Capítulo 2.
Enquanto o diretor apresenta o novo professor olho para a Sara, que retribui meu olhar, tão pálida quanto eu. Isso poderia ser terrivelmente desastroso ou incrivelmente interessante.
- Será que ele vai nos ferrar? - Sara pergunta, sussurrando.
- Eu não sei, mas se ele fizer, robo um carro e passo por cima do p*u dele.
O diretor termina com toda a babação que sempre fazia com os novatos e vai embora, nos deixando lá, com aquele cara que poderia ser o meu inferno, mas que era lindo pra c*****o.
- Bom, como hoje é o meu primeiro dia aqui, quero causar uma boa impressão a vocês. Façam o que quiserem, só tentem não fazer tanto barulho. - ele declara e todo mundo vibra em alegria. Eu apenas reviro os olhos.
Sara e eu nos juntamos a um g***o para conversarmos, mas sinceramente eu nem me importava com o que falavam, não queria saber quem tinha engravidado no semestre passado. Só queria ir até o banheiro e fumar um pouco, para relaxar, mas pedir permissão a aquele cara não estava nos meus planos hoje. E nem nunca.
O tal do David é carismático, já tinha uma g***o de meninas ao seu redor, conversando empolgadamente e rindo. Ele também era atencioso, parecia prestar atenção em cada palavra apressada e desgovernada que saia da boca daquelas meninas, e ria.
Quando o sinal toca, anunciando o fim dessa aula, agradeço mentalmente. Agora era tentar evitar ele até o final do ano. Legal, eu poderia fazer isso.
- Evelyn, quero falar com você. - escuto sua voz quando estou saindo da sala. Sara me olha assustada, mas continua acompanhando o resto do alunos.
Quando a classe fica vazia ele se levanta da sua cadeira e vai fechar a porta. Ele deixou de t*****r comigo no quarto de uma boate para t*****r na sala de aula da escola? Ótimo, esse tinha sido enviado apenas para ferrar.
- O que estava fazendo naquele lugar? - ele pergunta com os braços cruzados na altura do peito. Está sentado em sua mesa enquanto estou sentada em cima da carteira, na sua frente.
- Não é da sua conta.
- Eu aposto que sua mãe não sabe, e aposto que ela não iria ficar muito contente em saber.
- Está me ameaçando? - ele não responde, apenas continua me olhando, impassível. - E eu aposto que todo mundo ficaria curioso em saber o que o senhor estava fazendo num lugar como aquele, e também aposto que acreditariam em mim quando eu dissesse que me forçou a f********o com você. - faço minha melhor expressão e desço da cadeira, seguindo em direção da porta, mas sua voz me interrompe.
- Só estou querendo ajudar, moçinha. Aquele lugar não é para você.
- Você não me conhece, não faz ideia do que é bom para mim, então pare de agir como se fosse o meu pai, porque você não é. - abro a porta, mas antes de ir embora tenho a necessidade de falar algo... - Aliás, você é o meu primeiro professor gay. É interessante. - dou um sorriso e saio andando.
- Acha que só porque não quis nada com você sou gay? - escuto-o vindo atrás de mim. Ele realmente não desiste.
- E não é? - me viro e acabo me assustando, ele está bem perto de mim.
- Não mesmo. - ele sorrir. - Apenas não me deito com qualquer uma. - minha boca se abre. Não acredito que ele disse isso!
- Você é um i****a. - rosno, totalmente irritada. Não sei porque ainda não pulei no pescoço dele e tentei enforcá-lo. - Eu não sou qualquer uma, em toda minha vida só transei com duas pessoas. De qualquer forma, quem perdeu foi você, há uma fila enorme dos caras que queriam estar comigo agora.
Digo isso e saio depressa, sem querer ouvir mais nenhuma palavra da sua boca. Acho que acabarei matando ele antes mesmo das férias.
[...]
Assisto mais duas aulas, torcendo para que o sinal do intervalo tocasse logo.
Naquele dia, especialmente, estava me sentindo terrivelmente estranha e desconfortável na escola, mais do que já me sinto todos os dias. Talvez fosse por causa da chegada dele, mas se esse fosse o motivo, agora, eu nunca admitiria.
E então o tão aguardado sinal toca e eu corro para o estacionamento, afim de ficar sozinha. Não queria nem mesmo a compainha da Sara agora.
