Rebelde com Causa

2477 Words
Capítulo 7. Parecia um forno. Me levanto agoniada com o calor e percebo que David continuava dormindo tranquilamente do meu lado. Suspiro e deixo minha cabeça afundar no travesseiro. Caramba, como é lindo. Deve estar muito cansado. Veio assim só para me ver? Não, como ainda consigo ser doce? Ele veio pelo s**o, claro. Mas depois da transa r**m com o Henry eu preciso descansar. Foi divertido apenas brincar com Sullivan. Vou até ao banheiro e passo um pouco d'água no meu pescoço. Olho-me no espelho. Continua calor. Escuto meu celular vibrar em meio ao silêncio da madrugada. Uma hora dessa, p***a?! Volto ao quarto tentando não fazer muito barulho. 03:01 marcava no relógio. É uma mensagem de Lucas, dizendo que havia deixado uma caixa de pizza em frente da minha porta. Que amor de menino! Ele sempre fazia isso quando chegava de suas farras sem mim. Eu adorava. Ele diz que eu sou sua criancinha. Depois de pegar a caixa lá embaixo, com direito a quatro cervejas também, volto ao quarto. Eu amo o Lucas, sim. Entro com a decisão de acordar meu amante. Ele n******e passar a noite inteira aqui, sua noiva já deveria estar preocupada. E eu não preciso da minha mãe me pegando na cama com um homem que por acaso é meu professor. Me ajoelho no chão, ficando de frente ao seu rosto. Sua bochecha ficava fofa contra o meu colchão. Aliso seu cabelo. Homens mais velhos também podem ser adoráveis nenéns. - David... - o chamo baixinho tentando não assustá-lo nem nada - David... - ele arregala os olhos dessa vez. Olha afobado ao redor e se levanta rapidamente. - Calma, cara. - peço, rindo. Seu rosto apavorado é engraçado. - p***a, que susto. - ele põe a mão no peito e senta na cama - Pensei que fosse sua mãe, garota. - ele fala enquanto coloca o cabelo bagunçado para trás. Eu continuo rindo, me apoiando na parede. Ele joga um travesseiro em mim, me fazendo parar. - Não. Está tudo tranquilo. - pulo na cama e me sento, trazendo a caixa de pizza e as cervejas comigo. - Sua noiva deve estar preocupada. - Não. Eu a avisei que poderia chegar tarde. Onde você estava? - pela primeira vez na noite me encara. Seus olhos azuis mais escuros. Sua voz mansa não dá jus ao demônio que ele é. - Me esqueci que você vinha pra cá. Me desculpe. - Tudo bem. - coça os olhos. Nem acredito que não fica com raiva de mim. Será que é sonâmbulo? - Acho melhor ir. Ainda tem escola. Ele se levanta procurando seus sapatos. Sinto pena. Queria que um raio me atingisse agora. - Come comigo antes. Ele se acalma e parece analisar tudo melhor agora. Logo se senta ao meu lado. E me dá um sorriso cansado, e muito lindo. Bebemos e comemos enquanto conversávamos. Sem pressa. Pela primeira rimos juntos; sem malícia, sem jogos. Parecíamos velhos conhecidos que se conhecem muito bem. Já está amanhecendo quando meu amante decide ir embora. Sem pegação. Apenas um beijo no rosto e um sorriso na boca que anunciava que a noite valeu a pena. Caralho, nem transamos. […] Estou na sala de aula; sentada na cadeira, mordendo um lápis para me distrair. As aulas passavam e simplesmente nada entrava na minha cabeça. Estou com muito sono. Maldito seja o professor. - Evelyn? - um garoto com cara assustado para na minha frente. Franzo o cenho. - É a Sara. Pela cara do p***e menino sei que é algo sério. Me levanto com firmeza e o fuzilo com os olhos querendo detalhes imediatamente. - O que aconteceu? - Acho melhor perguntar a ela. - me responde hesitante - Vem, te levo lá. Já vou bufando, no fundo já sabendo do que se tratava. A Sara não aprendia nunca. Sempre que aparecia um menino bonito a tratando bem ela se entregava sem pensar e saia machucada, sobrando para mim acabar com a vida do desgraçado. Ela está sentada no chão da última prateleira de livros na biblioteca, chorando sem parar. Me ajoelho na sua frente e pergunto, olhando nos seus olhos: - O que houve? - Por que você tinha que contar pra ela, Brendan? Eu te pedi, d***a! - ela grita com o garoto que tinha ido me chamar. - Ei! - grito com ela de volta - Ele só quer te ajudar. Assim como eu. Agora me diz o que aconteceu. - ela abaixa a cabeça voltando a chorar. Reviro os olhos, já irritada pra c*****o. - Foi o Scott, não foi? - Por favor, Evy, não se mete. [ Brendan narrando ] Sara não precisou dizer mais nada. Evelyn apenas saiu em passos largos pela porta com uma determinação que me fez ir junto, em silêncio atrás. A garota por quem eu sou apaixonado desde que entrei na porcaria desse colégio está pela