MAIA NARRANDO
Fiquei ali, sozinha na cama, o quarto mergulhado naquele silêncio que machuca.
A luz da TV seguia ligada, passando um programa qualquer que eu nem fazia ideia do que era.
Os olhos presos no teto.
O peito… um peso que eu não sabia explicar.
O Dante tinha saído pra varanda, né?
Foi fumar.
Foi fugir.
Depois de soltar aquela tonelada de verdade em cima de mim.
E eu?
Eu fiquei aqui.
Sozinha.
Cada palavra dele rodava na minha cabeça.
“Tua mãe te largou dormindo.”
“Virou as costas.”
“Foi embora com outro.”
“Eu nem sei quem é teu pai.”
Porra…
Por mais que eu fosse forte… por mais que eu jurasse que era r**m, que era mulher feita… ali eu me senti com sete anos de novo.
Pequenininha.
Abandonada.
As lágrimas começaram a brotar.
Silenciosas.
Quentes.
Queimavam o c
