Capítulo Dois

1527 Words
Naquele Sábado             Lorena arruma o apartamento de Natália para que o jantar seja perfeito. Disse a Sara que se ocuparia na faculdade. Enquanto isso a latina está na biblioteca, pois é como a sua segunda casa. Quando a morena percebe que tudo está pronto, já chegando a noite, volta para o quarto do campus e encontra a mulher que ama deitada na cama, lendo um livro. - Hey, Sara. - Oi, você demorou.             A mais velha deita ao lado da outra, beijando seus lábios e a abraçando. - Temos que ir ao apartamento de Natália. - Por quê? Ela viajou. - Eu sei, baby, mas parece que ela deixou uma janela aberta e pediu para eu ir fechar e não quero ir sozinha. Você pode ir comigo?             Lorena faz um bico nos lábios, mesmo que a desculpa não seja criativa, é eficiente, pois ela sabe que Sara nunca a deixaria ir até outro bairro sozinha. - Claro. - Ok, vou só tomar um banho.             A mais velha vai para o banheiro. Cerca de quarenta minutos depois elas já estão a caminho do local. São oito da noite, não é muito longe do campus. Pegaram o carro de Lorena e foram. Ao chegarem a morena abre a porta e deixa Sara entrar. Ao fazer isso e ligar a luz, a latina é pega de surpresa. No meio da sala tem uma mesa decorada com uma toalha vermelha, velas e rosas também vermelhas. - O que... Lo... - Um jantar especial para uma pessoa especial. – Lorena sussurra perto do ouvido da latina, abraçando-o por trás. - Meu Deus... – A menor está completamente emocionada com a surpresa. - Vem. Vamos sentar.             Elas se encaminham para a pequena mesa, a morena puxa a cadeira para Sara que agradece e se senta. Lorena vai em direção à cozinha e traz uma lasanha, pois é só o que sabe fazer com perfeição. - Lasanha... – Os olhos da latina brilham com a expectativa de comer. - Sim. - Eu adoro lasanha. – A alegria na voz de Sara é contagiante. - Eu sei. – Lorena sorri e serve a menor antes de se sentar. Elas se encaram por um tempo, logo começam a comer. - Eu devo me preocupar? – Sara franze a testa, desconfiada. - Não. É apenas um jantar para a garota que eu gosto. - Sem segundas intensões? - Na verdade tem, mas não é sobre o que está pensando. - Eu sabia. – Sara fala, sorridente. – Você nunca faria isso tudo sem querer algo. - Sara, eu sou uma pessoa romântica. - Claro que é. Então... - Nop. Não agora. Primeiro vamos terminar de comer, depois eu digo. - Ah, Lo. Você sabe que sou curiosa. – A voz da menor é manhosa.               Lorena apenas sorri. Conhece bem a curiosidade exagerada da futura namorada. Elas terminam a comida uma hora depois, sem querer esperar mais a morena encara a latina. Levanta-se e se ajoelha próxima aos pés de Sara. - Lo...             A mais nova já imagina o que vai acontecer. Lorena puxa a caixinha com duas alianças pratas dentro e estende para perto da outra. - Sara, eu te amo, pequena. Você é minha luz, minha pessoa, minha princesa que quero cuidar. Quem me faz sorrir por qualquer besteira, que me faz querer um futuro ao seu lado, que me faz querer ser feliz ao seu lado. Estou diante de você, aos seus pés, pois é assim que sou com você, completamente sua. Apenas sua. Então estou aqui, nesse momento, querendo dar continuidade nesse processo de relacionamento. Sara López, você aceita ser a minha namorada?             A latina já tem lágrimas nos olhos desde a hora que Lorena ajoelhou-se. - Oh, meu Deus. Claro que sim. Mil vezes sim.             Lorena levanta e puxa a namorada para um beijo, no qual as lágrimas de ambas se misturam. Elas se amam. Isso é só o começo de algo muito maior. A morena separa as bocas e coloca os anéis. Aqueles são para mostrar para todos que elas se pertenciam de alguma forma inexplicável. ................................................ No dia seguinte, Domingo. - Hey, meu amor. – A voz de Sara é emocionada. - Sara. Eu estou com saudades.             