filho. Sei que ele vai encontrar o Celsinho, sei que vai resolver – do jeito dele. E eu? Eu fico aqui, tentando lembrar do que me trouxe até esse ponto. E tudo sempre volta pra ele. Pro pai do Dante. Meu casamento nunca foi um conto de fadas. Comecei nova, como muitas da comunidade. Jovem, bonita, cheia de sonho. E ele… ele era o dono do morro. Bonito, falador, dominador. Achei que tava vivendo uma história de amor, mas amor não deixa hematoma. No começo, era

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