Capítulo 28:-Eu irei protegê-la

1496 Words
Mesmo com Kenny se esforçando para me ajudar eu acabava me distraindo, pensando em como o Rivaille poderia estar, se bem que apesar dele ser o principal soldado, considerado o mais forte eu me preocupava também com todos os outros. O mundo lá fora era tão perigoso que eu não conseguia prestar atenção no que o Kenny estava falando e bem ele percebeu isso pois deu um peteleco em minha testa. A dorzinha me trouxe de volta ao presente. -S/n… Não devia ficar tão preocupada assim! Vai acabar ficando com rugas perceptíveis. Suspirei. Isso com certeza seria a menor de minhas preocupações. Tinha algo mais importante que isso e Kenny sabia disso. -Rugas são a menor de minhas preocupações! Ele respirou fundo. -Me diz que pelo menos você já entendeu a parte mais importante sobre as finanças, que seria… Deu a deixa para eu completar. - Nunca pegar do dinheiro para emergências! No caso ele não existe, então eu devo pensar em todas as possibilidades em qualquer investimento que eu farei! O mais importante dos investimentos é analisar se terei um bom retorno e se o conteúdo em questão seria bem visto pelo mercado popular. No caso se ele daria lucro, lucro o suficiente para passar do investimento. Pois o mais importante é conseguir aumentar a fortuna da família. Ele sorriu satisfeito. -Você se saiu bem S/n e veja que o sol já está se pondo, talvez eles já tenham retornado. Kenny dizia para que eu me acalmasse. -Bem então já está na hora do jantar! Vamos logo organizar isso e irmos comer! Então arrumamos os papéis, os livros. O mais velho disse que tomaria um banho antes, então enquanto ele tomava banho eu fui até a sala de jantar, ajudar as criadas a colocar a mesa, o tempo estava se fechando. Teríamos uma noite chuvosa e fria. Parecia que o céu estava em fúria pela quantidade de trovões e relâmpagos que eu via pela janela. Ao percebermos que a ventania trazia gotas de chuva para dentro de casa fechamos todas elas. As luzes vinham de candelabros onde as velas estavam localizadas em lugares estratégicos. Kenny logo apareceu e se sentou comigo, o jantar se sucedeu em silêncio. Apenas o som da chuva do lado de fora e o dos talheres, era ouvido. Suspirei Rivaille mesmo que tenha voltado não viria nessa chuva. Disso eu tinha certeza, ele poderia pegar uma pneumonia ou um resfriado terrível. -Então S/n e o casamento? Já decidiu como vai ser? Me perguntou então olhei para a aliança em meu dedo. -Conversarei com o Rivaille sobre isso, em algum momento! Mas espero que o mais breve possível! Assim que acabamos a refeição,Kenny disse que já ia para o seu quarto. Eu fiquei na sala, sentada ao lado da lareira, enquanto lia um livro, sobre agropecuária. Então ouvi batidas na porta e ao mesmo tempo um trovão que parecia que o céu ainda estava em guerra. Corri até a porta, meu coração acelerado em expectativa. Sem hesitar abrir a porta de uma vez e lá estava Levi todo encharcado, enquanto usava uma jaqueta verde com um capuz sobre sua cabeça acredito que tentando se proteger da chuva. -Não acredito que você veio nessa chuva! Dei espaço para que ele entrasse. Então ele fez, molhando meu chão todo, mas na verdade eu não ligava, afinal ele estava aqui. Fechei a porta. A chuva parecia que não passaria tão cedo, isso era evidente. Rivaille me olhou de uma maneira muito triste. Eu pude perceber. Queria me dizer alguma coisa, mas seja o que fosse poderia esperar. - Não me diga nada! Vá imediatamente para o banheiro! Então nós dois fomos até o banheiro que ficava em meu quarto, no caminho notei que ele estava mancando em uma perna, Levi deve ter se ferido, preparei um banho de água quente para ele. -Vamos tirar logo essa roupa molhada! Eu sabia que algo havia acontecido, aquele silêncio estava me incomodando, mas eu queria evitar mais um problema, caso ele ficasse doente. Então ele tirou suas roupas e olhei para seu tornozelo que estava enfaixado, ele entrou na banheira,ainda sem dizer uma palavra. Sua cabeça parecia estar em outro lugar, mas eu sentia seu olhar sobre mim. O ajudei em seu banho esfregando suas costas e seus braços suavemente. Estava feliz por vê-lo bem. Pelo menos fisicamente, já tinha ouvido histórias que às vezes os soldados perderam braços ou pernas nessas