DANTE NARRANDO A tensão do dia inteiro ainda corria nas minhas veias, mas agora, ali, com ela deitada na minha cama, toda entregue, era como se tudo parasse. A merda da carga perdida, o sangue derramado, o olhar de julgamento da favela inteira… nada importava. Só ela. A Maia deitada de lado, com aquela pele quente, os olhos meio marejados de tudo que tinha visto. Os dedos dela se enroscaram nos meus quando me aproximei, e o toque foi leve, mas me incendiou por dentro. Eu passei a mão devagar pelo rosto dela, afastando uma mecha do cabelo, e ela fechou os olhos, como se esperasse por mim desde o momento que viu meu carro sumir na rua. Me deitei ao lado dela, meu peito colando nas costas dela, e meu braço passou pela cintura fina, puxando devagar. A respiração dela prendeu na garganta. S

