Covardia

1622 Words
Juliana Dou um grito e vou correndo em direção ao meu pai visivelmente drogado, sem consciência nenhuma, e sendo arrastado como se fosse um animal abatido pela rua. Ele não aguenta nem falar gente. Não acredito que ele fez isso comigo, mais uma vez estragando as coisas, eu pedi tanto pra ele não fazer nada de errado meu Deus. - Pai, acorda pelo amor de Deus._ agarro dos dois lados do rosto dele e depois olho na direção dos 2 caras que carrega ele pelo braço. O da minha direita esta com um fuzil atravessada e o da esquerda está com duas pistolas na cintura. E ainda tem um terceiro que está dando suporte para os outros dois. - O que vocês fizeram com ele?._ grito já chorando encarando eles_ estão achando engraçado? Vocês não tem pena de ninguém não? Ele é um homem doente._ rosno com ódio e as palavras saem feito um tiro da minha boca. - Doente é o car@lho, seu pai é vici@do p0rra, ele tava lá na boca perturbando desde cedo atrás do patrão, nos falou que ele não tava lá, mermo assim esse noia não quiz ir embora._ um dos trafic@nte fala largando o braço do meu pai que bate no chão. Meu pai no entanto nem sente nada anestesiado pela coc@ína. - É isso p0rra, esse cara perturbou o dia todo, você tem sorte que eu não dei um tiro na cara dele._ o outro traficante fala também soltando o outro braço dele fazendo o corpo dele cair no chão. Ele só não bate o rosto porque eu estou segurando com as duas mãos. Porém, a força do corpo dele me joga para trás, e eu acabo caindo de bwnda no chão. - Aí, uma gata dessas tem que aturar um pai drogado desses fala tu, maior covardia._ o homem que estava dando suporte para os outros dois diz rindo cutucando o primeiro traficante que falou comigo. - Covardia? Covardia é isso que vocês fazem com as pessoas, fazem homens de família, crianças, adolescente, se viciarem nessa porcaria que vocês vendem aí, e depois, quando já destruíram as próprias vidas, quando não tem mas nenhum mais nenhuma serventia para vocês, vocês vem esculacha, vocês são uns merdas mesmo, vão sofre muito ainda por acabar com tantas famílias iguais a minha._ rosno entre os dentes com ódio e com as lágrimas escorrendo no meu rosto. Meu desprezo é tão notável que ele me encara soltando fogo dos olhos, eu não me intimido e faço cara de nojo o encarando de volta O cara que está com o fuzil nas costas tira rapidamente e aponta pra minha cabeça. - É bravinha ela né._ ele me encara com um sorriso de deboche e eu continuo encarando ele de cara fechada_ Você gosta de tira marra com bandido? Quero ver fala merdinha com o meu fuzil dentro da tua boca._ ele diz encostando a ponta do fuzil no meu nariz. Conforme ele vai pressionando a arma contra a minha pele, eu fecho meus olhos me preparando pro impacto. Dois segundos depois, escuto dois disparos que fazem meu corpo inteiro estremecer e arrepiar até o cabelo do cu. Eu fico tonta e meu cérebro começa a contrair, minha respiração fica presa na garganta e começo a ter um ataque de ansiedade na mesma hora. Me agarro no corpo desorientado do meu pai tentando me acalmar, e fico lá de olhos fechado esperando o que vai acontecer. E quando nada acontece, abri meus olhos devagar e olho na direção onde todos estão olhando, e vejo o Bruninho com uns 10 caras atrás dele vindo em nossa direção. - Que p0rra tá acontecendo aqui car@lho?_ ele grita olhando pra cara do bandido que ainda está com o fuzil apontado pro meu rosto, só que agora sem encostar, ele está mas um pouco distante agora_ já falei que não quero confusão no meio da rua p0rra, quem vai me explicar que circo é esse aqui?_ Bruninho cruza os braços com muita raiva olhando prós três bandido um a um. - Háaa, olha ele aí... Meu amigo._ meu pai fala igual um maluco e eu fico totalmente sem reação_ fala meu parceiro, tava aqui te esperando pra nós dá uma volta por aí, fala tu._ ele diz como se fossem amigos se infância. Eu odeio ver ele assim, acho que dessa vez eu realmente perdi meu pai. - Pelo amor de Deus pai._ minha voz sai abafada e falhada pela minha respiração irregular. Bruno me encara de r@bo de olho e parece um pouco incomodando em ver naquela situação, mas ele não me diz nada e volta a encarar os traficantes dele. - Po chefe, esse tio aí tá lá na boca desde quando tu saiu, indo e voltando