primeira vez por perto; como uma super h*****a, indo defender sua amiga do vilão. Eu acho que a amo. Quando já estamos no gramado indo em direção ao Scott e seu g***o de amigos tomo coragem pra perguntar: - Evelyn, temos algum plano? Ou sei lá... - Scott! - não me responde, já chega falando alto, fazendo o jogador virar. Acho que estou branco como uma folha de papel agora. Meus olhos se arregalam quando a garota mais perfeita do mundo distribui um murro certeiro na cara daquele i****a sem ao menos o deixar falar. Todos param para ver aquilo. Eles confusos, eu encantado. - v***a, você está louca. O covarde tenta acertá-la, mas me coloco na frente e apanho, caindo no chão com o nariz sangrando. Evelyn me envolve nos braços e eu não sinto dor alguma. [ Evelyn narrando ] Sou rápida e consigo fazer com que Baby não bata a cabeça no chão. Por que ele tinha me seguido? Eu daria conta desse palhaço sozinha. - i****a! Olha o que você fez! - grito com Scott que está com a mão no rosto pelo murro que eu dei. - Você quem começou, sua estúpida. - Se soubesse como tratar uma garota direito isso não aconteceria! - olho pro garoto delirando no meu braço - Baby, calma! - O que está acontecendo aqui?! David. Que maravilha. [ Brendan narrando ] Minha visão volta aos poucos. Não estou mais sob o sol do gramado. Olho ao redor devagar e reconheço o lugar. Enfermaria. Danielle e Sid pareciam estar ali me esperando. - Oi, gente. - digo me sentando devagar. Nossa, meu nariz está doendo muito! - Alguém pode me dizer se Evelyn está bem? - Ainda bem que acordou! - Danielle vem na minha direção, segurando meu rosto para checar e depois me abraçando forte. - Seu t**o, no que estava pensando?! - ele dá um t**a fraco no meu braço. Sempre se comportava como minha mãe. - É, cara. Ficamos preocupados com você. - Sid diz se aproximando. - Era a Evelyn, pessoal. Eu tinha que fazer algo. [ Sara narrando ] Danielle havia me contado tudo que tinha acontecido. Por causa das minhas besteiras eu acabei ferrando duas pessoas de quem gosto; Brendan e Evelyn. O que tem de errado comigo? Por que sou tão frágil assim? d***a, Sara. Estou esperando na frente da diretoria. Scott, Evelyn e David já estavam há bastante tempo conversando com o diretor. Se ela fosse expulsa eu não me perdoaria. - Ainda estão aí dentro? - viro para trás quando escuto Brendan falar. Está com um pequeno curativo no nariz. - Sim. Você está bem? - me aproximo - Me desculpe ter te metido nisso tudo. - Está de brincadeira?! Finalmente tive coragem de interagir com Evelyn. Até levei um soco por ela. - ele aponta para o machucado. - E ela acha que eu me chamo Baby. - sorrir. Brendan e eu fazemos parte do jornal da escola, junto com outras pessoas. Ele é um grande amigo; inteligente, doce e loucamente apaixonada pela Evelyn. Nunca quis que eu forçasse nada entre os dois por conta de sua timidez. Agradeço por isso. Evelyn é como uma bruxa má e ele o príncipe bobo. Não dá certo. [ Evelyn narrando ] Essa baboseira toda de sermão já estava me irritando, principalmente por ter que ficar sentada ao lado do Scott. Seria tão fácil simplesmente levantar a cadeira e tacar nele. Mas acho que o diretor na nossa frente e David em pé atrás não acharia muito legal isso. Falando em David... Não consigo nem olhá-lo. Só pelo jeito que respira sei que está me julgando. f**a-se ele. - Vocês podem me explicar o que aconteceu? - o diretor m*l comido pergunta depois de todo o seu discurso clichê e hipócrita. Só de pensar que já fui afim dele quando entrei na escola... Evelyn sua burra. - Essa garota maluca já chegou socando a minha cara. - e é claro, Scott se faz de vítima. Patético. - Eu tenho nojo de você, seu verme. - o xingo tranquilamente e com toda raiva que consigo transmitir. - Evelyn, se acalma. - David me pede. Por favor, professor. O senhor fode bem, mas cala a p***a da boca. - Ele foi um b****a com a minha amiga. O murro só foi pra lembrá-lo do pedaço de m***a que ele é, e que a Sara merece coisa melhor. - Tá vendo como ela me ataca, diretor? - não suporto olhar pra cara desse cínico. - Me poupe, mocinho. Nenhum dos dois são inocentes. Eu soube que se o Sr. Robinson não tivesse se intrometido sua agressão teria sido na Srta. Walker. - faço questão de rir. É isso aí, velhote. - Quase quebrou o nariz de Brendan, me pergunto se tivesse sido no rosto da Walker. - David volta a falar mais uma vez, me defendendo agora. O jeito que fala me faz querer abraçá-lo. - Está suspenso, Scott. E fora dos