2. Ocupando o lugar de uma noiva falecida.

1200 Words
Capítulo 2. Ocupando o lugar de uma noiva falecida. Eu o vi me olhando sem fazer nada, quis gritar para ele que era um i****a, levantei meu pé para dar-lhe um bom chute no traseiro, mas depois de ver todos os seus homens e entender que estava em desvantagem, preferi ficar quieta, voltei para o carro, não tinha ideia para onde ir, a casa já não era nossa, esse desgraçado trocou as fechaduras assim que saí dela para o salão de beleza, para o hospital a essa hora e vestida de noiva também não podia ir, de repente o motorista me entregou minha bolsa, tinha esquecido que ao sair de casa levei minha bolsa comigo, abro e vejo que tinha meus documentos e a passagem de volta para Valência, não pensei muito e pedi ao senhor que me deixasse no aeroporto, pelo menos lá ninguém poderia suspeitar ao ver uma mulher vestida de noiva. Ao chegar, a moça do balcão foi muito gentil comigo, imagino que não haja muitas noivas sozinhas àquela hora, — Boa noite, moça. Tive um problema muito grande e gostaria de trocar minha passagem de volta para hoje — entreguei a passagem que tinha com data para dois dias depois e meu passaporte, implorei com os olhos para que ela conseguisse trocar e que não custasse muito, porque também não tinha muito dinheiro, — Não se preocupe, um voo para Valência sai em quinze minutos. Se desejar, posso mudar para esse, não precisa pagar nada, imagino que — ela olhou para minha mão e viu que não estava usando nenhum anel, os tinha retirado assim que peguei minha bolsa, não queria usar os anéis que me lembrassem o que aconteceu, graças a isso a moça supôs que eu não tinha me casado, talvez por isso me ajudou, sentiu pena de mim, e eu aproveitei para voltar, — Coisas acontecem — disse, levantando os ombros, se ela soubesse que não só me casei, mas também entreguei toda a fortuna da minha família para esse miserável. — Aqui, dirija-se ao portão de embarque número seis — ela me diz e pisca o olho ao me entregar minha passagem e meu passaporte, quando subo no avião, a aeromoça me levou até a primeira classe, sempre voei na primeira classe com papai, mas agora minha passagem era classe econômica, agora entendo por que a moça piscou o olho, ela não só trocou minha passagem de graça, mas me deu uma passagem de primeira classe. Cheguei ao aeroporto de Valência depois das dez da noite, nessa hora não havia muitos estudantes na universidade e menos no internato, peguei um táxi e pedi que me levasse ao meu destino, esperava que ninguém pudesse me ver chegar vestida assim, infelizmente não tive muita sorte, alguns estudantes do último ano ainda não haviam ido embora, eles puderam ver como saí do táxi àquela hora da noite sozinha e vestida de noiva. Desde aquele dia ninguém se aproximava de mim, todos diziam que eu daria azar, o título de "esposa descartada" me seguiu durante os três anos que durou a minha carreira. Depois descobri que aquele casamento já estava planejado desde antes e que a noiva que deveria se casar com aquele homem também tinha falecido no mesmo acidente, ela foi recolhida pelos pais do noivo, que deveriam levá-la ao encontro do filho dias antes do casamento. Então lá estava eu, ocupando o lugar de uma noiva falecida, usando o seu vestido, casando com seu homem e entregando a ele toda a fortuna dos Dalmasso, tudo para salvar a vida do meu pai. Nunca mais tive notícias dele, o pior de tudo é que ele nunca cumpriu a parte do contrato matrimonial que eu havia exigido, aquele miserável abandonou meu pai no hospital particular em que estava, sem pagar um centavo sequer. Graças à minha inteligência e minhas pesquisas, consegui obter uma bolsa completa, permaneci na universidade e no internato, passei toda a minha carreira pesquisando micropartículas contidas no organismo de uma pessoa doente de Lupus, no percurso consegui descobrir a cura para várias doenças de pele, com isso pude pagar todos os meses de hospital pendentes do papai e inclusive já tenho uma pequena fortuna economizada na minha conta bancária. Agora tenho vinte anos, meu pai sempre foi um homem orgulhoso de mim e das conquistas que obtive ao longo da minha curta vida, mas papai ainda não acordou do seu coma, para poder esclarecer o acidente e finalmente nos libertar daquele maldito homem. Esta noite é minha formatura e estou muito animada, gostaria que meu pai me acompanhasse, mas a mulher que sou agora não vai parar até recuperar tudo o que nos pertence, e a primeira coisa que pretendo fazer é me divorciar de Sebastián Carusso e, para isso, primeiro devo proteger papai. Eram oito da noite quando cheguei ao campus de engenharia, seria lá a cerimônia de formatura, do meu lugar pude ver como o pátio se enchia de familiares de todos os formandos, no entanto, da minha família não tinha ninguém, e como iriam se nem sabiam que eu estudava nesse lugar, pagava as contas do hospital diretamente da minha conta por transferência internacional e só viajei para estar com meu pai nas festas, porque nunca quis aproveitar minhas férias, utilizei cada segundo e cada minuto livre na minha pesquisa, agora sou reconhecida no mundo da biotecnologia, tenho propostas para trabalhar nos melhores laboratórios de pesquisa de doenças genéticas do mundo, estive avaliando minhas opções e me pareceu que o melhor seria esperar para ver a situação do papai, será a primeira vez que tiro uma pausa. As palavras de encerramento eu deveria dizer, mas preferi passar a bola para o aluno que estava abaixo de mim em média, de certo modo achei injusto dedicar meu esforço e palavras de despedida a pessoas que nem sequer conhecia, o melhor era uma família estar feliz e aproveitar ver seu filho nessa situação. Mesmo assim, eu continuava sendo a "esposa descartada" para alguns. A cerimônia acabou e agora estou em um táxi a caminho do aeroporto, mas desta vez não viajo em classe econômica e não estou vestindo um vestido de noiva, desta vez viajo em primeira classe e a passagem foi comprada integralmente por mim. Sebastián Carusso Meu nome é Sebastián Carusso, tenho vinte e oito anos e sou empresário e dono de um conglomerado de várias empresas que se dedicam à produção e pesquisa de novos medicamentos no mundo, há três anos meus pais organizaram meu casamento com a filha de um dos empresários suíços, dono dos laboratórios mais importantes de seu país. Nunca foi minha intenção me comprometer e muito menos me casar com uma completa desconhecida, mas decidi respeitar a decisão que meus pais tinham tomado por um benefício mútuo, sempre senti atração pela minha melhor amiga Lariza, mas algo me impedia de confessar, sabia que se misturasse a amizade com a paixão, os dois terminaríamos m*l, porque no dia em que uma das duas acabasse, nos arrependeríamos muito, por isso também aceitei esse ridículo casamento, mas nunca esperei que meus pais, juntamente com minha futura esposa, morressem em um acidente de carro, causado por um velho miserável.
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