Me encosto em um dos carros e acendo um cigarro, olhando a paisagem gelada, que infelizmente me fazia lembrar dos olhos azuis de um determinado professor. Mas que d***a! Não quero pensar nele!
E eu juro a vocês que quando olhei para o lado e o vi vindo na minha direção tive a certeza de que o mundo conspirava contra mim.
- Posso conversar com você um minuto? - sua voz soa baixa. Ele está mais recatado, com o olhar baixo, menos intimidante.
- Não. - sou rápida e continuo a fumar, desviando meu olhar. A última coisa que eu queria era decorar os detalhes dele para poder ficar pensando depois.
- Eu falei aquilo sem pensar. Não acho que seja qualquer uma.
- Claro que acha! - me viro, sem medo. - Eu m*l te conhecia e me insinuei para você. Você pode achar o que quiser, eu não ligo. Sei quem eu sou, e isso já é o bastante.
- Tem certeza que sabe quem é? - seus olhos fitam os meus. - Porque não é o que parece.
- Pare de tentar me entender. - falo, batendo meu dedo no seu peito, mas ele me dá um t**a na mão, afastando-me dele.
- Por que é assim? Mostre um pouco de respeito. Só estou tentando te entender e te ajudar. - ele fala alto, me fazendo encolher os ombros. - Você está afastando as pessoas certas e mantendo perto as erradas.
Fiquei olhando-o através das mechas do meu cabelo que estava sobre meus olhos. Ele está sério e irritado. Engulo em seco.
Tenho que admitir que foi r**m vê-lo dar as costas e ir embora, como todos faziam, não aguentando meu jeito.
[...]
O dia se passou e estávamos na terça-feira.
Não sei se fico feliz por ele ter me deixado em paz ou se fico triste pelo mesmo motivo. Você pode achar que sou uma louca, mas desde que aquele homem entrou no meu caminho eu perdi totalmente o controle dos meus desejos e pensamentos. Com certeza é só porque ele não caiu nos meus "encantos".
Está no intervalo e eu estou sentada na enorme escada principal da escola, apenas observando todos passando por mim como se eu fosse invisível.
- Olá! - fico sem reação quando David aparece de repente e se senta na minha frente, com um grande sorriso no rosto. Parecia uma criança.
- O que você quer? - O que você está fazendo, garota estúpida? Ele está aqui de volta, trate-o direito! Meu subconsciente me dar uma bronca.
- Quero te fazer um convite. - ele quase cantarola. Segura minha mão entre as suas e fica me encarando, sem deixar de rir nem por um segundo. Acho que eu era a única pessoa na face da terra que conseguia ser fria com aquele ser totalmente adorável. - Quero que você faça parte das aulas de artes, Srta. Walker. - os pêlos da minha nuca se arrepiam ao escutar ele pronunciando meu sobrenome daquele jeito tão sexy sem esforço.
- Por que quer isso?
- Porque esse é o primeiro passo para minha missão de consertar você. - ele sorrir de canto, fazendo minha parte mais profunda se contrair. - Eu te espero lá depois do intervalo. - ele alisa minha bochecha, pisca um olho e se levanta.
Ele era lindo e me afetava, e o pior, ele sabia disso.
[...]
O sinal toca, anunciando o fim do intervalo.
Vou até o meu armário e pego minha mochila. Eu iria assistir a tal aula de artes. Eu poderia fazer isso. Talvez ele só estivesse tentando ser legal, e a maioria das pessoas não costumavam ser.
Quando entrei na sala todos os outros alunos já estavam; uns que eu já havia esbarrado pelos corredores e outros que eu nunca havia visto. Afinal, é uma colégio grande.
David está abaixado explicando algo para uma garota e quando levanta a cabeça e me vê abre um grande sorriso, que é iluminado pela luz lá fora que atravessa a janela de vidro. Agora eu pergunto a vocês: Como resistir a algo que além de ser bonito é ajudado pelo universo a ficar irresistível?
- Fico muito feliz que tenha vindo. - ele diz vindo na minha direção e me segura firme em seus braços. Um abraço inesperado. Ele é tão grande que eu acho que me perdi ali no seu corpo quente. - Pessoal, essa é a Evelyn, a garota de quem eu falei para vocês. - ele me apresenta com uma das suas mãos sobre minhas costas. Todos me dizem "oi" e eu retribuo com um sorriso nervoso.
Entro em choque. O que ele falou de mim para essas pessoas? "Ela trabalha numa boate".
