Voltar com a Deborah é tipo a luz no fim do túnel, ela me apoia em tudo e esteve sempre torcendo por mim nesse processo tão delicado, claro, as vezes ela insistia em me provocar enquanto trabalhava em casa, quando ela vem por trás de mim e começa a morder minha orelha e lamber meu pescoço, mas, eu gosto, nós somos bons juntos, tudo fica perfeito quando ela está, ela me acalma e me agita ao mesmo tempo, me faz ter sede do corpo dela.
Mas o caso em questão é finalmente o julgamento da maluca da Laura, que é óbvio que foi condenada sem direito à fiança, o pai dela foi pêgo em flagrante fazendo negociação de meninas menores de idade inclusive, parece que o castelo de areia deles finalmente desmoronou de vez, é o preço que se paga por serem completos monstros, o caso ganhou repercussão internacional e bom, meu nome agora tá famoso, o Nathan, ficou super pra baixo por perder o caso, mas ele não é nenhum monstro como eles, ele aceitou que era melhor a derrota do que manter essa gente fora da cadeia cometendo atrocidades, mas desde então, ele não tem falado comigo.
Márcio após a confusão foi embora do país e ninguém sabe mais dele, parece que ele tinha muito medo mesmo, mas eu não julgo, eu sei que essa gente tem muito dinheiro e que é temporário esse afastamento deles no xadrez, gente rica não fica presa muito tempo, eu deveria ter receio por mexer nesse vespeiro também, mas, eu fiz pela Deborah, é tipo vender a alma para o capiroto, mas valeu a pena, pelo menos a minha mulher voltou pra mim, falando em minha mulher, eu devo estar ficando louco e emocionado, mas estou pensando seriamente em pedir a mão dela em casamento, ela é a mulher da minha vida.
O tempo passa e cada vez mais eu e Deborah nos damos bem, ela tem trabalhado muito e eu também, a gente tem tudo pra dar certo, é só questão de tempo até a gente estar vivendo juntos, eu sei que ela vai aceitar e que seremos felizes, ela me ama e eu amo ela, a gente se apoia, a gente se entende, nós nem brigamos como os outros casais, é tudo muito perfeito, ela me ouve e compreende minhas atitudes, eu confesso que sou um pouco ciumento, mas é que constantemente uns caras s*******o aparecem dando em cima.
Em mais um dia normal, passo para buscar minha Deborah no trabalho dela, é fim de expediente, o problema é que é difícil achar vaga para estacionar aqui no centro... O jeito é estacionar um pouco distante... Eu nem avisei ela que viria hoje, o meu plano é levar ela para jantar e jogar um verde sobre casamento, só pra ver o que ela diz, como vai reagir. Quando eu desligo o carro, prestes a sair, vejo Deborah saindo da clínica em que ela é a dona, ela está acompanhada, de um homem, alto, tatuado e grisalho, eu nunca vi ele e você nunca falou sobre qualquer cara desse tipo, Deborah não gosta de tatuagens, então não deve ser nenhum ex namorado ou algo do tipo... Mas vocês parecem íntimos, ela olha para ele com algum tipo de alegria, como se estivesse realmente feliz em ver aquele cara, não parece ser nenhum parente, eu já vasculhei todas as suas redes sociais, as pessoas que você não me apresentou, eu sei quem são através das minhas pesquisas sobre você, eu nunca vi ele em lugar nenhum, isso me preocupa um pouco, você não esconde nada de mim, teria falado algo sobre ele, mas, lembro que você sempre responde rápido, então pego o celular e te mando mensagem perguntando onde você está. De longe vejo que você pega o celular, olha, mas não me responde. O QUE?
Tá, o que tá acontecendo exatamente? Você não é assim comigo, sempre me prioriza, não importa com quem esteja, mas dessa vez não, você tá saindo com esse cara, entrou no carro dele, por que isso? Quem é ele? Ligo o carro e sigo atrás dos dois... É tudo muito estranho, será que ele está te manipulando ou algo do tipo? Ele não me parece ser uma boa pessoa, algo me diz que não é.
Vocês dirigem por um longo caminho na cidade, até parar em uma casa de vinhos, você vai jantar com ele e nem me falou nada sobre isso, pego meu celular e mando outra mensagem, que assim como a outra é completamente ignorada, então decido ligar, você olha o celular, mas se recusa a atender, bom, é tudo muito estranho, mas o que posso fazer é esperar, eu... Não, você não tá me traindo, é coisa da minha cabeça, ele deve ser um amigo, ele deve ser um conhecido qualquer, é melhor eu não esquentar a cabeça e esperar para ver o que você vai me dizer sobre isso, mas é inegável que se não fosse nada errado, você não teria escondido de mim ou se recusado a falar comigo. O tempo passa e sem que eu perceba, já são 22h da noite e você ainda não saiu daquele lugar com aquele cara, não me responde e tampouco atende minhas ligações, é como se não quisesse saber de mim por hoje, o que é estranho. Aguardo mais um pouco, até que vejo os dois saindo juntos, ele se aproxima de você e indiscretamente pega na sua mão... Não, isso não está acontecendo, ele te leva até o carro e abre a porta para você entrar, como um grande filho da p**a cavalheiro, então você entra e ele começa a dirigir novamente pela cidade e vai até a sua casa... Onde vocês ficam dentro do carro parado em frente ao seu portão, eu fico nessa angústia de não saber o que está acontecendo por aproximadamente 10 min, e infelizmente, com a luz do poste é possível ver que ele não é só um amigo seu, porque amigos não beijam na boca.