cada vez mais pancado e cismou que tinha que conversar contigo._ um dos traficantes fala apontando pro meu pai_ nós já tava ficando puto e tava arrastando ele pra praça, ia larga ele lá._ ele se justifica. - Essa mandada aí chegou do nada apertando minha mente, me esculachando na frente de geral po._ diz o que esta com o fuzil apontado para mim me encarando, e o Bruninho olha pra mim mais uma vez. Dessa vez eu encaro ele de volta respirando como se estivesse com falta de ar sem conseguir parar de chorar um minuto. Bruninho anda pra perto dele com os olhos pegando fogo de raiva e com o um dedo, ele abaixa a ponta do fuzil pro chão olhando dentro da cara do menino que não o encara de volta, ele fica com o rosto abaixado e da um passo para traz, com o medo nítido no rosto. - A próxima vez que eu ver tu ou qualquer outro soldado meu, apontando arma pra morador sem meu consentimento nessa p0rra, eu vou larga o dedo sem pena, esse car@lho aqui não é bagunça não p0rra, ninguém esculacha morador no meu morro._ bruninho grita bem próximo ao ouvido do cara e ele só balança a cabeça se afastando ainda mais. Cuzão filha da pwta. - Meu pai não está bem, só me deixa levar ele pra casa. Foi tudo um m@l entendido me desculpa, eu vou cuidar dele e isso não vai mais se repetir._ choro desesperada olhando pro Bruninho que volta a me encarar. - Papo reto, não vai se repetir mermo, e se acontecer, eu mermo dou um tiro nele._ ele fala me olhando sério e eu sinto um calafrio na minha espinha. Mesmo ouvindo suas palavras, os olhos dele me dizem outra coisa e isso me deixa mais assustada ainda. - Aí, ajuda a leva o tio lá pra goma dele._ ele grita na direção dos seguranças dele, e um menino que eu conheço aqui do morro joga meu pai no ombro e vai em direção a minha casa. Eu me levanto do chão, limpo o short atrás, pego os chinelos do meu pai que caiu quando eles o largaram, e quando passo pelo Bruninho sussurro um, muito obrigada. Ele só balança a cabeça para mim, e eu saio andando atrás do Caio e do meu pai. ... Abro a porta de casa e o Caio coloca ele em cima do sofá, eu endireito o pescoço dele colocando uma almofada embaixo da sua cabeça. - Aí Ju vou te dá um papo, seu pai teve sorte que o morro não é mais do Naldinho cara, se não, tu sabe que ele estaria morto uma hora dessa né?_ ele fala me encarando preocupado e eu balanço a cabeça triste e cansada. Essa situação tá passando dos limites, eu não sei se vou aguentar tudo isso sozinha por muito tempo, o meu pai precisa reagir, por que se não eu não sei o que vai ser da gente. - Dá a última forma pra ele mano, manda ele vazar do morro, ele agora vai fica visado, qualquer k.o que ele arrumar, vão querer passar ele._ o Caio diz já na porta pra sair de casa. - Eu sei Caio, mas ele é meu pai poxa, não posso abandonar ele desse jeito._ eu falo encarando a cena do meu pai todo largado no sofá. Caio me encara por um momento, olha pro meu pai, balança a cabeça e depois vai embora. Vou pro banheiro tomar um banho ainda sem conseguir parar de chorar, e depois de fica sentada no meio da rua, eu estou podre. Tomo um banho demorando, tentando me acalmar e deixar toda aquela carga pesada escorrer junto com a água. Termino meu banho, coloco uma roupa confortável e vou andando para a sala onde deixei ele deitado e vejo que ele está todo suado. Vou no quarto dele, pego seu ventilador, trago para a sala e ligo virado para ele. O endireito mais um pouco no sofá e vou pro meu quarto agora tentar descansar. Acabou que não comi meu x-tudo e a fome ainda está n3gra, mas não vou fazer nada essa hora não, não tenho nem cabeça para isso. Coloco meu celular pra carregar de novo, vou na cozinha bebo um copo cheio de água e pego uma maçã, isso vai tem que servir. Volto pro meu quarto, fecho a janela e vou deita me deitar. ... Depois de um tempinho deitada, escuto alguém me chama bem baixinho. Eu me assusto e vou correndo pra sala pensando que era o meu pai, mas ele está do mesmo jeito que deixei. Fico intrigada e a janela para ver se é coisa da minha cabeça, porém, acabo levando um sustos ao ver o Bruninho parado em frente a o meu portão. - Eu vim trazer teu x-tudo._ ele fala balançando o saco do lanche na mão. Não acredito nisso...
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