Ele me guia até uma cadeira no final da sala e me sento ali. Havia um quadro branco na frente de cada aluno. Ele quer que eu desenhe? Eu não sei desenhar nem uma casa.
- Bom, hoje o que quero que vocês façam é que desenhem algo que me represente, a forma como vocês me vêem. - ele explica, falando como se estivesse nos guiando a uma caça ao tesouro. Ele realmente sabia como deixar um bando de adolescentes empolgados com algo.
E logo todos começam a fazer seus desenhos. Eu penso e penso, e quando o vejo me olhando com um sorriso sacana/provocativo sei exatamente o que fazer, e não posso deixar de rir.
[...]
Confesso que me empolgo e até gosto, apesar de desenhar m*l.
- Tempo encerrado. - David avisa e todos param. Eu não conseguia ficar séria olhando para o meu desenho. Estava louca para que ele visse logo. - Um palhaço? - ele pergunta curioso. Sua expressão é hilária. - É assim que você me vê? Como um palhaço? - engulo toda a minha v*****e de rir e apenas dou de ombros. - Certo, senhorita. - ele diz e segue seu caminho, indo verificar os outros desenhos.
A todo instante ele olha na minha direção e balança a cabeça negativamente com humor. Ele faz eu me sentir leve, como se eu fosse criança de novo. Gosto da sensação e gosto do corpo dele.
- Todos estão de parabéns! - ele anuncia - Adorei vê o modo como me vêem, embora alguns me deixaram bem intrigado. - ele me lança um olhar rapidamente. - Agora... - ele vai até a porta e a tranca - Vamos fazer o que queremos fazer.
E todos imediatamente arrastam suas cadeiras para perto da janela de vidro que está aberta e tiram seus cigarros do bolso e começam a fumar.
David coloca uma cadeira ao lado da minha e segura um cigarro na minha frente.
- Aproveite.
E aceito. E ficamos ali, todos em silêncio, todos matando seus corpos lentamente.
E aquela foi a primeira vez que compartilhei um cigarro com David Tyler.
Quando os cigarros vão acabando todos vão saindo da sala. Mas eu decido ficar, eu sinto que deveria.
- Quer ajuda para limpar essa bagunça? - pergunto quando estamos só nós dois.
- Evelyn Walker tentando ser legal? É isso mesmo? - ele debocha se levantando e eu reviro os olhos.
- i****a. - resmungo baixo e vou pegar minha mochila.
- Ei. - ele chama minha atenção quando já estou perto da porta. Viro-me. - Venha até aqui.
Minhas pernas tremem. Como ele troca de humor tão rápido? Uma hora é o cara fofo, na outra é o professor brincalhão e agora é o que cara que está deixando minha calcinha molhada só pelo tom de voz.
Vou até a sua frente. A forma como ele é tão mais alto do que eu me intimida.
Sinto seu dedo no meu queixo, forçando minha cabeça a levantar e a encara-lo.
Sua boca encosta na minha suavemente e rapidamente.
- Pensei que não ficasse com crianças. - digo. Sua mão ainda está em mim e eu olho fixamente para sua boca.
- Só com as boazinhas. - ele alisa meu rosto e sorrir. Ele é malicioso e não o anjo colorido que eu achava que fosse. Seu sorriso e seu tom de voz são sujos, quase inapropriados.
Tento dar outro beijo, mas ele se afasta.
- Seja boazinha e eu serei bom com você. Agora, se me der licença... Preciso arrumar a sala.
[...]
- Não acredito! - Sara ri alto - E você achando que ele era um santo.
- Pois é. Ele me enganou direitinho. - confesso, encarando o cigarro entre meus dedos. Sara e eu estávamos no estacionamento da escola.
- Sabe que tem que se afastar dele, não é? - o que ela fala instantaneamente me surpreende e eu a olho, com a testa franzida. - Evy, eu sei que você adora fazer coisas erradas e perigosas, mas isso já é demais. O cara é nosso professor e é casado.
[...]
Estávamos na última aula para então lagarmos. Não tinha parado de pensar nas palavras da Sara desda hora que ela falou.
Será que eu deveria ocultar meus desejos e simplesmente deixar para lá? Melhor, será que eu consigo deixar David para lá? Em tão pouco tempo ele tá me causando um efeito que eu pensei nunca mais ser capaz de sentir. De novo, isso é só porque ele me negou.
