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VICENTE NARRANDO Ela me humilhou. Na minha própria casa. Na frente da televisão, com o jornal mostrando o caos que aquele marginal causava, e ela ainda teve a audácia de me olhar nos olhos e dizer que ele era mais importante que o que eu fiz por ela. Eu respirei fundo. Não respondi. Engoli o orgulho com gosto de sangue, deixei ela sair da sala com aquela expressão de falsa dignidade e fui até o bar. O gelo no copo tilintou quando servi o uísque caro, o mesmo que só tiro da garrafa quando preciso pensar com clareza. Tranquei a mandíbula. A fumaça do charuto ainda pairava no ar, irritando minhas narinas, mas era o menor dos incômodos naquele momento. A verdade é uma só: eu perdi o controle da Jéssica. Por tempo demais, deixei o passado dela encostado num canto, achando que o tempo ia dilu

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