DANTE NARRANDO Meu celular vibrou. Duas vezes. Nem olhei de primeira. Tava sentado na cadeira da cozinha, camisa jogada pro lado, cigarro na boca e a cabeça rodando. O rádio da boca mudo há horas. Os moleque até perceberam que hoje não era dia de piada. Peguei o telefone com desdém, só pra ver se era alguma resposta sobre o paradeiro da Maia. E aí… lá estava. Status novo. Maya. Ela me desbloqueou. Só isso já me fez travar o maxilar. Desbloqueou só pra eu ver. Só pra me cutucar. Só pra me fazer de o****o. Toquei no primeiro. Ela, toda esticada na beirada de uma lancha, de biquíni preto, aquele corpo que eu conheço cada curva só de olhar andando pela casa, agora exposto pra todo mundo, como se o mundo tivesse merecendo ver. “18 da Maysmays.” Que p***a é essa? Deslizei pro lado.