Estava lavando meu rosto no banheiro. Tinha pedido à professora, não aguentava mais ficar naquela sala, me sufocando em pensamentos, a v*****e de fumar só aumentava.
Me encosto na porta do banheiro, encarando o chão, com os pensamentos longe. Não quero voltar pra lá, mas também não sei para onde quero ir.
Olho para frente e David está lá, encostado na porta de uma sala que ficava perto dos banheiros.
Ele me encara, os olhos apertados, a boca um pouco torta. Ele estava curioso em saber o que eu estava pensando.
Sua cabeça se meche para o lado, me chamando, então ele entra dentro da sala.
Minhas mãos gelam e engulo em seco. Me sinto uma criança agora, que está prestes a ser devorada pelo lobo, e que no fundo se sente atraída por isso.
Lutando contra minha razão, que agora parecia nem ter tanto efeito em mim, não como o efeito de David, vou até a sala.
- Feche a porta, moça. - ele pede quando entro na sala vazia. O obedeço, trancando-a. - Sabe, tem uma melancolia em você, e isso me atrai muito, Evelyn. - ele diz, se aproximando, ficando na minha frente, e começa alisar a meu rosto. Meus olhos se fecham com seu toque suave. - Tem certeza que quer entra nesse jogo? - ele pergunta, sua voz numa mistura de doçura e frieza. Seu polegar alisa meu lábio inferior. Seus olhos azuis penetram fundo os meus. Por Deus, não há nada que eu mais queira do que entrar na p***a desse jogo!
- Apenas me beije logo. - desabafo, afim de pular nele de uma vez.
Sua mão segura firme minha nuca e ele me puxa forte, me prendendo contra seu corpo, e me beija.
Seu beijo é sufocador. Me delicio na doce e quente sensação de estar ali, presa nos seus braços, presa nos seus lábios.
Sentir o volume da sua calça empurrando minha barriga faz o meu d****o aumentar e já estou puxando seu cabelo, tão forte quanto ele puxa o meu.
Ele se afasta enquanto puxo seu lábio inferior, o fazendo rir, então solto-o.
Ele vai juntando as carteiras até virar uma pequena mesa.
- Sente-se, querida. - ele pede, com um sorriso sereno brincando na boca. Apesar de aparentar ter 39/40 anos ele tinha uma beleza jovial, um jeito de garoto.
Faço o que ele me pede, sem conseguir parar de sorrir também.
- Você é muito boa, senhorita. - ele confessa, a voz saindo entrecortada. Suas mãos vão para minhas coxas e começam a alisa-las e aperta-las por de baixo da saia.
- Pare de me torturar, professor. - mordo os lábios e o puxo com a perna para mais perto.
- Calminha. - ele rir, com o rosto próximo ao meu. Sinto suas mãos subirem minha saia e logo depois seus dedos abaixam minha calcinha.
Sinto seus dedos passarem vagarosamente pelo meu s**o, pressionando minha entrada um pouco.
- Está tão pronta para mim, querida. - ele sussurra no meu ouvido e me morde ali, me arrepiando.
Escuto o barulho do seu fleche abrindo enquanto ele me beija.
Seus braços me abraçam, me trazendo para perto e então ele me penetra, indo fundo. E ele fica ali parado, dentro de mim, me fazendo adorar a sensação.
Então ele começa a aumentar a velocidade e eu me deito sobre as carteiras, fechando meus olhos, me entregando completamente.
Suas mãos apertam meus quadris com força, fazendo nossos corpos se chocarem bruscamente enquanto se movimenta.
Minha respiração começa a ficar ofegante, sinto a famosa e deliciosa sensação se aproximar.
David segura minhas mãos e me puxa. Ele se senta em uma cadeira que estava atrás dele e me arrasta junto.
Meus movimentos só aumentam. Meu corpo estava todo aceso de excitação.
- Olhe para mim. - ele pede, mas ignoro. Aquilo deveria ser apenas s**o, nada mais. - Olhe para mim! - dessa vez ele ordena e me puxa pelo cabelo, colando nossos rostos, me forçando a olhá-lo. - Está com medo disso se torna sério demais? - ele sorrir.
Mais uma vez não respondo. Eu não conseguia pensar em nada, apenas em David entrando e saindo de mim sem nenhuma delicadeza.
E quando nós dois estamos perto de gozar ele segura minhas nádegas com força, e então se liberta. Nos libertamos. Sinto seu líquido quente me encher. Estou anestesiada.