expedições. Assim que ele terminou o banho entreguei para ele um roupão e o ajudei a sentar na cama. Não queria que ele fizesse esforço em sua perna ferida. Não queria o deixar sozinho, mesmo assim fui buscar algumas roupas para ele. As mesmas que ele usou da última vez. Quando eu voltei, Levi ainda parecia evitar olhar meus olhos. Entreguei as roupas que logo ele as vestiu, peguei um cachecol em minha gaveta e o coloquei em volta de seu pescoço. -Agora você está bem melhor! Comentei. Um pouco aliviada em saber que ele agora estava quentinho. De qualquer maneira eu não sabia bem o que dizer, ele estava estranho desde do momento que chegou. O silêncio dele me preocupava. -O que aconteceu com sua perna? Decidi perguntar. Mas ele continuou calado. -Rivaille olhe para mim. Me conta o que está acontecendo! Segurei em seu rosto o forçando a olhar para mim. Mas seus olhos não pareciam os mesmos que me olharam hoje de manhã, pareciam vazios. -A expedição de hoje… fracassou! Pude sentir um peso em sua frase. Como eu poderia saber o que aconteceu lá? O que ele teria visto que o deixou dessa maneira? -Essa será a última vez que ficarei com você! Não esperava ouvir isso. Por que ele me diria algo assim? Isso estava errado. -Você não pode decidir isso sozinho! Me recusei a aceitar isso. O que faria Levi me dizer algo assim? Sendo que ontem mesmo me prometeu ficar ao meu lado para sempre? -S/n você não entende!? Eu mesma não entendia, não tinha como entender o que estava se passando em sua cabeça. Nem preciso dizer que o deixar ir embora é indiscutível. Eu nunca permitiria isso. -Sim Rivaille eu não entendo! Mais um trovão eu pude ouvir. -Eu serei sua ruína… você irá acabar morrendo, todos que estão ao meu lado acabam morrendo! Foi quando as coisas começaram a fazer sentido. O abracei, ficando entre suas pernas. Quem teria morrido? Erwin a Zoe? Meu coração se apertava no peito. - Não seja e******o eu não vou morrer! Senti suas mãos em volta do meu corpo me abraçando apertado. Não estava gostando do rumo que essa conversa estava indo. -Exatamente você não irá morrer. Mas para isso eu sairei da sua vida! Um nó se fez em minha garganta. Minha boca ficou seca, ele não poderia decidir algo tão importante assim sozinho. -Eu me recuso! Nós iremos nos casar você esqueceu? Não aceitarei isso. Não há nada nesse mundo que me faria aceitar isso. - Não esquecerei S/n. Mas mesmo me dizendo isso, a decisão já está tomada! Ele não pode fazer isso. Não, não, não, não, isso estava errado. Completamente errado. -Você não pode fazer isso. Porque quer me abandonar? Você mesmo me disse que iríamos enfrentar os problemas juntos! Tentei me soltar de seus braços mas ele não me permitia. Eu estava me esforçando para me desvencilhar dele, mas era impossível. -Eu quero que você viva! Se todos que estão comigo acabam sucumbindo irei expulsar você desse destino! Mesmo que eu tentasse com todas as minhas forças me soltar dele, eu não conseguia e ao mesmo tempo não queria mais ouvir nenhuma palavra dele. Como eu poderia ajudá-lo em uma situação como essa? -Mentiroso… Rivaille seu mentiroso! Eu amo você, eu mudo esse destino que tanto te assombra! Porque você está desistindo assim tão fácil? Eu não significo nada para você? Eu já não conseguia segurar o choro, eu quero saber como as coisas mudaram tão rápido, porque sempre que está tudo dando certo sempre termina desse jeito. -Você é tudo que eu ainda tenho S/n! Não suportaria te perder também… minha mãe, Farlan, Isabel, Oluo, Gunther, Eld a Petra todos estão mortos, não irei permitir que você entre nessa lista! Nem que eu precise sofrer com sua ausência, está longe de mim é o mais seguro para você, contando que esteja viva para mim já está bom. Eu pude sentir o quanto dizer isso o destruía, mas não era só ele que estava se quebrando. Porque nosso amor deveria terminar em sacrifício? Não poderia ser assim. - Não faça isso comigo, Rivaille… Não escolha por mim! Sua vida me pertence… Sua mão parou em meus cabelos, em um cafuné gentil. Mas não importava eu não queria mais ouvir, queria sair de seus braços, pois ele só estava se despedindo de mim. Eu odiava isso. -A sua vida também me pertence… Exatamente por isso irei protegê-la!
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