* Marcos *
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- Senhor Marcos, se não fizer isso pode morrer a qualquer momento! - o médico fala.
- O tumor é muito grande? - pergunto.
- Sim, é muito grande, você terá que fazer uma operação! - fala.
Engulo seco.
- Tem riscos? - pergunto.
- Sim, você tem riscos, mas você sabe que está nas melhores mãos! - fala.
- Tudo bem, não quero que ninguém saiba, muito menos a mídia! - completo.
- Pode deixar, será tudo sigiloso! - fala
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A alguns meses atrás a minha vida era outra, eu estava é trabalhando muito, porém, um belo dia eu senti uma forte dor de cabeça, pensei que fosse por conta do trabalho de mais, já que não sei o que é descanso, trabalho dia e noite, e então eu acabei desmaiando do nada no meu escritório da empresa, quem me achou foi meu irmão Murilo, e me levou direto para o hospital. Chegando lá eu fiz todos os exames possíveis, e então o médico me deu a triste notícia que eu tinha um tumor no cérebro, sim, eu entrei em choque, e teria que operar o quanto antes, antes que eu morresse.
Nesse dia eu vi que não adiantou de nada eu ter me matado de trabalhar, para agora estar aqui, em uma sala de cirurgia prestes a mudar de vida.
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* 2 semanas depois *
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- A cirurgia foi um sucesso Marcos, retiramos todo o tumor e não tem resquícios de ter novamente! - Dr Saulo fala.
- Que bom! - falo.
- Então, como ele está? - Murilo pergunta.
- Bem, Marcos teve uma cirurgia tranquila, passou bem, e agora está tudo certo, você está de alta Marcos, mas não poderá beber álcool por um bom tempo, terá que cuidar até mesmo de sua alimentação! - fala.
- Tudo bem, eu irei me cuidar! - falo.
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E eu realmente me cuidei, eu fiz de tudo, eu voltei a treinar na academia e a correr, voltei a ter minha vida saudável, fiz de tudo, eu realmente mudei de vida, busquei hábitos saudáveis e mudei para melhor. Porém, dois anos depois o tumor voltou, e dessa vez voltou mais forte, eu fiquei 2 meses internado e passei por duas cirurgias, uma delas eu sofri duas paradas cardíacos e ainda bem que conseguiram me reanimar, eu tive que fazer quimioterapia, radioterapia e todos os procedimentos contra aquele tumor, e depois de seis longos meses eu recebi alta para casa, passei a tomar medicações em casa e aos poucos fui voltando ao normal com a minha rotina.
Depois disso tudo que passei tomei uma decisão, decidi congelar meu semén, porque um dos meus maiores sonhos sempre foi ser pai, e eu não sabia se eu poderia ser ou não, então decidi fazer isso, eu tinha medo de nunca encontrar ninguém, e então eu resolvi dar andamento em uma barriga de aluguel, porém, eu não esperava que tudo poderia mudar por um erro da clínica em quem eu confiei.
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1 ano depois …
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- Senhor não sabemos onde foi parar seu vidro! - meu segurança fala.
Bato na mesa com força.
- Mas que p***a!!!! - Achem!!! - falo.
Acabei descobrindo minutos depois que os meus planos tinham ido por água abaixo. Já que a irresponsável da Ana colocou meu semen em outra mulher.
- Mas que p***a! - grito mais uma vez.
Vou até a clínica de Ana e faço ela ligar para a mulher que está com o meu filho. No momento em que ela entrou na sala eu vi que ali estava mais um problema na minha vida, aquela mulher, só em ver o seu rosto já deu para perceber que ela é uma mulher extremamente complicada.
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Eu e ela acabamos discutindo de mais, e eu até passei dos limites já que ela não me deixou calmo e sim atordoado.
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Quando vi ela desmaiando, segurei ela com força nos meus braços, levei ela direto para o meu hospital e dei todo o suporte necessário.
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- Ela esta grávida! - falo nervoso ao Dr. Saulo.
- De quanto tempo? - pergunta.
- De algumas semanas creio eu! - falo.
- Tudo bem, vamos ver! - ele fala enquanto Anastácia está ainda desacordada.
No momento em que Saulo põem no visor a imagem do meu pequeno, e eu ouço seu coração bater sinto um misto de emoções.
- Oh meu Deus - falo com a voz embargada.
- Os bebês estão bem Senhor Marcos! - fala.
Engulo seco.
- Os o que? - pergunto.
- Os bebês, olhe, são dois, de placentas diferentes, mas são dois! - Você terá um casal de gêmeos ou gêmeos do mesmo sexo! - fala.
- Meu Deus isso é, é eu não tenho palavras! - falo emocionado.
- Agora tens que cuidar da senhora Anastácia, ela não pode ter estresse! - fala.
Sorrio nesse momento enquanto olho para ela.
Logo após Saulo levou ela para um quarto e fez os exames específicos, Anastácia desmaiou por conta da pressão e também da briga que tivemos.
Estou sentado olhando ela dormir, Saulo disse que ela pode acordar a qualquer momento.
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- Onde estou? - ouço sua voz falha.
- Anastácia! - vou direto a ela.
- Você! - O que você quer de mim, o que você fez com o meu filho! - ela fala pondo a mão na barriga.
- Seu filho? - Ele é meu, aliás eles são meus! - falo olhando para ela.
- Eles? - pergunta sem entender.
- Sim Anastácia, você está esperando gêmeos, um casal ou o mesmo sexo de bebes - completo.
Ela abre a boca chocada.
- Mas a Ana … - a interrompo.
- Ela é tão irresponsável que não sabe nem fazer o trabalho direito! - falo.
- Oh meu Deus! - ela fala olhando para a barriga, como carregarei dois bebês assim - fala querendo chorar.
- Anastácia esses bebês não são somente seus, são meus também, e mesmo você não entendendo eu quero que você fique comigo, eu sei que começamos errado, mas pelo bem dos nossos filhos eu preciso que você venha morar comigo! - falo.
Anastácia olha para mim.
- Como isso foi acontecer? - pergunta - Minha vida era outra antes eu estava feliz e eu … - ela para nesse momento e vejo suas lágrimas escorrerem.
- Anastácia, a sua vida vai continuar sendo a mesma, porém você vai carregar dois bebês por 9 meses e eu estarei ao seu lado! - Eu sei que começamos com uma turbulência e por isso você passou m*l, mas quero que saiba que mesmo tendo acontecido tudo isso, eu estou aqui para ajudar - Você não precisa ficar comigo, porque eu não quero isso, eu quero apenas meus filhos! - falo.
- Mas, os filhos são meus, eu quem carreguei eles, você não tem esse direito! - fala nervosa.
- Anastácia, foi um erro da clínica, eu não posso fazer nada, essas crianças nasceram com as minhas características! - falo.
- Não, eles também são meus filhos! - Eu não quero ficar com você, nem morta! - ela fala nervosa.
- Tudo bem, eu entendo, mas pelo menos você terá que morar comigo! - falo.
- E largar minha vida aqui? - ela fala com sarcasmo - Nunca! - completa.
Anastácia levanta da cama e pega sua bolsa.
- Anastácia! - grito - Vem aqui! - grito mais uma vez, mas ela não ouve.
- Droga! - dou um soco na porta.