2 – SUFOCAMENTO

1223 Words
- Olha isso ...             Peter puxou o pano de cima do corpo frio e fez os olhos da legista arregalarem, era impossível não se sentir afetada. - Nossa ... - Pois é.             A mulher em questão era mais uma vítima do assassino. Por volta de vinte e cinco anos e loira, sempre eram loiras, a única ligação até agora era essa. Além dos dias das mortes, todas nas terças-feiras. Era a terceira no mês, sendo um serial killer, já esperavam outra vítima na terça seguinte.  - O mesmo corte na barriga e marcas no pescoço.             Anne analisava cada detalhe no corpo da mulher morta. Todas as vítimas apresentavam um corte na barriga, como se fosse uma cesariana, que era feito depois da morte, nem um sinal de estupro ou tortura, apenas eram mortas sufocadas por mãos firmes, ao que tudo indica, um homem, pelos tamanhos dos dedos marcados. - Os mesmos sinais, mas porque o assassino sempre corta depois da morte? Isso é intrigante. _ Anne diz olhando fixamente para a barriga da mulher. - Isso é Ester que deve descobrir, soube que o caso ficou com ela, essa mulher vai longe. - É, como todas que se destacam, fazem o seu melhor e depois vão embora.             Anne disse como se fosse nada demais, ainda com uma pinça tocando e analisando o corpo da mulher. No entanto, Peter sabe bem de quem ela fala. - Nem todos são iguais a ela, Anne. - Para, Peter, para de tentar me empurrar para a Ester, para de falar nela, acabou, ela foi embora e pronto. Ponto final. _ Ela agora encarava o amigo. - Você sabe que não é tão simples. - Não, não é, mas o que quer que eu faça? Ela não vai voltar e eu não vou atrás dela. Isso é tudo. _ O homem suspira e resolve encerrar o assunto, de fato, Anne não poderia fazer nada. - Vamos trabalhar.             A legista agradece silenciosamente por isso. Anne viveu os melhores momentos da sua vida ao lado “dela”, porém a mulher foi embora, não pensou duas vezes e foi embora, a loira entendeu, era a sua carreira, mas agora não pode viver no passado, ficou cinco meses remoendo a perda, sofrendo, trancada e bebendo, no entanto tem que seguir em frente, esquecer, e se o sexo, mesmo que não seja perfeito, é a única forma de conseguir, vai continuar transando com quem quiser e lhe interessar. Os dois terminaram todas as análises e depois Peter fez o relatório, de fato eram as mesmas características do crime e das vítimas anteriores. - Você pode levar isso para um Ester? _ Ele pergunta um pouco receoso. - Claro. _ Anne levanta de sua cadeira e pega os papéis, logo depois vai para a sala da investigadora. - Ester. - Anne, entra.            A legista entra e sorri, aquele sorriso que faz qualquer chão estremecer. Porém Anne não poderia esquecer que o fato de Ester estar ali, é por “ela” ter ido embora, mas a investigadora não sabe disso e se depender da mais velha nunca saberá. - Trouxe os resultados. _ Ester recebe os papéis e logo começa a ler. - Mulher, entre vinte e cinco e vinte e oito anos, loira, sem sinais de estupro ou tortura, encontrada três quarteirões longe da segunda vítima e sem identificação. Ou seja, um possível serial killer. - Sim, como eu imaginei. - É, obrigada, Anne. - Posso te falar uma coisa? _ A legista pergunta. - Claro. - Eu acredito que essas mulheres não são daqui, quer dizer, elas podem não ser da cidade, sei lá, seria impossível três mulheres sumirem assim em Miami e ninguém sentir falta, reclamar por corpos ou informação. - Eu já pensei nisso, estou trabalhando com essa informação, estou fazendo buscas até por outro Estado. - Ótimo. _ Anne sorri. – Vou indo, bom trabalho. - Para você também.          Elas se despendem e logo a loira volta para a sua sala, o amigo estava lendo alguma coisa, o ignora e se senta na sua cadeira, pega seu celular, coloca seus pés em cima da mesa e joga seu corpo contra a madeira. Muitas mensagens de mulheres, ela só precisava escolher uma para aquele dia, era sempre assim, não transava todos os dias, mas eram raros os dias que não o fazia. Em sete dias da semana no mínimo cinco ela tinha alguém entre suas pernas.  O dia se passou sem mais nada importante, no final da tarde a loira estava chegando a sua casa, apenas tomou um banho e foi para o bar onde marcou o encontro com a mulher, era uma n***a linda. Anne não buscava muitos detalhes, se apegar com certeza não era uma opção, apenas queria se satisfazer, queria que seu corpo reagisse, o que aconteceu quando a viu. Cabelo cacheado e corpo atlético, do jeitinho que ela gosta, se apresentaram, coisa que Anne nunca consegue lembrar depois, o nome, não demorou para estarem no apartamento da legista, completamente nuas com a mulher usando a cinta.  A loira estava em cima da morena, “cavalgando” no “p*u”, a morena se deliciava com a visão do objeto entrando e saindo da menor. E por incrível que pareça, Anne acreditava que dessa vez aconteceria, ela já sentia seu prazer vindo, com certeza aquela mulher sabe usar bem suas mãos. Tudo parecia bom demais, pois a morena colocou seu polegar no c******s da legista, massageando vagarosamente. - Oh, merda, isso, eu vou... - Isso, princesa, goze para mim.             E bang, tudo desmoronou, ela tinha que ter ficado calada, tinha que ficar apenas fazendo o que vinha fazendo muito bem. - p***a, p***a, p***a.            E Anne gozou, gozou tão intensamente que seu corpo estava trêmulo em cima da n***a, que sorria satisfeita. Ela se orgulhava de dar prazer a mulheres com tanta facilidade, de fato ela era boa, porém, fez uma coisa errada, ao invés de fazer a loira esquecer, a fez lembrar, seu corpo a traiu, seu corpo se entregou ao prazer se lembrando “dela”. E a morena só percebeu que tinha algo errado quando viu que a loira chorava baixinho contra o seu ombro. - O que... - Vai embora. _ Anne sai de cima dela e se deita de lado na cama. A morena tenta lhe tocar, mas é impedida. – Vai embora, por favor. _ Anne grita.            E sem perguntar nada a mulher tira o objeto e pega suas roupas, Anne logo escuta a porta da frente ser batida com força, de novo. Suas lágrimas diziam que nem isso estava funcionando, nem o sexo, porque até ele estava lembrando “ela”. Estava tudo indo bem, ela gozaria com aquela morena, mas as palavras “Princesa, goze para mim” tirou seu chão, era assim que “ela” falava, era assim que a mulher que amou, ama, nem sabe mais, porém era assim que lhe chamava, “princesa”, na hora do sexo maravilhoso, que só ela sabia lhe oferecer tão bem. Quando sussurrava perto do seu ouvido “goza para mim”, era o limite para Anne, aquela n***a lhe fez lembrar-se de tudo, agora nem o sexo seria suficiente, nada mais seria, o sufocamento veio na garganta da loira, seu peito ardia, só poderia chorar, era o que lhe restava fazer, porque agora ela já não tinha opção, sua válvula de escape já não funcionaria mais.
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