- Querida, eu quero muito mais. - ele lambe e chupa meu pescoço. Sentir sua respiração pesada na minha garganta me deixa com t***o. - Isso que fizemos agora é só o básico.
Ele segura meu rosto e me beija.
- Acho melhor você ir. - ele diz, enquanto nos beijamos.
[...]
A professora me olha desconfiada e com cara f**a quando entro na sala. Deveria estar se perguntando por que demorei tanto.
Sara já descobre de cara assim que vê meu sorriso e minha pele suada. Sua boca está aberta, perplexa. Não posso deixar de achar graça daquilo.
[...]
Assim que o sinal toca saio rápido da sala, procurando não ter que falar com Sara.
Eu sei, ela é minha melhor amiga e está certa por se preocupar, mas não quero sua preocupação agora, não quero seus julgamentos. Sei que ficar com David é errado e imprudente, mas o meu d****o fala mais alto, e ele beija tão bem...
Fico aliviada por já estar um pouco longe da escola e de toda aquela gente chata.
Percebo um carro andando devagar ao meu lado, como se estivesse me seguindo. Só pode estar de brincadeira. Não acredito que vou ser sequestrada bem no dia que peguei o cara que eu queria.
- Será que dar para parar de andar, Srta. Walker? - meu sangue volta a esquentar quando ouço a voz suave de David. Não acredito nisso.
- Você deveria parar de me seguir, senhor. Não tem uma vida para cuidar, por acaso? - ele rir com a cabeça baixa.
- Você deveria levar uns tapas por causa da língua afiada, mocinha. - arqueeio as sobrancelhas. A ideia dele me dando umas palmadas me anima muito. - Vamos, entre no carro.
- Por que eu faria isso? - Ah David, não me faça dizer que tenho hora para chegar em casa por causa da minha mãe.
- Porque fomos descuidados. Você precisa tomar aquelas pílulas. Não vai querer ser mãe com 16 anos. - hesito, olhando para todos os lados.
Foi uma grande m***a ter transado com um cara que eu m*l conhecia sem p******o, eu sei, eu sou uma completa irresponsável.
Mas eu não sou tão tola assim, eu iria pedir dinheiro à minha mãe e iria na farmácia. A última coisa que eu precisava agora era de um bebê na minha vida. Mas já que ele estava aqui se oferecendo eu não iria mandá-lo embora.
- Você não precisava se preocupar, eu sei bem me cuidar sozinha. - digo quando estou dentro do carro.
- Tenho minhas dúvidas em r*****o a isso, mas... Eu não sou um canalha, Evelyn, não sou como esses garotos babacas que só pensam na parte boa.
[...]
Ele é quem vai comprar as pílulas na farmácia. As vezes o modo que ele é fofo e parece ser o homem perfeito me dá raiva.
Tudo isso me faz lembrar uma história que eu realmente não queria lembrar.
# FLASHBACK #
- Eu não vou. - dou meia volta quando chego na esquina.
- Como assim? É claro que vai. - Mark me empurra de volta.
- Não vou! Eu não vou entrar numa farmácia e pedir anticoncepcional. O que vão pensar de mim?
- Deixa de besteira, Evy. - ele diz, me empurrando.
- Eu não vou! - grito na cara dele, chamando a atenção de algumas pessoas que passavam ao nosso lado. - Eu só tenho 14 anos, Mark. Você é um homem, deveria se envergonhar por tá mandando uma garotinha fazer isso. - faço minha melhor cara de inocente e pura.
- Saia da frente, sua ridícula. Você me paga.
Ele sai estressado na frente e não posso deixar de rir. Ele nunca conseguia ganhar uma briga comigo.
# FLASHBACK #
- Terra chamando... - sou despertada pela voz de David, e assusto um pouco. Ter lembrado daquilo me trás um m*l estar no corpo. - Você está bem, menina? - ele me olha preocupado.
- Sim. - dou um sorriso fraco. Ele me entrega a sacola com o remédio.
- Saber a hora certa de tomar?
- Claro.
[...]
Ele para com o carro na esquina da minha rua. Quando vou descer ele segura meu braço.
O olho confusa. Ele vem se aproximando com o rosto e me beija. Apesar de saber que minha mãe poderia nos pegar, não ligo.
- Essa semana vai ser bem interessante. - ele sorrir.