jogos nessa temporada. Pode ir. Fico rindo enquanto o i****a sai bufando da sala e bate a porta com força. Posso me f***r agora, mas pelo menos conseguir fazer o Scott descer do salto. [ Scott narrando ] Aquela garota estúpida! Maluca! E quem o diretor acha que é pra fazer isso comigo? Ridículo! Sou o melhor jogador. Eu levo o murro na cara e a v********a que sai na melhor. Quando saio da diretoria dou de cara com Sara e o nerd do Brendan. - Está satisfeita pelo que sua amiga fez?! Estou fora do time. - Na verdade eu acho que você mereceu, Scott. - ela cruza os braços e me olha firme. Nunca a tinha visto desse jeito, dura. Sempre se mostrou está na palma na minha mão. - Você e sua amiguinha são patéticas. - rosno. Colocando-a em seu lugar. - Aprenda a ser descartada, garota. Ninguém gosta de uma chorona. Sorrio quando vejo que consigo mexer com ela. Menina tola. O s**o nem tinha sido tão bom assim. O Cachorrinho para na minha frente como um poste. O olho desacreditado. - É sério isso? Quer levar outro murro, i*****l? - apenas saio, batendo forte meu ombro no dele. Não quero mais nenhum tempo com esses palhaços. [ Evelyn narrando ] Minha alegria não dura muito. Na verdade era melhor quando o Scott estava, a atenção era dividida entre nós dois. Agora eu sou a principal atração desse show de terror. - Se eu fosse você não ficaria tão feliz, Srta. Walker. - o direito consegue me fazer voltar a ficar séria - Sua situação está bem grave. Eu ouço falar muito sobre você. Coisas péssimas, na verdade. - É mesmo? Que ótimo, parece que todo o meu tempo tentando não chamar atenção nesse colégio foi em vão. Sério. Eles sempre arrumam um jeito de se meter na sua vida. Não faço parte de nenhum g***o, só falo com Sara, não me meto nas confusões cotidianas que acontecem aqui, e mesmo assim... Ok, fico com um professor. Mas somos discretos, certo? Certo?! - Parece que você tem fumado em cada canto desse lugar. - ele parece rosnar para mim. Seus olhos parecem odiar a minha imagem, era como se sentisse nojo de mim. m***a. - Você acha que estamos aonde? Numa boate, Srta, Walker?! - Calma, Will. - David pede, com a voz baixa. Covarde i****a. - Vai me expulsar? - apenas pergunto. Acha que eu iria brigar ou questionar? De maneira alguma. Aceito meu destino, mesmo que no fundo esteja com medo. Eu não queria decepcionar a minha mãe. Ela não. Mas sabia que implorar à aquele b****a não era uma opção. A porta se abre e Baby está lá parado. - Preciso falar com o senhor, diretor. […] Sara e eu andávamos de um lado para o outro esperando alguma resposta. Ela me abraçou quando sair da sala do diretor e me deu uma bronca. Não quero que ela se sinta culpada se acontecer algo comigo; eu fiz porque quis. Ela é minha amiga e sempre vou defendê-la. Sara parceria está bastante preocupada com Baby. Eu não sabia que ela tinha outros amigos no colégio. Eu espero que não aconteça nada, ele parece ser um cara legal. A porta se abre e Baby sai de lá, com seu olhar cabisbaixo de sempre. - E aí?! - sou a primeira que tomo coragem de falar. Vou para sua frente. - Você não será expulsa, fique tranquila. - nossa, parece que eu estava segurando o ar há bastante tempo. Esse colégio é uma m***a, mas fico feliz de ter continuado. - Conversamos com o diretor. Você vai ser assistente do David junto comigo, assim poderá ser mais responsável e não fazer tanta besteira. Pelo menos foi isso que dissemos a ele. Parecia que eu tinha levado uma p*****a no queixo. Assistente do David? Tá de brincadeira! […] Andava de um lado para o outro no estacionamento, fumando sem parar. As coisas não estão do jeito que eu quero. Muita confusão acontecendo. Só quero continuar invisível nessa m***a. Deixei Sara com seus amigos que eu nem sabia que existiam. - Você é incorrigível. - David se aproxima me olhando incrédulo - Você n******e fumar aqui, Walker. - ele parecia cansado. Está irritado comigo? Não pedi que se metesse. - Você é uma rebelde. - Ah é?! O que o diretor vai achar se descobrir o que faz na aula de artes, professor? - Pelo menos somos discretos. Você deixa seu lado sombrio à mostra para todo mundo vê. - Não se preocupe comigo, David. - me viro e volto a fumar. Tínhamos tido um momento legal nessa madrugada, mas não mudou nada. Ele continua sendo o professor que eu transei...ou que transo. - Evelyn?! - escuto alguém chamar meu nome. David e eu olhamos na mesma direção. Sullivan?! - Tenho que ir. Até mais, professor.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD