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MAIA NARRANDO O cheirinho de esmalte, secador ligado no fundo e o som do Kevin O Chris tocando baixinho pelo caixinha Bluetooth criavam aquele cenário perfeito de salão de quebrada que eu sempre amei. Era ali, no miolo da Rocinha, entre o barulho das motos e o vai e vem do povo, que eu me sentia mais eu. Mais viva. Tava sentada na cadeira da Letícia, com a mão esticada enquanto ela finalizava meu alongamento de gel. Um rosa-bebê com brilhozinho nas pontas, daquele jeito que só ela sabia fazer. Unha de patricinha perigosa, como as meninas costumavam dizer. E era mesmo. O gel passava dos dedos, fininha, curvada, daquele jeito que fazia qualquer um olhar duas vezes quando eu passava com a mão no cabelo. — E aí, gata… é essa semana mesmo, né? — Letícia perguntou, sem nem olhar pra mim, conc

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