As duas irmãs estão se falando por vídeo chamada, ambas em seus quartos, Selena agora usufrui dos seus doze anos de idade. - Eu sei, Sel. Eu também. Como estão as coisas por aí? - Bem. Igual. A Lara só faz besteiras. Agora inventou que vai trabalhar em lugar que faz tatuagem. Mamãe só disse que se era o que ela queria, estava tudo bem. - Sara suspira. Pelo jeito nada mudou mesmo. - É. Mas e você? Está grande em? - Sim, sim. Eu ganhei a competição de natação ontem. Ganhei uma medalha. Espera. – Ela sai da frente do computador e pega a medalha, mostrando para a câmera do aparelho. – Olha. Ela é linda, tem o número um. - Ela é linda, Sel. Fico feliz por você, meu amor. Eu também tenho uma novidade. – Sara mostra a mão com a aliança. - Você vai casar? – A mais velha sorri. - Não, Sel. Ainda não. Estou namorando. É um anel de compromisso. - Legal. Quem é ele?- A menor mostra que herdou toda a curiosidade da irmã mais velha. - Não é ele, meu bem. É ela. Nesse momento Lorena entra no quarto, mas como ver a namorada no computador, apenas acena e depois deita em sua cama. - A Lara também estava namorando uma garota, mas elas brigavam muito. Nossa irmã deu um t**a nela e ela foi embora, nunca mais a vi. O nome dela é Halsey. Ela era legal. - Não fique m*l por isso, pequena. Você sabe como Lara é. Você quer conhecer a minha namorada? – Lorena arregala os olhos e encara a latina. - Sim. Sim. Ela está aí?- A mais nova demonstra entusiasmo. - Está. Vem cá. – Sara chama a namorada, que logo aparece na frente do notebook. - Hey, pequena Selena. - Você está namorando a Lorena? - A garota demonstra confusão na pergunta. - Sim. - Legal. Eu gosto dela. De fato, Selena gosta de Lorena, mesmo que nunca tenham se conhecido pessoalmente, se davam bem nas conversas por telefone. - É. Ela é muito legal. – Sara diz. - Selena, quando você vem me visitar? Eu quero te conhecer pessoalmente. - A Sara não me leva. – A garota diz, com a voz triste e acusadora. - Amor, traz a Sel para me conhecer. – Lorena fala com a voz manhosa para a namorada. - Eu prometo que farei isso, ok? – Sara responde mais para a irmã do que para a namorada. - Eu quero ir. - Tudo bem, tudo bem. Vou falar com nossos pais, se eles permitiram você vem. - Olha, Selena. Nós vamos para a fazenda do meu avô. Lá tem um monte de cavalos. – A morena já se anima com a possibilidade, assim como a garota. - Vai ser ótimo. Eu gosto muito de você, Lo. - Eu também gosto de você, Selena. - Selena, hora de jantar. – É a voz de Selma, que sorri ao ver a filha na tela. - Sara, filha. - Oi, mãe. Como você está?- As outras duas percebem o desconforto. - Estou bem e você, querida? - Bem também. - Mãe a Sara está namorando. – Selena diz, rapidamente. - Ah, é? Isso é bom, e quem é ele? - É ela, mãe. – Selena mais uma vez se adianta, deixando Lorena sem graça. - Olha aí. Hey, Lo, diga oi para a sua sogra. - Oh. Isso é... Bom. – Apesar de não se importar com isso, Selma foi pega de surpresa. - Meus parabéns, filha, e Lorena, cuide bem da minha hija. - Eu farei isso, senhora. Com a minha vida. – Lorena diz timidamente e sorri para a latina.             Selma sorri, pois algo dentro dela diz que será bem assim que acontecerá. - Temos que ir agora. Vamos jantar. Tchau Selena, tchau mãe. Mande lembranças ao papai. – Sara quer acabar com aquela conversa de uma vez. - Sim. Até mais, querida. Até, Lorena. - Prazer em vê-la, senhora. - Tchau, Lo. Sara, eu quero conhecer a fazenda. Fale logo com a mamãe. - Depois, meu amor, eu prometo a você.             Elas se despedem e desligam a ligação. Sara suspira e Lorena percebe seu nervosismo. - Você está bem? - Sim. Só me abraça, amor. É tudo que a latina precisa no momento, é exatamente o que a mais velha dá à mulher que ama. - Hey, pequena, eu estou aqui. Nada te fará m*l. Somos eu e você agora. - Eles... Eles não me amam, Lo. O que eu fiz para merecer isso? Porque eles só amam ela?             Lorena sabe de toda a história da namorada, também não via lógica no comportamento dos sogros. Sara é maravilhosa. Educada, estudiosa, linda. Só quer proteger a sua garota nesse momento, por isso a abraça com mais força, deixando que a latina chore contra seu peito. - Eles te amam, meu amor, e se não amarem, eu estou aqui. Eu vou te amar pelo resto dos meus dias.             Essa é uma verdade. Elas só se apertam mais uma à outra, passando toda a segurança necessária para que aquelas palavras se comprovem com atos. 
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